Neste domingo (16), o Bahia empatou em 1 a 1 com o Palmeiras, na Arena Fonte Nova, pelo Campeonato Brasileiro. O técnico Enderson Moreira concedeu entrevista coletiva após a partida e lamentou o resultado. O Tricolor saiu na frente com um gol de Gilberto no primeiro tempo, conseguiu até se defender bem, mas perdeu chances para matar o jogo e acabou sofrendo o empate na segunda etapa, com um gol de Felipe Melo.

Enderson Moreira ressaltou a produção da equipe durante e disse ter visto o Bahia como o merecedor de um triunfo:

Não posso olhar para o jogo de hoje e dizer que minha equipe não produziu. Merecíamos um resultado diferente. Não posso enxergar que a equipe fez um jogo abaixo do Palmeiras de maneira nenhuma.

Enderson Moreira explicou uma das suas substituições na segunda etapa da partida. Lesionado, Elton deu lugar a Edson. De acordo com o treinador, o objetivo da mudança era ganhar em imposição física e melhorar no jogo aéreo:

Coloquei o Edson por opção de jogador com mais imposição física. Talvez o único caminho para o Palmeiras chegar no gol fosse a bola parada. Flávio não tem tanto poder no jogo aéreo. Queria manter esse poder. Nas características que tinha, era mais prudente colocar o Edson. E mesmo assim sofremos o gol de bola parada. Foi praticamente a única finalização no gol que o Palmeiras conseguiu. Claro que a gente deseja os três pontos, pode ser jogar mal e conquistar os três pontos.

O treinador tricolor falou sobre as chances perdidas pela equipe, especialmente no segundo tempo, quando a equipe não aproveitou as oportunidades criadas e sofreu o empate:

Não sei se podemos falar de terço final. O Palmeiras se jogou para a frente, colocaram Willian e Dudu. Dois jogadores que não estavam recompondo. O Lucas Lima também. Eles ficavam esperando um contra-ataque. O restante não avançou. O meio ficava aberto, a gente conseguia roubar a bola, mas até chegar no gol eles iam contemporizando, correndo para trás. Nem sempre conseguimos sair em velocidade e ser agressivos. Concordo com relação ao último passe. Se tivesse mais tranquilidade. Mas é a ansiedade de fazer o gol, conseguir o resultado. Queríamos entregar ao torcedor o triunfo. Tentamos de todas as formas. Infelizmente na bola parada sofremos o gol de empate.

Enderson Moreira também comentou sobre o desempenho de Ramires. O jovem meia, de apenas 18 anos, fez sua segunda partida como titular da equipe e teve um bom desempenho, dando a assistência para o gol marcado por Gilberto:

Acho que Ramires tem dado passos consistentes. Para lançar jogador jovem é necessário ter muita atenção, para não entusiasmar demais, para fazer a ascensão até a titularidade, realmente virar profissional de maneira tranquila. Sempre olho e vejo se ele se recupera bem. Vamos avaliar. No jogo passado ele sentiu o ritmo da partida. Hoje ele hoje atuou o jogo inteiro, com ótima participação. Ele está virando uma realidade, a gente fica feliz. Tem caminhado muito bem nesse sentido.

Com o empate, o Bahia caiu para a 14ª posição do Brasileiro, com 29 pontos conquistados. O Tricolor volta a campo na próxima quinta-feira (20), às 21h45, contra o Botafogo, na Arena Fonte Nova, pela Copa Sul-Americana. Pelo Brasileirão, o próximo compromisso é contra o Vasco, segunda-feira (24), às 20h, em São Januário.

Confira o que Enderson Moreira falou em entrevista coletiva

Vaias da torcida
- Gesticulei pedindo aplausos, o time se entregou de corpo e alma. O resultado não vem, mas a postura é boa. Não entrego só resultado. Gostaria de não ter empates na competição, ser só três pontos sempre. Mas isso é impossível. Posso sempre entregar uma equipe competitiva, que busca resultado a todo instante, com vocação para atacar, para enfrentar adversários de igual para igual. Isso o Bahia tem feito. Expectativa é sempre entregar conquistas e os três pontos. Sempre. Entendo a chateação, mas gostaria que eles reconhecessem o esforço que foi feito para enfrentar uma grande equipe. Não somos uma equipe que busca só o contra-ataques. O Palmeiras tem jogado fora de casa e vencido. Hoje eles estiveram muito perto de conhecer uma derrota. Temos que reconhecer a determinação, vontade dos atletas. Estamos trabalhando, tentando fazer o máximo, o melhor. Nosso torcedor é apaixonado, tenho orgulho de estar no Bahia. O que mais quero é entregar uma equipe que possa jogar bem e entregar os três pontos sempre. Não abro mão disso.

Douglas pediu para sair?
- Sinceramente desconheço. Temos departamento médico e médico. O treinador não toma conhecimento disso. Elton sentiu o músculo. Os três pediram para sair. Não mantenho jogador que não tenha condição de participar. Se algum jogador não tinha condição e não relatou, não tinha como saber. Quando acabou o primeiro tempo, depois da avaliação, ele [o médico] só falou da questão do Élber, foi quando fizemos a modificação. (...) Ele não relatou que não tinha condição. Você queria que eu tirasse um goleiro para colocar outro sem ele pedir para sair? (...) Ele não passou nada. Não tem nada disso. O jogador joga enquanto tiver condições. Ele falhou em algum lance?

Erros na bola parada
- Bola parada é sempre situação que a gente tenta levar vantagem e nãos sofrer os gols. A gente não é uma equipe que toma muitos gols de bola parada. Felipe Melo veio de longe, a gente disputou, a bola não foi direta para o gol, pegou no Grolli e foi no gol. A gente disputou, ele teve sorte no lance.

Botafogo
- Primeiro na quinta é jogo em casa, sei que é difícil pedir isso ao torcedor, que saiu de um dia como hoje, sem ter conquistado os três pontos, que eram extremamente importantes. Mas preciso colocar que precisamos dessa energia. É outra competição, onde o Bahia está muito vivo, tem capacidade de fazer dois bons jogos. Vai ser jogo difícil. Precisamos que continuem nos ajudando, nos apoiando, incentivado. Fizeram festa maravilhosa hoje. A gente queria entregar um grande resultado. Infelizmente não aconteceu. Espero que possam nos ajudar nesse momento. Partida em casa, a gente precisa ir bem, conquistar uma vantagem. Sabemos da dificuldade que é jogar fora.

Ramires
Falei com o Ramires para não tentar muito drible ou situações próximas do Felipe Melo, que é potente nisso. Tocar e sair em velocidade, não ir para o enfrentamento corpo a corpo, onde ele perderia todas. Ele acabou fazendo isso. Ele é um jogador que já tinha treinado com os profissionais, assim como outros tantos que estão treinando. A gente tem essa atenção com a base, de poder observar esses atletas. Tanto o Cláudio Prates quanto o Pablo Fernandez estão integrados ao trabalho do profissional. A gente conversou sobre a possibilidade. Ele estava treinando bem. A gente sentia que é um jogador interessante, fomos testando até tomar a decisão de colocá-lo. Mérito dele o que tem conquistado. Minutos jogados e oportunidades depende mais do jogador do que do treinador.