Público nos estaduais é pior do que no Vietnã, na Malásia e na quarta divisão inglesa
Número mais baixo é o do Rio Grande do Sul: Gauchão perde até para a segundona sueca
No país do futebol, nem mesmo a força de camisas centenárias é suficiente para garantir estádio cheio na época do calendário dominado pelos campeonatos estaduais. Até o início de maio, quando o Brasileirão começar, os 12 grandes serão reféns de público baixo em praticamente todos os jogos. O vazio nas arquibancadas, segundo levantamento do Correio Braziliense, faz com que os quatro principais regionais do país mantenham média de público inferior aos torneios de quatro países que jamais disputaram a Copa do Mundo: Malásia, Tailândia, Uzbequistão e Vietnã.
Os números consideram o público pagante de todos os jogos desde 2010 em todos os estaduais e os compara com os de países com menos tradição no futebol e com as divisões de acesso dos principais países. Juntos, os estaduais de Minas Gerais, de São Paulo, do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro tiveram média de 4.273 torcedores nesta década. O número ainda é inferior aos das segundas divisões da China, da Escócia, da Espanha, da França e do Japão; da terceira divisão da Alemanha; e até da quarta divisão da Inglaterra.
Dos quatro principais estaduais do Brasil, aquele que concentra maior público é o Paulista, com média de 5.604 pagantes por compromisso nas últimas cinco edições — ainda assim, o número é menor do que o dos campeonatos da Bélgica, da Indonésia, do Irã e de Israel. A situação mais crítica está no Rio Grande do Sul, onde os 2.286 pagantes são insuficientes para superar Cazaquistão, Croácia e Chipre — além das segundas divisões da Holanda, da Rússia e da Suécia.