A Medida Provisória do futebol está pronta
Nas próximas horas o governo apresentará a Medida Provisória sobre a modernização do futebol.
Demorou mais que o previsto porque o ministério da Fazenda custou a entender que o texto proposto pelo grupo interministerial do governo, que ouviu todos os setores envolvidos, não é um novo REFIS.
Fosse, a Fazenda não poderia aceitar um escalonamento para saldar a dívida dos clubes com o Estado brasileiro maior que o anterior, porque funcionaria como novo incentivo para não pagar e esperar o próximo, como vem acontecendo há anos.
Concluiu-se que o prazo do pagamento da dívida, ou os incentivos como carência para começar a pagá-la, ou outros estímulos previstos, são o menos importante.
O fundamental está no que um choque de modernidade na gestão do nosso futebol, visto como atividade econômica importante, poderá render, no futuro próximo, aos cofres públicos.
Entre outras razões porque, como vinha sendo tratada, a dívida não seria paga e só cresceria.
Deixar o Botafogo quebrar e fechá-lo, como chegou a manifestar o ministro do Fazenda, que é botafoguense, seria solução irreal para a cultura brasileira.
Dilma Rousseff convenceu Joaquim Levy de outro remédio em reunião na tarde da sexta-feira passada.
A MP é rigorosa e sustenta a criação de uma agência reguladora, sob o ministério do Esporte, para fiscalizar os eventuais conflitos entre o público e o privado — não confundir com questões eminentemente esportivas, o que afasta o temor da criação de uma “Futebras”.
A agência deve ser a garantia de que as punições, para quem não cumprir o que assinar, serão para valer, até com o rebaixamento de divisão.
A MP mexe também com as reeleições infindáveis nas federações e nos clubes, além de impor o investimento nas categorias de base — a chave da revolução no futebol alemão — e estimular o incentivo ao futebol feminino.
O governo espera que a MP seja encarada como passo importante para botar em prática uma agenda positiva e bem aceita pela sociedade diante do amplo apoio manifestado pela imprensa especializada durante sua discussão.
Em encontro no qual o blogueiro esteve presente com a presidente no Palácio do Planalto, na terça-feira da semana passada, ficou clara sua determinação em começar a reação do futebol nacional e em cumprir o que prometeu ao Bom Senso FC.
Ela está convencida de que o futebol brasileiro precisa reagir e até hoje pede que lhe expliquem o 7 a 1.
Comentário para o Jornal da CBN desta terça-feira, 17 de março de 2015, que você ouve aqui.: