Doriva fala sobre as críticas da torcida após revés dentro de casa para o Londrina. Diretor de futebol tricolor, Nei Pandolfo, assegura o treinador no cargo

O Bahia acumulou neste sábado a segunda derrota consecutiva na Série B do Campeonato Brasileiro. Na Arena Fonte Nova, o Tricolor perdeu por 2 a 1 para o Londrina, pela 10ª rodada da Segunda Divisão – o time havia perdido para o Criciúma por 3 a 2 no início da semana. O resultado tirou a equipe baiana do G-4. Com 17 pontos, o Bahia está na quinta colocação. Além disso, a relação da torcida com o técnico Doriva tornou-se conturbada. Durante o segundo tempo, os torcedores cantaram “Adeus, Doriva” e vaiaram as substituições realizadas pelo treinador.

Por conta da pressão, o diretor de futebol tricolor, Nei Pandolfo, foi questionado sobre a permanência do treinador. O dirigente descartou a possibilidade de fazer uma mudança de comissão técnica neste momento.

- [O Doriva é um] Cara trabalhador. Os resultados foram ruins, nas a gente continua o trabalho. Não há mudança de cenário. Vamos buscar os resultados positivos fora de casa. Teremos a chance de buscar os resultados e colocar o Bahia no lugar que ele merece – disse Pandolfo.

Mantido no cargo, Doriva precisou explicar a primeira derrota dentro de casa na Série B. O técnico destacou o equilíbrio da Série B e lembrou que os primeiros colocados também tropeçaram na rodada – Vasco e Atlético-GO perderam em casa.

- Mostra dificuldade da competição. A gente não conseguiu impor nosso jogo, tomamos um gol no início, lógico, de maneira inesperada. Tivemos que correr atrás e sempre tem um desgaste a mais quando isso acontece. Conseguimos empatar o jogo, mas foi uma tarde infeliz para nós. Não tivemos um alto rendimento, não conseguimos impor nosso jogo, fazer com que o adversário ficasse no campo deles, como em outras ocasiões que jogamos em casa, quando criamos mais chances. Não conseguimos fazer um grande jogo. Cansamos também. A equipe caiu de rendimento fisicamente. Lógico que a gente sabe que tem uma sequência desgastante – comentou Doriva.

Na próxima semana, o Bahia terá dois jogos fora de casa. Na terça, o Tricolor encara o Tupi em Minas Gerais, e na sexta o Brasil-RS no Rio Grande do Sul. Ciente de que é preciso voltar a vencer para recuperar a posição no G-4, Doriva pediu reação ao time.

- Essa competição é difícil, os resultados mostram isso. Muitas equipes foram surpreendidas na rodada. A gente tem que sacudir essa poeira e reagir. Foi minha fala com eles [jogadores] no vestiário. Não temos muito tempo. Temos que reagir para continuar a vencer – afirmou.

Sobre a relação com a torcida, o treinador disse entender as críticas feitas durante a partida.

- O torcedor é paixão, quer que o time ganhe todas. Também queremos. Hoje falou eficiência. Se você substitui e as coisas acontecem, você fez a coisa certa. Se você substitui e as coisas não acontecem, você fez a coisa errada. O torcedor tem o direito de questionar – pontuou.

Confira outras declarações do treinador durante a coletiva:

SUBSTITUIÇÕES

- Não sei se me equivoquei. É minha escolha, eu conheço os atletas, estou no dia aa dia com eles. Eram as opções que tínhamos. O Régis não era uma substituição. Mas ele acusou dor na panturrilha, estava sentido e por precaução tirei. Não faria essa substituição. O João Paulo se expôs muito no primeiro tempo. Pensei em colocar volume daquele lado como Moisés. A última substituição foi a do Régis. Estava desgastado. Chegou recentemente e estava sentindo o desgaste. A gente tem que reagir o mais rápido possível. Erros acontecem. Também da minha parte, não sou perfeito. As vezes fazemos uma substituição e as coisas não acontecem. Vou continuar trabalhando, cobrando os atletas o máximo. Precisamos reagir. Temos time para estar mais bem pontuado. Não deu em casa, tem que ser fora.

O QUE FALTOU CONTRA O LONDRINA?

- [O time] Não se impôs. Faltou força, atitude, coragem, ousadia. Faltaram esses ingredientes que fazem a equipe vencer. A gente sabe que estamos devendo, natural. Está explicito isso. Ninguém está feliz com a performance da equipe, nem os atletas. A gente sente na pele isso tudo. Temos que buscar força e nos recuperar o mais rápido possível. Felizmente foi uma rodada difícil para todos. As equipes de cima tropeçaram, não ficamos distantes. É uma competição difícil, temos que impor nosso ritmo para vencer os jogos em casa. Era jogo de vitória. Com todo respeito ao Londrina, mas futebol é imposição. Hoje não conseguimos impor nosso jogo.

SAÍDA DE THIAGO RIBEIRO

- Botei sangue novo. No primeiro tempo ele teve volume grande de jogo, se desgastou. A alteração era para dar mais velocidade, contundência. Quando a gente interpreta que o jogador parou de render o que pode, fazemos substituição. Foi o caso de colocar o Luisinho. Criou ocasiões de gol, fez um chute de fora da área. Mas não conseguimos criar muito mais por ali.

JOGADAS PELAS LATERAIS OU PELO MEIO?

- O meio é lugar mais difícil de jogar. Nas laterais, criamos situações de ultrapassagem e cruzamento, passe na linha de fundo. Esse dado pra mim é importante. Quando tem a possibilidade de jogar pelo meio, jogamos. É natural criar alternativas pelas beiradas, flui muito mais. Faltou efetividade para fazer os gols. O Thiago Ribeiro teve duas ocasiões. Se está mais ligado, poderia ter feito o gol. São situações criadas e isso é volume de jogo, temos que aproveitar quando acontece.

RÉGIS

- Ele é um meia, está próximo do atacante, tem que movimentar, procurar espaço. No primeiro tempo foi o jogador que mais se descolocou, mas recebeu poucas bolas. Quando era acionado, criava boas situações. Estava jogando de meia-atacante, era o mais próximo do atacante, se aproxima para fazer tabela, achar passe, natural que esteja próximo.

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Fonte: Ge.com