Para Soares, mudanças no time do Bahia podem dificultar vida de Mancini

Técnico do Bahia tem variado esquema tático e mexido em algumas peças na tentativa de encontrar o melhor jeito de jogar. Ba-Vi está marcado para este sábado

O Ba-Vi disputado no primeiro turno da Série B foi de alegria para os rubro-negros e dor de cabeça para os tricolores. Com grande atuação, o Vitória venceu o Bahia por 4 a 1, no Barradão, e provocou algumas reformulações no time considerado titular do rival: o paraguaio Wilson Pittoni e o atacante Léo Gamalho, por exemplo, perderam vaga na equipe.

Até o primeiro Ba-Vi da Segundona, Sérgio Soares não tinha muito o que esconder. Qualquer torcedor tricolor sabia que o time entraria em campo, do meio para frente, com Pittoni; Tiago Real e Souza; Maxi Biancucchi, Kieza e Léo Gamalho, exceto se algum desses atletas estivesse suspenso ou lesionado. Sabendo disso, Vagner Mancini montou um time para neutralizar os pontos fortes do rival e explorar suas deficiências.

Destacou-se Flávio, que foi designado para colar no paraguaio e dificultar a saída de bola do Bahia, e Rhayner, que usou a velocidade para explorar a lentidão de um meio-campo que tinha como maior virtude a manutenção da posse de bola.

Vitória venceu o primeiro Ba-Vi desta Série B por 4 a 1 (Foto: Jayme Brandão/Divulgação/EC Bahia)

Quase três meses depois, os dois treinadores voltarão a se encontrar pela Série B. O primeiro confronto, oporem, ainda pautou a entrevista coletiva de Sérgio Soares antes do clássico. Perguntado sobre aquele confronto, ele negou que tenha sido surpreendido e lamentou que seu plano de jogo não tenha surtido efeito.

- Não fui surpreendido. A gente sabia que, naquele momento... Vocês [imprensa] cantavam o tempo inteiro que o time teria apenas uma saída de bola. O time que tinha um jeitão de jogar. Mancini adiantou o Flávio para marcar o Pittoni, e nós tentamos sair pelas laterais. Dentro do jogo, isso não aconteceu. Agora é outro jogo, são outras histórias, a coisa está afunilando e envolve outras situações. Jogo que vai ser decidido nos detalhes. Estamos mudando às vezes a forma de jogar, e isso dificulta um pouco para o treinador adversário - afirma o treinador.

Sérgio Soares compara momentos distinto entre os clássicos (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia/Divulgação)

Isso mesmo. Três meses depois, a situação se inverteu. Agora, é o Vitória quem tem um time bem definido e um jeito de jogar. Sérgio Soares, sem conseguir encontrar um jeito de fazer a equipe render um melhor futebol, vai testando jogadores e esquema tático.

- No primeiro turno, tínhamos uma forma de jogar e não tinha como esconder. O que todo mundo dizia era que o Bahia era um time previsível. Hoje, o Vitória tem uma forma de jogar que não tem como esconder, o time joga no 4-1-4-1. Pode mudar alguma peça de posição, mas o jeito de jogar é o mesmo. Dificilmente vai mudar. É um padrão que ó Mancini adotou, então tem que manter. Tem que parabenizar o Vagner [Mancini] por isso. Não é um time previsível, é um padrão. Estamos ajustando nossa equipe, às vezes um plano tático diferente, e vamos achar para esse jogo a melhor forma de jogar - diz.

O treinador do Bahia também fez questão de elogiar alguns jogadores que merecem atenção especial pelo lado do rival.

- Alguns jogadores merecem um cuidado. Escudero, que é o articulador, o pensador, Pedro Ken, o Rhayner vive grande momento. Elon é jogador perigoso. Tem que ter cuidado especial,  olhar de perto para que o time não possa trabalhar essa bola - afirma.

O jogo contra o Vitória está marcado para as 16h30 (horário de Brasília). Com 47 pontos, o Tricolor ocupa a quinta posição na Série B, a dois do Vitória, segundo colocado.