Após 'frango', Bahia luta para não ficar 'de bode'
Vitória da Conquista meteu uma chifrada bonita no tricolor de 3x0 e, agora, leva uma boa vantagem para o jogo de volta, na Fonte Nova
Nem o mais otimista torcedor do Vitória da Conquista apostava em um resultado como o de ontem, pelo jogo de ida para a final do Campeonato Baiano. O Bode não tomou o menor conhecimento de quem era o Bahia e foi para cima. Meteu uma chifrada bonita no tricolor de 3x0 e, agora, leva uma boa vantagem para o jogo de volta, na Fonte Nova.
Bruno Paulista disputa no alto com André Beleza, do Vitória da Conquista, enquanto Tiago Real e Pittoni observam. Bode faz valer o mando de campo e leva vantagem para a Fonte Nova (Eliezer Oliveira/Futura Press/Estadão Conteúdo)
O desenho do que seria a partida começou a ser esboçado ainda no primeiro tempo. A partir dos 20 minutos de jogo, só deu Bode em campo. O Conquista mostrou por que é a única equipe invicta do estadual. Organizado, soube usar seu poder de marcação e velocidade para anular o Bahia, que estava irreconhecível em campo.
No bom baianês, o Vitória da Conquista é o guri do estadual. Tem apenas 10 anos de fundação e, como qualquer criança dessa idade, deu trabalho e mostrou que tem pique. Caçula do Baiano, botou a mão na taça e espera poder erguê-la pela primeira vez. Caso mantenha a vantagem no próximo jogo, será uma conquista inédita para o clube.
O clima é de alegria total entre os jogadores, mas eles preferem deixar a euforia apenas com os torcedores - que, por sinal, estavam tão empolgados que deixaram o Lomanto Júnior aos gritos de “ão ão ão, segunda divisão”, para provocar o rival.
Um dos mais discretos ao deixar o gramado foi o volante Fausto, autor do primeiro gol alviverde. Vice do Baiano duas vezes seguidas, quando defendia o Bahia, em 2007 e 2008, ele prefere não falar nada e soltar o grito de campeão preso na garganta.
Famoso por sempre provocar o tricolor, o goleiro Viáfara também foi sereno. Ele, que poderia brincar com o nome da torcida organizada do Conquista e dizer que jogaram Criptonita no Super-Homem, se conteve. “Não quero provocar ninguém. O Bahia é favorito e não podemos nos empolgar. O maior defeito dos clubes do interior é esse. Faz o placar e comemora antes; aí leva porrada”, analisa.
No Bahia, depois de ter que lidar com o frango, agora é tentar não ficar de bode. O tricolor tem mais dois jogos decisivos pela frente e precisa reagir.