Década de 1930

No ano de 1930, ex-atletas da Associação Atlética da Bahia e do Clube Bahiano de Tênis, descontentes com o fechamento do departamento de futebol dos dois clubes naquele ano, decidiram fundar um novo clube. As primeiras discussões para que isso ocorresse aconteceram no feriado de 8 de dezembro. Quatro dias depois, ocorreu a primeira reunião para que fosse criado esse novo clube. Cerca de 70 pessoas se reuniram em um casarão na Avenida Princesa Isabel e definiram as cores do clube (azul, vermelho e branco), além do uniforme (camisa branca, calção azul e faixa vermelha na cintura).

No dia 1º de janeiro de 1931, surgia oficialmente o Esporte Clube Bahia! Em uma reunião em uma casa na Rua Carlos Gomes, com presença de pessoas de vários setores da sociedade, incluindo os mais populares, o clube foi batizado, recebeu o escudo que ostenta até hoje (inspirado no do Corinthians, mas com as cores do estado da Bahia) e elegeu Waldemar Costa como o seu primeiro presidente. O lema do clube era "Nascido para Vencer".

Após se filiar à federação estadual, o Tricolor realizou a sua primeira partida no dia 1º de março de 1931, vencendo o Ypiranga por 2 a 0, com gols de Bayma e Guarany. No mesmo dia, o Bahia conquistou o primeiro título da sua história: o Torneio Início. Ainda no primeiro ano da sua história, o clube conquistaria, de forma invicta, o seu primeiro Campeonato Baiano.

Em 1931, o Bahia ainda realizou o seu primeiro jogo intermunicipal, vencendo por 5 a 4 o Vitória de Ilhéus, o seu primeiro jogo interestadual, vencendo o Sergipe por 2 a 0, e o seu primeiro jogo internacional, contra o Sud América, do Uruguai.

No dia 18 de setembro de 1932, aconteceu o primeiro clássico Ba-Vi, que terminou com o triunfo tricolor por 3 a 0, com gols de Gambarrota e Raul Coringa (2).

Mesmo com crises na diretoria em 1932 e 1937, o Bahia conseguiu conquistar cinco vezes o Campeonato Baiano nessa década (1931, 1933, 1934, 1936 e 1938), além de cinco edições do Torneio Início (1931, 1932, 1934, 1937 e 1938).

Além disso, na década de 1930, o Bahia teve o seu primeiro jogador convocado à Seleção Brasileira, o meia Armandinho, em 1934.

Para fechar a década com chave de ouro, o clube ainda conseguiu a sua maior goleada em Ba-Vis, vencendo o rival Vitória por 10 a 1, no dia 9 de dezembro de 1939. O atacante Vareta marcou cinco gols nesta partida.

Década de 1940

Em 1940, o Bahia inicia a década conquistando de forma invicta, pela segunda vez na sua história, o Campeonato Baiano, contando com três jogadores estrangeiros: os argentinos Papetti e Bianchi, e o italiano Avalle.

Porém, nos anos seguintes, o clube sofre uma das maiores crises financeiras da sua história, quase indo à falência e sendo despejado da sua sede na Avenida Princesa Isabel.

A situação só melhora em 1944, com a chegada do presidente Zelito Bahia Ramos. O Tricolor passou a ter uma nova sede, no bairro do Canela, e voltou a conquistar o título estadual, após um tricampeonato do Galícia.

No mesmo ano de 1944, Adroaldo Ribeiro Costa compõe o Hino do Bahia, considerado pelo historiador Cid Teixeira, a composição mais popular da história do estado, ao lado do Hino ao Senhor do Bonfim.

Nesta década, o Bahia voltou a conquistar o Campeonato Baiano em 1945, 1947, 1948 e 1949, se sagrando, pela primeira vez, tricampeão estadual. E, em 1948, conquistou o Torneio dos Campeões do Nordeste, vencendo o Santa Cruz na decisão.

Além disso, em 1946, o clube recebeu o seu apelido mais famoso: “Esquadrão de Aço”. O ex-jogador do clube e jornalista Aristóteles Góes utiliza a expressão em manchete no jornal A Tarde.

Década de 1950

O Bahia iniciou a década sendo o primeiro tetracampeão baiano da história, vencendo o Vitória na final do estadual de 1950.

