Na chegada ao Bahia, o atacante Maikon Leite deixou claro que um dos seus objetivos no clube é “ser o jogador que sempre foi”. De início promissor no futebol, quando teve bons momentos por Santos, Palmeiras e Sport, Maikon teve presença regular nestes times e sequência de jogos. Algo bem diferente dos últimos trabalhos no Al-Shaab, dos Emirados Árabes Unidos, e Toluca, do México, onde teve passagens discretas. Contudo, pelo menos até o momento, pouco se viu no Bahia do Maikon Leite do início de carreira.

O atacante sofreu um estiramento do gastrocnêmico, uma musculatura atrás do joelho, em junho. Recuperado do problema, ele diz que já está em condição de entrar em campo e deixa a decisão nas mãos do técnico Jorginho.

- Acredito que estou apto. Trabalhei uns dias com bola, não senti nada onde tive a lesão. É esperar agora o momento e ser relacionado. Agora só depende do Jorginho. Estou trabalhando, me sentindo bem, sem dor. Agora é ver quando ele quer contar comigo. Estou pronto - garante.

Mas a lesão não foi a única razão para o baixo aproveitamento de Maikon Leite no Bahia. Mesmo antes de se machucar, o atacante ocupou o banco de reservas e poucas vezes entrou em campo na temporada. O último jogo dele com foi contra o Vasco, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, há quase dois meses. Contratado em fevereiro, Maikon participou de nove jogos pelo Tricolor, dois como titular. Ao todo, foram 252 minutos em campo e nenhum gol marcado.

No dia da apresentação do atacante como novo reforço do clube, o diretor de futebol do Bahia, Diego Cerri, deixou claro que Maikon Leite passaria por um período especial de preparação antes de estrear. À época, o diretor justificou a decisão pelo nível de trabalho físico realizado pelo jogador fora do Brasil. Por isso, o atacante fez sua estreia um mês depois da apresentação, em março, contra o Paraná, pela Copa do Brasil. Maikon Leite acredita que a sua condição física foi a principal dificuldade na chegada ao Bahia.

- Prejudica para qualquer jogador porque o futebol brasileiro tem toda uma estrutura de fisioterapia, trabalho físico. Fora, eles não pensam muito nisso. Jogador precisa disso e, quando vai ver, ficou para trás. Quando voltei para o Bahia, pelo projeto, eles me abraçaram. Independente de ter jogado muito ou pouco, tenho que agradecer ao Bahia. E agora é voltar ao meu 100% para poder brigar por posição e jogar. [...] Não estava 100%, problema de adaptação ao Brasil, fiquei quase dois anos fora. Estava precisando ganhar força. Em alguns momentos, o clube em decisões, o Guto teve outras opções e eu tive que esperar o momento. Agora voltou só o Brasileiro, que é outro tipo de situação, outro treinador, tive o problema. É como eu falei. Passou, são coisas do futebol. Agora estou pronto e espero poder voltar a jogar

Apesar do período especial de preparação física, Maikon Leite não conseguiu retomar o nível de exibição de outros tempos e regularmente frequentou o banco. Logo depois da estreia contra o Paraná, o então técnico do Bahia, Guto Ferreira, justificou a decisão de manter Maikon Leite na reserva.

- Vejo o resultado do dia a dia. Porque, se eu colocar e ele não der a reposta, a crítica vem sobre mim. “Se não estava bem, por que colocou?”. Faço com que chegue no patamar que possa ajudar... - explicou o treinador.

A situação de Maikon Leite não melhorou com o tempo, e ele seguiu no banco de reservas. Mesmo após a chegada do técnico Jorginho, o atacante continuou pouco aproveitado. Além do jogo contra o Vasco, quando entrou em campo pela última vez, Maikon foi relacionado para outras seis partidas do Brasileirão. Em todas foi preterido pelos demais atacantes do grupo.

[caption id="attachment_31938" align="aligncenter" width="730"] Maikon Leite em treino do Bahia (Foto: Felipe Oliveira/ Divulgação/EC Bahia)[/caption]

Em baixa, Maikon Leite viu reforços que chegaram depois dele ganharem oportunidades. O atacante Mendoza, por exemplo, que desembarcou em Salvador em junho e atua na mesma posição, já chegou ao mesmo número de jogos realizados por Maikon em toda a temporada: nove. Vinicius jogou 11 vezes e Ferrareis, sete.

- A concorrência aumenta, isso é normal. O clube teve alguns jogos sem vencer e é natural que contrate. Está todo mundo aí para somar - afirma Maikon Leite.

O atacante garante que não ficou desanimado pelo número baixo de jogos pelo time, porém, reconhece que a situação incomodava.

- Não é desânimo. Jogador fica chateado por não jogar. Ninguém fica contente. Mas tem que respeitar o atleta que está jogando, ver o que está acontecendo e trabalhar.

Recomeço?

[caption id="attachment_36245" align="aligncenter" width="730"] Maikon Leite em post no Instagram (Foto: Reprodução/Instagram)[/caption]

Embora o início da passagem pelo Bahia não seja dos mais animadores, Maikon Leite mantém esperança de retomar os seus melhores momentos. Recuperado da lesão e em plena forma física, o atacante busca não somente ser utilizado novamente, como também ganhar a posição de titular.

- Hoje estou muito melhor que no início do ano. Não estava no meu 100% e por isso não consegui brigar por minha posição. Hoje me sinto bem e espero brigar por posição e ajudar muito o Bahia. [...] Quero voltar para ser titular. Não quero voltar para ser mais um jogador. Estando 100% posso brigar por isso, obviamente respeitando. E, se chegar o meu momento, espero estar 100% para não sair mais da equipe.

O otimismo de Maikon Leite pode ser visto nas redes sociais do atacante, que tem postado imagens da recuperação física. A legenda da última, publicada na segunda-feira, diz: “O obstáculo faz parte e o melhor está por vir”.

- O que está por vir é o Maikon Leite que todo mundo conhece, espera. A torcida sempre está me apoiando, falando que vai chegar a minha hora, desejando sorte. Quem está aqui sabe o meu dia a dia. Não estou de sacanagem, estou trabalhando e o melhor está por vir. Vou estar pronto - garante.

Fonte: Globo Esporte