Platini planeja criar ‘força policial esportiva’ para conter hooliganismo
A ascensão do hooliganismo tem assustado em algumas ligas do futebol europeu. Incidentes na Grécia fizeram o governo local interromper as competições há um mês e, mais recentemente, uma partida da Copa da Grécia teve que ser interrompida por invasão ao gramado. Temendo que a violência ganhe ainda mais força e se espalhe pelo Velho Continente, o presidente da Uefa, Michel Platini, pensa em criar uma instituição específica para este tipo de problema.
“O nacionalismo e o extremismo estão sendo observados atentamente nos estádios”, garante, pedindo apoio. “São batalhas que só podem ser vencidas com a ajuda de autoridades públicas. Tenho visto certas cenas que acreditava terem ficado para trás”, admite o ex-jogador, que atuou entre os Anos 70 e 80, décadas marcadas por dias negros neste sentido.
Platini viu de perto a Tragédia de Heysel, em 1985. Defendeu a Juventus na final da Liga dos Campeões daquele ano, tendo presenciado a 39 mortes e número desconhecido de feridos – grande parte deles nas arquibancadas. Por isso os lamentos pela volta do hooliganismo às páginas policiais. “Alguns de nós presenciamos o passado em primeira mão. No meu casso, foi exatamente há 30 anos”, lembra o francês.
Platini tenta inovar combate à violência para que futebol europeu fuja de dias negros (Foto: Joe Klamar - AFP)
“Ninguém quer repetir aquele tipo de acontecimento. Precisamos de punições mais duras, em nível europeu e, digo novamente, a criação de uma força policial exclusiva do esporte”, entende Platini, que promete fazer de tudo para que a Europa não repita os anos em que “hooligans e todo tipo de fanáticos eram quem dava as cartas em alguns estádios”.
Sem candidato opositor, nesta terça-feira Platini foi reeleito para seu terceiro mandato à frente da Uefa. Desta forma ele permanece no principal cargo executivo do futebol europeu até 2019, tempo suficiente para endurecer as regras contra a violência.