Em 28 de janeiro de 1951, o futebol baiano é revolucionado com a inauguração do Estádio da Bahia, que anos depois, seria rebatizado de Otávio Mangabeira, e que é conhecido por todos como Fonte Nova. No dia da inauguração do estádio, foi disputado o Torneio Otávio Mangabeira, com sete equipes da capital baiana. O Bahia venceu o Botafogo nas semis e o Vitória na final, se sagrando como o primeiro campeão da história da Fonte Nova.

Na década, o Tricolor manteve uma hegemonia estadual, conquistando o Campeonato Baiano em seis ocasiões (1950, 1952, 1954, 1956, 1958 e 1959).

Em 1959, o Bahia encerrou a década da melhor forma possível: se sagrando o primeiro campeão brasileiro da história!

Naquele ano, a Confederação Brasileira de Desportos criou a Taça Brasil, primeira competição nacional de clubes do país. O campeão teria vaga na primeira Taça Libertadores da América, competição criada pela Conmebol, que seria disputada pela primeira vez em 1960.

A Taça Brasil de 1959 teve 16 participantes que se classificaram por terem sido campeões estaduais no ano anterior. O sistema era de mata-mata, com as primeiras fases regionais, e os campeões paulista e carioca entrando apenas nas semifinais.

No Grupo Nordeste, o Tricolor estreou enfrentando o CSA, de Alagoas, e conseguiu a classificação com dois triunfos: 5 a 0 em Maceió, e 2 a 0 em Salvador. Na decisão do grupo, o Bahia enfrentou o Ceará: após dois empates (0 a 0 em Fortaleza e 2 a 2 em Salvador), ocorreu um jogo desempate na Fonte Nova, com triunfo tricolor por 2 a 1.

Nas quartas de final da competição, o Bahia iria enfrentar o Sport, campeão do Grupo Norte. O Tricolor venceu por 3 a 2 em Salvador, mas foi goleado por 6 a 0 no Recife. No jogo desempate, no Recife, o Bahia conseguiu se vingar e venceu por 2 a 0.

Nas semifinais, o Tricolor iria enfrentar o poderoso Vasco. Em pleno Maracanã, o Bahia venceu por 1 a 0. Mas, na Fonte Nova, deu Vasco: 2 a 1. No jogo desempate, em Salvador, o Tricolor venceu por 1 a 0 e se classificou à final.

Na grande decisão, o Bahia iria enfrentar o Santos, de Pelé, Coutinho e cia. O jogo de ida aconteceu na Vila Belmiro, no dia 10 de dezembro. O Tricolor não tomou conhecimento do rival e venceu por 3 a 2, com gols de Biriba e Alencar (2). No dia 30 de dezembro, ocorreu o jogo de volta na Fonte Nova, e o triunfo foi do Santos: 2 a 0.

Um jogo desempate seria marcado, mas como o Santos iria realizar uma excursão na Europa, a grande decisão só pôde acontecer no dia 29 de março de 1960. Neste meio tempo, o Bahia trocou seu técnico Geninho pelo argentino Carlos Volante. Já o Santos não poderia contar com Pelé, que se machucou durante a excursão.

Na grande final, no Maracanã, o Bahia venceu por 3 a 1, com gols de Vicente, Léo e Alencar, e conquistou o título da Taça Brasil! Na decisão, o Tricolor jogou com Nadinho; Nenzinho, Henrique e Beto; Flávio e Vicente; Marito, Alencar, Léo, Mário e Biriba.

O presidente do time à época do título era Osório Villas Boas. O atacante Léo foi o artilheiro da competição, com 8 gols.

Apenas em 2010, a CBF unificou os títulos de Taça Brasil com os do Campeonato Brasileiro. Foi só aí que, oficialmente, o Bahia foi reconhecido como o primeiro campeão brasileiro.

Década de 1960

Em 1960, o Bahia foi o primeiro clube brasileiro a disputar a Taça Libertadores da América. A participação do Tricolor foi curta, já que o clube foi eliminado no seu primeiro confronto, contra o San Lorenzo, da Argentina. O clube argentino venceu por 3 a 0, em Buenos Aires. No jogo de volta, o Tricolor venceu na Fonte Nova por 3 a 2, mas no placar agregado, acabou sendo eliminado.

