Com a diretoria do Bahia ainda na busca por um novo treinador, o auxiliar técnico Preto Casagrande vai comandar o Bahia na partida do próximo domingo, contra o São Paulo, na Arena Fonte Nova. Vai ser o segundo jogo de Preto à frente do Tricolor. No primeiro, ele conquistou um empate em 1 a 1 fora de casa contra a Chapecoense, na última quarta-feira.
Perto de mais um desafio à frente do Bahia, Preto reconhece que não tem sido fácil dar conta da responsabilidade. Contudo, as experiências de 15 anos como jogador de futebol e quase dois anos como auxiliar do clube o deixam preparado para a função.
- Posso te confessar que tenho dormido menos. Vivi isso a vida inteira, fui profissional por 15 anos, saí de casa com 15 anos. Estou há 20 anos na Bahia respirando futebol. Sempre respirando futebol, mesmo quando estava fora. Vivenciando isso agora, experiência nova, mas foi uma coisa que sempre imaginei: primeiro jogo, preleção, contato de treinamento. Mais de um ano e meio aqui como auxiliar e isso logicamente me ajudou muito para estar nesse momento preparado – afirma Preto.
Com 20 pontos e em 16º lugar na tabela do Brasileirão, o Bahia fará o famoso “jogo de seis pontos” contra o São Paulo. A equipe paulista abre a zona de rebaixamento com 19 pontos conquistados. Ainda sem definir o time titular tricolor, Preto afirma que tem estudado o adversário para traçar a melhor estratégia.
- Tive oportunidade de assistir ao jogo ontem. Sem dúvida nenhuma que o São Paulo vem para o tudo ou nada. Estamos próximos um do outro. É um jogo de seis pontos. Sabemos da qualidade do São Paulo. São jogadores de alto nível, jogaram na Europa, o Hernanes voltou. A gente tem que ter o máximo de atenção para não ser surpreendido. O Bahia tem uma forma de jogar que não tem como mudar, até pelo pouco tempo de trabalho. O Bahia sabe aquilo que pode fazer e conseguiu fazer. Tenho até amanhã para definir escalação. O esquema tático é o mesmo. A gente vai fazer um trabalho para tentar surpreender o São Paulo.
Uma das poucas certezas sobre o time titular do Bahia no domingo é que ele não terá o lateral-esquerdo Matheus Reis, suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo diante da Chapecoense. Recuperado de lesão, Armero é um dos cotados para assumir a posição.
- Tenho que observar o treino de hoje ainda. O Armero vem de lesão, treinou esses dias. A gente vai fazer um treino mais aberto hoje para ver a reação dele, se vai ter condição ou não de ir para o jogo domingo.
Outra certeza é que o atacante Rodrigão, em alta com a torcida e também com os companheiros, vai para a partida. O centroavante tem quatro gols em quatro jogos disputados pelo clube.
- Rodrigão não é surpresa porque o Bahia contratou ele porque viu qualidade. O que me surpreende é o relacionamento dele com os atletas, o Rodrigão do vestiário. Impressionante a liderança que ele tem de uma maneira dele, os gestos dele no treinamento, no dia a dia. Essa liderança ficou nítida e caiu como luva para nossa equipe. Motiva mais para o torcedor ir para a Fonte Nova. Nosso artilheiro caiu nas graças da torcida, mas também do elenco. Isso é o que precisava para o torcedor ir para a Fonte Nova no domingo.
O Bahia enfrenta o São Paulo às 16h (horário de Brasília) de domingo, na Fonte Nova. Confira aqui os valores dos ingressos.
[caption id="attachment_36554" align="aligncenter" width="730"]
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Preto Casagrande:
Importância do jogo
- Estamos disputando o mesmo campeonato e trata-se de uma decisão, uma final. O treinador que conseguir colocar isso na cabeça dos atletas vai sair com resultado melhor. Nós temos que ter sabedoria. Jogos difíceis não são somente decididos na vontade. Tem que ter inteligência, momento certo para atacar. Isso que nós vamos tirar dos atletas. Teremos uma mudança. O Matheus Reis não vai jogar. E vamos ter hoje e amanhã para definir da melhor forma.
Apoio da torcida
- Conquistar a confiança do torcedor, que tenho certeza que vai lotar a Fonte Nova domingo. A gente tem que ter tranquilidade, maturidade. Campeonato Brasileiro é decidido nos detalhes. Então, toda atenção é imprescindível para que a gente faça um bom jogo, tenha equilíbrio e possa triunfar na Fonte Nova.
Ambiente
- Acho que o ambiente é fundamental em qualquer setor, qualquer empresa. Principalmente essa última semana, me senti muito à vontade para comandar treino, conversar com atletas. Senti energia positiva, uma resposta dos atletas. Isso que me move, me motiva a cada dia estar buscando uma evolução, equilíbrio necessário para que a gente possa conquistar um triunfo que é o nosso objetivo maior.
Lembrança do São Paulo
- Acho que foi em 2003, que fiz um gol. Foi 3 a 0. Foi um dos gols mais difíceis que fiz na carreira porque foi um cruzamento contrário e peguei um sem pulo, um gol difícil. Mostrei para o meu filho. Ele disse que também faria. É uma lembrança que tive que fiz de um dos gols mais importantes e difíceis que fiz na carreira e triunfo expressivo contra o São Paulo.
Conhecimento absorvido com outros técnicos
- Muita coisa. Cada um tem uma filosofia de trabalho, método. Não são só eles. Tive mais de quinze treinadores na minha vida como jogador. Fui sempre observador. Tirei coisas boas de Paulo Autuori, Abel Braga, Vanderlei Luxemburgo, Evaristo de Macedo. O mais importante é esse ambiente bom que a gente tem no clube, esse convívio olho no olho. Isso que me deixa bastante esperançoso para fazer um bom jogo no domingo.
Fonte: Globo Esporte