Na tarde desta quarta-feira (21), o técnico Enderson Moreira concedeu entrevista coletiva no Fazendão. O treinador falou sobre o próximo desafio do Bahia, que enfrenta o Fluminense nesta quinta-feira (22), na Arena Fonte Nova. Para a partida, ele preferiu não garantir a presença dos atacantes Gilberto e Edigar Junio, que sentem dores e necessitam de um maior cuidado.

Enderson Moreira disse que Gilberto está recuperado da lesão no joelho que o deixou quase um mês sem jogar, mas o atacante ainda sente uma dor aguda ao realizar certos movimentos:

Acho que até que o jogo dele foi melhor do que tem apresentado nos treinamentos em termo de mobilidade. Gilberto é um cara muito focado. Mas ele ainda não está totalmente recuperado. Não é que ele não esteja recuperado. Ele está, mas é uma lesão que ainda traz dor em determinado movimento do pé, quando pega na ponta, em finalização chapada. É uma dor aguda, forte. Então você às vezes joga e treina com receio para não sofrer a dor. Só nesse quesito ele está passando por processo para tentar esquecer isso. Queremos contar o mais rápido possível com ele para iniciar uma partida. Não sabemos ainda se vai ser possível para essa ou para as últimas duas partidas.

Após a derrota para o Atlético-MG, no último sábado (17), Enderson Moreira mostrou preocupação com o desgaste do volante Gregore, do meia Ramires e do atacante Edigar Junio. Questionado sobre o tema, o técnico disse que a situação do atacante é a única que ainda necessita de cuidados:

Acho que tivemos tempo suficiente para recuperação dos atletas. Estão bem melhores. O que quero observar um pouco é o Edigar Junio. Os outros conseguiram se recuperar bem. Só o Edigar que quero dar uma olhada. Já estão muito melhor. Jogamos domingo o Ba-Vi, depois quarta-feira contra o Ceará e em seguida o Atlético-MG, que não pudemos contar com vários atletas.

Apesar do Bahia estar em uma situação tranquila nestas últimas rodadas de Campeonato Brasileiro, Enderson Moreira seguiu com o seu costume de não revelar o time. Porém, o treinador garantiu que não haverá grandes surpresas entre os titulares que enfrentam o Fluminense:

Se eu fizer isso, não tem surpresa nenhuma amanhã [risos]. A gente não vai modificar muito da equipe que vocês acompanharam ontem no treinamento. Acima de tudo, a gente vai buscar fazer o maior número de pontos possíveis. É o que a gente vai brigar. Tem as questões financeiras que são importantes, mas o nosso desejo maior é terminar bem essa temporada, fazer bons jogos, buscar bons resultados. Vamos brigar muito. Não é fácil, porque você passa o ano todo com pressão absurda e, quando chega nessa parte, você ainda ficar cobrando dos atletas da mesma forma, intensidade. O que a gente quer entregar para o nosso torcedor são boas atuações, bons resultados.

O confronto entre Bahia e Fluminense acontece nesta quinta-feira, às 20h (horário de Salvador), na Arena Fonte Nova.

Confira o que Enderson Moreira declarou em entrevista coletiva

Objetivos pessoais
- Acho que a gente vai cumprindo etapas. A gente queria ficar fora da zona de rebaixamento. Estamos agora com possibilidade de confirmar a Sul-Americana. Se a gente conseguir isso, vai buscar outra coisa. A gente ainda queria estar na briga pela pré-Libertadores. Não me preocupo muito com metas pessoais, mas com metas do clube. Essa questão pessoal é muito menor que a questão do clube. Eu não me atenho a essas questões dos números pessoais. A gente pensa no clube acima de tudo.

Crise no Fluminense
- Foram duas passagens pelo Fluminense: 2011 e 2015. Clube que tenho carinho enorme, tenho amigos lá, pessoas que tenho respeito. Uma história bacana, que não foi longa, mas importante. Infelizmente o Fluminense, em algum momento, abriu mão de algumas coisas por conta do patrocinador. Agora essa retomada é difícil, você está acostumado a contar com tanta coisa e agora tem que fazer as coisas com as próprias pernas. O Fluminense passa por essa dificuldade a partir do momento que perde essa ajuda externa. Tem um trabalho de base fantástico. A gente lamenta muito, a questão financeira atrapalha. Todo profissional deseja receber o seu salário. Dizem que o jogador ganha muito, mas não interessa. Cada um faz o seu planejamento de acordo com o que você ganha. E o atleta não é como todo profissional que tem 30 anos para fazer o seu pé de meia. Muitos deles têm 10, 12 anos. A gente lamenta que na Série A alguns clubes estejam passando por isso.

Defesa
- Nos últimos oitos jogos tivemos quatro triunfos e apenas dois resultados ruins. Depende do recorte que faça. Vou lamentar o gol contra o Ceará, o do Atlético-MG. Acho que a gente não está desequilibrado. Geralmente quando não consegue o triunfo, perdemos por um gol de diferença. Às vezes a gente vai falhar também. O mais importante é fazer mais do que possa sofrer.

Gilberto e Edigar juntos
- É uma possibilidade que a gente sempre pensa, não para iniciar jogo. Uma situação específica. Acabou acontecendo contra o Atlético-MG, treinamos algumas vezes. É uma possibilidade que possa acontecer.

Consciência negra
- Vou colocar dois treinadores que acompanhei o trabalho e foram muito importantes para o Bahia: Cristóvão e Lula Pereira. A gente tem muito orgulho desses treinadores que conseguiram ultrapassar muitas coisas complicadas que nossa sociedade acaba impondo. Que possam ser lembrados sempre como grandes profissionais.