Ao ganhar os campeonatos estaduais de 1960, 1961 e 1962, o Tricolor conquistou o seu primeiro pentacampeonato baiano. Porém, depois disso, o clube entrou em um jejum, só vencendo o título em 1967 até o final da década.

O Bahia também foi duas vezes finalista da Taça Brasil, em 1961 e 1963. Porém, nas duas ocasiões, foi derrotado pelo Santos.

Pelo vice-campeonato em 1963, o Bahia participou pela segunda vez da Taça Libertadores em 1964, porém o Tricolor foi eliminado na primeira fase pelo Deportivo Italia, da Venezuela.

Década de 1970

Na década seguinte, o Tricolor retomou a hegemonia estadual. Entre 1970 e 1979, a equipe conquistou nove dos dez campeonatos baianos disputados, incluindo o célebre heptacampeonato estadual.

O Bahia iniciou a década com um bicampeonato em 1970 e 1971, contando com o ídolo argentino José Sanfilippo e nomes como Sapatão, Roberto Rebouças, Baiaco e Elizeu.

Em 1972, o Tricolor perdeu o estadual para o Vitória nos pênaltis, mas este foi o único ano na década em que o clube não venceu o Baiano.

A partir de 1973, o domínio: o clube conseguiu um inédito e nunca repetido heptacampeonato estadual. Entre 1973 e 1979, o Bahia desfilou nos gramados baianos, contando com muitos dos maiores ídolos da sua história, como Beijoca, Douglas e Fito. Os dois últimos, somados a Baiaco, Romero e Sapatão, são os únicos atletas a terem participado dos sete títulos.

Destes sete anos, podem se destacar o título invicto de 1975 e a conquista do hepta em 1979, quando o Bahia enfrentou o Vitória, que tinha a vantagem do empate. Porém, o Tricolor conquistou o título em um chute despretensioso de Fito que entrou graças ao frango sofrido pelo goleiro rubro-negro Gelson.

No heptacampeonato tricolor, o clube realizou 228 partidas pelo estadual, com 142 triunfos, 75 empates e apenas 11 derrotas. O clube marcou 419 gols e sofreu 102.

Década de 1980

Na década de 1980, o Bahia manteve a sua hegemonia estadual e voltou a ser campeão nacional.

No âmbito estadual, após a perda do título baiano de 1980 pro rival Vitória, o Tricolor voltou com tudo e conquistou um tetracampeonato estadual entre 1981 e 1984. O grande nome destes títulos foi o do pequenino atacante Osni. Quinto maior artilheiro da história do Bahia, ele foi duas vezes artilheiro do campeonato estadual com a camisa tricolor, além de ter acumulado as funções de jogador e treinador na conquista de 1984.

Após a perda do estadual de 1985 pro Vitória, o Tricolor conquistou um tricampeonato entre 1986 e 1988 com a base que seria utilizada na conquista do título brasileiro, com nomes como Bobô e Zé Carlos.

Nacionalmente, o Bahia não vinha se destacando muito no Campeonato Brasileiro. Esta realidade começou a mudar em 1986, quando o Tricolor alcançou as quartas de final da competição, sendo eliminado pelo Guarani, e terminando a competição na quinta colocação.

No ano seguinte, o clube foi o único representante nordestino na criação do Clube dos 13, que juntou os maiores times do país para a criação da polêmica Copa União.

Até que veio o grande momento: o título brasileiro de 1988!

Na segunda edição da Copa União, o Tricolor foi um dos 24 participantes, que eram divididos em dois grupos. No primeiro turno, as equipes jogavam contra os times do outro grupo, e no segundo turno, jogavam dentro do próprio. Os dois primeiros colocados de grupo ao final de cada turno se classificavam para as quartas de final.

No Grupo B da competição, o Bahia terminou na 3ª colocação no primeiro turno e na 4ª no segundo. Como o Vasco liderou o grupo nos dois turnos, abriu-se uma vaga nas quartas de final, que o Bahia conquistou por ter feito a melhor campanha entre os não-classificados.

