Victor Rangel. Capixaba, Centroavante, destro, 1,80m, 25 anos de idade. Essas são algumas das características do mais recente atleta contratado pelo Bahia para a sequência da disputa da Série B
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O atleta tricolor tem uma história diferente em relação aos outros jogadores do futebol nacional. Até os 17 anos de idade, o menino conhecido como Vitinho, sem uma formação na base, treinou em uma escolinha. Posteriormente, interrompeu o sonho para trabalhar como auxiliar administrativo. Com 19 anos, o atacante pediu demissão e fez um teste no Botafogo, mas foi reprovado em virtude da idade. Quando o sonho parecia ter tido um fim, a sua mãe, Dona Niselha, deu uma grande ajuda. "Quando voltei para o Espírito Santo, tive um teste no Vitória Capixaba graças a minha mãe, que foi lá no clube e arranjou esse teste. Foi muito importante e ela sabe o quanto sou grato por essa oportunidade", disse, em entrevista ao Bahia Notícias. Profissional e com passagens por Guarani de Palhoça, Grêmio e América Mineiro, Rangel agora espera se firmar no Esquadrão.
Espero escrever um capítulo bonito em minha história com o acesso e com muitos gols para cair nas graças da torcida - indicou.
Victor, para começar, gostaria que você falasse um pouco sobre a sua história como jogador de futebol.
É uma história longa. Meu começo foi atípico. Vim de um estado de onde o futebol é um pouco mais fraco. São poucos os tipos de apoio e os clubes passam momentos difíceis. Até os 17 anos joguei na escolinha, até que chegou um tempo que tive que dar uma interrompida no sonho. A cada dia que passava, o sonho aumentava, mas tive que trabalhar. Eu trabalhava de auxiliar administrativo em uma empresa e jogava bola depois do trabalho. Até que apareceu a oportunidade de fazer um teste e pedi demissão. Consegui profissionalizar. Tive alguns passos lentos e outros mais largos, até que tive um campeonato de destaque pelo Vitória Capixaba em 2012. Fui crescendo, tive oportunidades no Madureira, no Marcílio Dias, até que tive o auge com a artilharia do Campeonato Catarinense pelo Guarani de Palhoça. Isso me supervalorizou. Dos cinco grandes de Santa Catarina, quatro me queriam. Mas optei de ir para o Grêmio. Lá tive poucas oportunidades, o time estava encaixado. Depois eu fui para o América Mineiro e lá tive meu primeiro título como profissional. Agora estou contente de chegar no Bahia. Espero escrever um capítulo bonito em minha história com o acesso e com muitos gols para cair nas graças da torcida.
Essa pausa te atrapalhou muito?
Acho que sim. Eu lamento, mas é uma parte que já passou. Poderia ter jogado uma Copa São Paulo para ter visibilidade. Não joguei campeonatos de base. Poderia estar em um time de ponta que me permitisse estar no mercado. Essa falta de oportunidade no Espírito Santo me prejudicou. Mas é aquela história do brasileiro que não desiste nunca. Sempre batalhei, fui aguerrido e Deus está me recompensando.
Quando você parou, quem te incentivou a voltar?
Isso foi culpa da minha mãe (risos). Culpa pelo lado bom. Ela me incentivava a todo tempo. Ela foi fundamental. Quando voltei para o Espírito Santo, tive um teste no Vitória graças a minha mãe, que foi lá no clube e arranjou esse teste para mim. Foi muito importante e ela sabe o quanto sou grato por essa oportunidade. Tenho certeza que uma mãe faz tudo pelo seu filho e com ela não foi diferente.
Como você se define em campo?
Eu sou um atacante mais centralizado. Gosto de jogar mais pelo meio, flutuando entre os zagueiros. Sou um atacante de movimentação e finalização. Mas no início da carreira joguei pelo lado de campo. Conversei com o Guto [Ferreira] e me coloquei à disposição no lado de campo se fosse preciso. Foi assim na minha estreia [contra o Avaí]. Vamos em busca de vitórias e de gols.
Você emplacou uma boa sequência de gols no Guarani de Palhoça. O que aconteceu para não ter mantido o nível no Grêmio e no América-MG?
No Grêmio eu fiz apenas sete jogos e todos foram no decorrer dos jogos. O máximo que joguei foi 30 minutos. Jogava um jogo e passava cinco, seis para poder voltar. No América eu fiz 29 jogos e cinco gols. Desses 29, 20 foram como titular e os outros foram no começo do ano. Uma média de poucos gols, mas foram gols importantes. Fico contente por isso. Agora é vida nova.
Qual a primeira impressão que você teve do Bahia?
Desde que cheguei, fiquei impressionado pela estrutura que o clube tem. Em termos de fisiologia, fisioterapia e academia... Fiquei feliz de estar desfrutando de tudo isso. As impressões são as melhores possíveis.
Como avalia a sua estreia? Se sentiu bem em campo?
O principal foi estrear com vitória e isso me deixa contente. Se eu fizesse um gol seria perfeito, mas fiquei contente com o resultado. Não levamos gols e é bom para o pessoal da defesa. Espero que nos próximos jogos a gente consiga uma sequência para dar um salto e encostar no G-4. Temos que ter humildade, pé no chão. Jogo a jogo chegaremos lá. Estamos confiantes e trabalhando duro.
O que você pode falar sobre a recepção do grupo? Já tinha atuado com alguém do elenco?
Tenho uns amigos. Todos me receberam de maneira bem legal. O Tiago e o Allano eu tinha jogado contra no Campeonato Mineiro. O Juninho foi um dos que me receberam muito bem, até porque já tínhamos uma amizade. Mas todos me receberam muito bem, me deixaram à vontade, e eu quero ajudá-los dentro de campo.
Você tem contrato com o Bahia até o fim do ano. Pouco tempo para apresentar seu futebol?
Isso me motiva bastante para mostrar serviço e ficar para o próximo ano. Espero que a torcida fique feliz com meu rendimento e que isso gere uma permanência. Estou focado para fazer um bom campeonato. Quero ficar bastante tempo aqui, até porque estou muito feliz.
Como está vendo o grupo depois do resultado positivo contra o Avaí?
Desde que cheguei, vi todos motivados, mas vi um sentimento de ansiedade. Cheguei no fim da preparação de 15 dias e vi todos ansiosos para jogar contra o Atlético. Infelizmente o resultado não veio e isso gerou uma pressão entre nós mesmos. Mas depois de vencer o Avaí o peso saiu. Sinto os companheiros mais leves. Esperamos dar sequência de bons jogos.
Ansioso para encontrar com a torcida no jogo contra o Paraná?
Ainda não joguei na Fonte. No jogo contra o Bahia [quando atuava no América-MG, na Copa do Brasil], estava no primeiro jogo, mas não vim para Salvador. Estou um pouco ansioso. Fui na Arena contra o Atlético e estava com uma vontade enorme de jogar. Não vejo a hora de estar em campo, se é que o professor planeja que eu entre. Vou estar preparado para fazer o meu melhor.
Fonte: Bahia Noticias