'Novela Romagnoli não arranhou nossa imagem', diz presidente do Bahia
Romagnoli é aplaudido por fãs do San Lorenzo durante a campanha na Libertadores
Da promessa da vinda do camisa 10 assim que a marca de 30 mil sócios fosse atingida, passando pela assinatura do pré-contrato, as divergências entre os departamentos de futebol e financeiro, as conversas com a Odebrecht sobre divisão de salários e chegando, enfim, ao rompimento do acordo nesta quinta-feira. A novela Romagnoli definitivamente não deixará saudade no Bahia. Mesmo assim, diante das circunstâncias que acompanharam seus últimos capítulos, o presidente tricolor Fernando Schmidt analisa como positivo o seu desfecho.
Ele nega que a imagem do clube tenha ficado arranhada por todo o suspense que marcou o desembarque do meia-atacante em Salvador nesta semana, a festa feita no aeroporto e o seu retorno para Buenos Aires sem entrar em campo.
"Não acredito que ficou, não. O Romagnoli não queria jogar no Bahia. A realidade não é estática, é dinâmica", afirma Schmidt ao ESPN.
A princípio, o veterano de 33 anos teria de se apresentar no Fazendão no dia 1 de julho, porém, com o sucesso do San Lorenzo, seu atual clube, na Libertadores, decidiu à revelia não cumprir o acordado no começo do ano e seguir atuando por seu time de coração.
O roteiro ganhou, então, contornos dramáticos para o Bahia.
A partir desse momento, amadureceu nos corredores a ideia de não contar mais com o argentino e acioná-lo na Fifa - o que seria feito posteriormente. Além da falta de palavra do reforço prometido à torcida, pesou a informação de que ele carregava problemas graves em ambos os joelhos. O título continental do San Lorenzo e a pressão pela má campanha no Brasileiro colocaram a diretoria numa encruzilhada, no entanto.
Resolvida nesta semana com o pagamento pelo atleta de 50% da multa contratual e a devolução das luvas recebidas na assinatura do vínculo: um total de R$ 670 mil (R$ 500 mil mais R$ 170 mil).
"Quando ele assinou o pré-contrato, a realidade do San Lorenzo era uma, agora é outra. Demos conhecimento à Fifa de tudo que aconteceu e o que ele queria era fazer uma negociação que permitisse o pagamento da multa em troca do não compromisso de continuar. Ao Bahia, não interessava um jogador que viesse de má vontade. Nos interessava, no fim das contas, fazer um bom acordo. Quando se encaminha a questão para a Justiça, pode-se ganhar ou não o que se propôs. Acho que chegamos a um denominador comum", diz o presidente Fernando Schmidt.
Para romper o seu contrato, Romagnoli chegou a recrutar até mesmo um agente brasileiro para auxiliá-lo nas conversas.
Com um novo vínculo no San Lorenzo, o meia-atacante retornou para o atual campeão da Libertadores com o objetivo cumprido de poder disputar o Mundial de Clubes no fim da temporada.