Nas quartas de final, já disputadas em 1989, o Tricolor enfrentaria o Sport. Em dois jogos difíceis, o Bahia empatou em 1 a 1 em Recife, com gol de Charles, e em 0 a 0 em Salvador. Por ter feito melhor campanha que o rival pernambucano, o Tricolor garantiu a vaga nas semifinais.

Nas semis, o Bahia pegou o Fluminense, que havia eliminado o favorito Vasco. No jogo de ida, no Rio, empate em 0 a 0. O jogo de volta registrou o maior público da história da Fonte Nova: 110.438 pessoas viram o triunfo de virada por 2 a 1, com gols de Bobô e Gil. O Bahia estava na final!

Na grande decisão, o Tricolor enfrentaria o Internacional, que havia eliminado o rival Grêmio no chamado “Gre-Nal do século”. O jogo de ida foi na Fonte Nova, no dia 15 de fevereiro de 1989. Apesar do Inter ter aberto o placar, com Leomir, Bobô marcou duas vezes para virar o jogo para o Bahia, 2 a 1. O Esquadrão iria para a decisão em Porto Alegre com a vantagem de poder empatar.

No dia 19 de fevereiro de 1989, o Bahia foi até o Beira-Rio para a grande final. Nem uma grande macumba no vestiário feita pelo colorado abalou o time tricolor. O Bahia segurou o empate em 0 a 0 e conquistou o Brasil pela segunda vez!

Comandado pelo mestre Evaristo de Macedo, o Bahia jogou naquela decisão com: Ronaldo; Tarantini, João Marcelo, Claudir (Newmar) e Paulo Róbson; Paulo Rodrigues, Gil Sergipano, Zé Carlos e Bobô (Osmar); Charles e Marquinhos.

Paulo Maracajá era o presidente tricolor nesta conquista.

Com o título brasileiro, em 1989, o Bahia voltou a disputar a Libertadores depois de 25 anos. Na primeira fase, o Tricolor foi líder invicto de um grupo que tinha o Internacional e os venezuelanos do Deportivo Táchira e do Marítimo.

Nas oitavas de final, o Bahia passou pelo Universitario, do Peru, com um empate em 1 a 1 fora de casa e um triunfo por 2 a 1 em Salvador. O algoz tricolor na competição foi o Internacional, que eliminou o Bahia nas quartas. O Colorado venceu por 1 a 0 em Porto Alegre, e um empate em 0 a 0 em Salvador acabou com a chance do Bahia na competição.

Década de 1990

A década de 1990 trouxe alguns reveses para o torcedor tricolor. O início da década foi positivo, já que o Bahia fez uma grande campanha no Campeonato Brasileiro de 1990, chegando até as semifinais, e sendo eliminado apenas pelo campeão Corinthians.

O Bahia também conquistou os títulos estaduais de 1991, 1993 e 1994, contando com nomes importantes para o clube, como Uéslei, Marcelo Ramos, Lima Sergipano e Naldinho, além do goleiro uruguaio Rodolfo Rodríguez.

Destes três títulos, o mais lembrado pela torcida foi o de 1994. O 40º título estadual do clube veio com drama. No Ba-Vi de maior público da história, com mais de 100 mil pessoas presentes, o Bahia tinha a vantagem do empate, mas viu o Vitória abrir o placar no primeiro tempo. Porém, o Tricolor conseguiu o empate salvador aos 44 minutos do segundo tempo, com o gol histórico de Raudinei.

Após estas conquistas, o Bahia viveu um período de ostracismo e viu o rival conquistar mais títulos. Para piorar, em 1997, o clube foi rebaixado pela primeira vez à segunda divisão.

Mesmo na Série B, o Tricolor voltou a conquistar o título estadual em 1998 e 1999. O segundo título, porém, foi dividido com o Vitória, já que houve um desentendimento entre as duas equipes sobre o estádio onde seria a final do campeonato.

Em 1999, o Bahia também se destacou na Copa do Brasil, chegando às quartas de final, mas sendo eliminado nos pênaltis pelo surpreendente Juventude, que se sagraria campeão.

