José Steifel, presidente da Comissão de Arbitragem do estado, rebate declaração de atacante do Bahia, que questionou "árbitro do Piauí" em jogo importante da Série B

[caption id="attachment_28244" align="alignleft" width="300"] Antônio Dib saiu de campo criticado por gol ilegal do Londrina (Foto: Robson Vilela/ Agência Estado)[/caption]

O árbitro piauiense Antônio Dib Moraes de Sousa saiu de campo na noite desta terça-feira bastante criticado após a derrota do Bahia para o Londrina por 1 a 0, em jogo válido pela 29ª rodada da Série B em confronto direto na briga pelo G-4. O atacante Hernane e o técnico Guto Ferreira questionaram a escolha de um árbitro do Piauí para uma partida desta importância. Presidente da comissão de arbitragem do estado, José Steifel rebateu as acusações e defendeu a atuação de Dib.

A reclamação se deu pelo lance do gol da equipe paranaense, em que o volante Anderson, impedido, cabeceou para o fundo das redes. O lance foi o principal motivo das críticas, em que tanto o técnico quanto o atacante criticaram a escolha de “mandar um árbitro do Piauí” para um jogo decisivo da segunda divisão nacional. Para Steifel, as afirmações feitas refletem preconceito contra o estado.

- Declaração preconceituosa. Árbitros do Piauí recebem o mesmo curso que os árbitros de São Paulo, Bahia... Erro é humano. Falaram bobagem, não sabem nem o que estão falando – diz Steifel.

Segundo ele, o erro de Antônio Dib no lance foi compreensível, dada às circunstâncias em que aconteceu o gol. Em uma cobrança de falta, a bola foi levantada na área entre vários jogadores das duas equipes.

- Eu assisti ao jogo todo. A TV colocou o lance do gol umas 10 vezes e os comentaristas deram opinião. Agora imagina o árbitro que só vê uma vez. É difícil para o olho humano. O assistente no lance do gol não assinalou o impedimento, tinha um “bolo” de jogador no lance – afirma.

Falando sobre os 90 minutos, Steifel mantém a defesa da atuação do árbitro piauiense.

- Foi tecnicamente muito boa. Ajustes pequenos, mas que não comprometem – analisa.

Outro lado

Após receber várias críticas pela declaração, sendo acusado de preconceituoso, o atacante Hernane fez uma postagem em uma rede social afirmando que sua crítica havia sido pelo aspecto técnico, justificando que o Piauí não possui grande relevância no futebol nacional.

- Esclarecendo, a minha opinião sobre o árbitro tem única e exclusivamente uma análise técnica. Soube que ele apitou pouquíssimos jogos nesse ano e atua num estado que reconhecidamente o campeonato tem partidas com menos peso do que um brasileiro. Quem está falando em preconceito deveria lembrar de onde vim, por sinal, tenho muito orgulho da minha origem nordestina. Vamos continuar lutando para conquistar nossos objetivos, e ultrapassando essas barreiras – escreveu o jogador.

[caption id="attachment_28243" align="aligncenter" width="690"] Hernane Brocador se defende de acusação de preconceito (Foto: Reprodução/Instagram)[/caption]

Árbitro categoria 1 da CBF, Antônio Dib atuou em 19 partidas este ano, sendo dez como árbitro principal e as demais como quarto árbitro. Os jogos estão espalhados entre as Séries B, C e D do Campeonato Brasileiro, além de Copa do Brasil, Copa do Nordeste e Campeonato Brasileiro Feminino.

Segunda polêmica

Outro árbitro do Piauí havia sido questionado recentemente. No último fim de semana, Antônio Santos Nunes apitou a final da Série D entre Volta Redonda e CSA, no Rio de Janeiro. O presidente da FERJ questionou a escolha de Nunes, que até então havia apitado apenas cinco jogos em torneios nacionais em 2016.

Fonte: Ge.com