Entrevista: Sérgio Soares cobra intensidade para Bahia dar certo em 2015
Treinador fala sobre formação do elenco, estilo de jogo e diz que pretende colocar em campo uma equipe que orgulhe o torcedor
Feijão não chamou ele de "chato" à toa. Na entrevista a seguir, o técnico Sérgio Soares deixa claro que quer ver o time do Bahia com intensidade nos treinos e nos jogos. E elogia o volante Souza, que vem do Cruzeiro: "Não erra passe".
Como você avalia o elenco do Bahia? Acha que esse ciclo inicial de contratações terminou?
Temos um time forte e o momento agora é de observar, principalmente, a evolução dos nossos atletas para que possamos avaliar no decorrer das competições e identificar se vamos precisar de algo mais para a temporada. Sempre converso com o Éder (Ferrari, gerente de futebol) e o Alexandre (Faria, diretor de futebol) sobre essas questões e vamos seguir atentos a tudo.
Seus treinos têm sido de muita disputa e intensidade entre os jogadores. É dessa forma que você gosta de trabalhar?
Acho que o futebol hoje é ocupação de espaço. Essa intensidade de jogo é a minha metodologia de trabalho. É essa filosofia que eu estou implementando no Bahia e é assim que eu penso o Bahia. É assim que se treina e é assim que se joga.
Como foi a resenha após a entrevista de Feijão, que te elogiou, mas reclamou da sua 'chatice'?
É bom saber que os jogadores estão sentindo essa cobrança. Quando eu era atleta, também era muito cobrado. Vanderlei Luxemburgo foi meu técnico no Palmeiras (em 1996) e também me cobrava muito, isso é bom. No ônibus, eu cheguei nele (Feijão) e falei: 'Tô pensando em te tirar do time (risos)'. Mas isso é muito bom, faz um ambiente muito salutar.
O que você ganha com a chegada do volante Souza? Como pensa em utilizá-lo?
Eu conheço Souza por ser de São Paulo e ele começou lá no Palmeiras. É um jogador que tem uma boa bola parada, faz bem a transição no meio campo e não erra passe. Acho que todo meio-campo precisa de um jogador assim. Penso em utilizar ele como segundo volante, ou até mesmo como primeiro. Vai depender da situação de jogo.
A saída de Pará traz a necessidade de contratar um jogador para a posição ou você acha que Raul e Carlos podem suprir essa carência na lateral esquerda?
Eu penso que é um momento de observar o Carlos. Não tenho receio em dar oportunidade aos garotos da base e ele vem treinando bem. Claro que o Bahia está sempre atento ao mercado, mas agora, a partir dos jogos, vamos identificando melhor se vamos precisar de mais alguma coisa lá na frente.
A chegada de Léo Gamalho supriu uma carência do ataque. Ele e Kieza podem jogar juntos ou devem brigar por posição?
Léo foi meu jogador no Barueri e também no Ceará, o conheço bem. Kieza é um jogador muito versátil, se movimenta bastante, sai bastante da área, gosta de procurar a tabela. Eu não vejo problemas em jogarem juntos.
Ansioso para a estreia?
Se não tiver esse friozinho na barriga tem que parar. Trabalhar com futebol depende disso. Eu digo sempre que é no jogo que você vai apresentar todo trabalho do dia a dia, tudo que você está fazendo.
O Bahia vai voltar a ser o Bahia na Fonte Nova, principalmente?
A ideia é que nossa casa seja um caldeirão e que criemos o maior nível de dificuldade pro adversário. Nós temos uma força unificada do torcedor coma nossa competência, então temos que fazer da Fonte Nova de fato a nossa casa.
Como tem sido sua vida em Salvador neste primeiro mês? Tem gostado da cidade?
Eu ainda não saí muito, já que estamos treinando muito forte nessa pré-temporada, quase em tempo integral. Deu pra almoçar um dia ali na (Bahia) Marina, fui comer um japonês que eu gosto bastante. Mas estou gostando da cidade sim.
Qual o recado que você tem para o torcedor, que está machucado pelo rebaixamento à Série B no ano passado?
Primeiro o maior respeito com a dor e o sentimento que o torcedor tem em função do que aconteceu no ano passado. Vamos trabalhar com muito empenho pra representar bem no campo de jogo. Um time que transpire para orgulhar o torcedor.