Década de 2000

A primeira década do novo milênio não trouxe boas notícias para o torcedor tricolor. Até que no início da década, os resultados foram bons. Após dois anos na segunda divisão, o Tricolor voltou à elite do futebol nacional por conta da realização da Copa João Havelange. Uma nova organização das divisões do Campeonato Brasileiro fez com que o Bahia fosse promovido mesmo sem ter conseguido o resultado em campo.

Na Copa João Havelange, em 2000, o Tricolor fez boa campanha na primeira fase, mas acabou sendo eliminado pelo Vasco nas oitavas de final.

2001 foi um grande ano para o Bahia. Comandado por Evaristo de Macedo, o clube conquistou o Campeonato Baiano e, pela primeira vez, a Copa do Nordeste, batendo o Sport na decisão na Fonte Nova. Nesses títulos, se destacaram o goleiro Emerson, os meias Preto Casagrande e Bebeto Campos e a dupla de ataque formada por Nonato e Róbson, o Robgol. Mais uma vez, também, o Tricolor se classificou à fase final do Brasileirão, mas foi eliminado nas quartas de final pelo São Caetano.

Em 2002, o Tricolor voltou a ser campeão da Copa do Nordeste. Comandado pelo ídolo Bobô, o Bahia ganhou do rival Vitória na decisão. Triunfo por 3 a 1 na Fonte Nova e empate em 2 a 2 no Barradão.

Mal sabia o torcedor tricolor que este seria o último título em um espaço de dez anos.

Naquele ano, o Bahia voltaria a chegar às quartas da Copa do Brasil, sendo eliminado pelo Atlético-MG.

Em 2003, o Bahia foi novamente rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro, sendo goleado por 7 a 0 pelo Cruzeiro em plena Fonte Nova. Após ter feito uma boa campanha na segunda divisão em 2004, o Tricolor não conseguiu o acesso em uma derrota em casa para o Brasiliense por 3 a 2.

Em 2005, o capítulo mais triste da história do Bahia: o rebaixamento à Série C junto ao rival Vitória. Os dois principais clubes do estado caíram juntos para a terceira divisão do futebol nacional.

Porém, se o clube rubro-negro conseguiu o acesso de volta à Série B no ano seguinte, o Bahia passou duas temporadas na terceira divisão.

Após não conseguir o acesso em 2006, o que gerou protestos da torcida que invadiu a Fonte Nova e promoveu um quebra-quebra, o Tricolor conseguiu uma emocionante campanha em 2007 que o tirou do fundo do poço.

Sob o comando do treinador Arturzinho e com o retorno do goleador Nonato, o Bahia conseguiu o retorno à Série B em 2007. Porém, o dia em que o clube garantiu o acesso, que deveria ser de festa, ficou marcado pela tragédia. No dia 25 de novembro de 2007, no empate em 0 a 0 com o Vila Nova-GO, parte da arquibancada da Fonte Nova cedeu, matando sete torcedores.

A Fonte Nova, então, foi imeditamente interditada, até que o Governo do Estado decidiu pela sua implosão. O Bahia então, teve de mandar seus jogos em 2008 no estádio Joia da Princesa, em Feira de Santana, até que o Estádio de Pituaçu, na capital, tivesse sua reforma concluída.

Após um ano longe da capital, o Tricolor passou a mandar seus jogos em Pituaçu (ou Pituaço, como batizou a torcida) em 2009.

Em 2008 e 2009, o Bahia fez campanhas apenas medianas na Série B, ficando longe da briga pelo acesso.

Década de 2010

Em 2010, a torcida tricolor voltou a comemorar. Depois de sete anos, a equipe finalmente voltava à elite do futebol nacional. O Bahia fez uma boa campanha na Série B, terminando na terceira posição.

O Bahia retornava à Série A em 2011. Nos anos seguintes, o clube fez campanhas medianas na elite do futebol nacional, sendo o 14º colocado em 2011, o 15º em 2012 e o 12º em 2013. O clube chegou a correr algum risco de rebaixamento nestes anos, mas conseguiu a manutenção na elite.

Em 2012, após dez anos, a torcida do Bahia voltou a comemorar um título. O Tricolor conquistou o título baiano, que não vinha há 11 anos. Comandado por Paulo Roberto Falcão, o Esquadrão conquistou sua 44ª taça do estadual e tirou o grito entalado na garganta da torcida, que tinha visto o rival conseguir uma certa hegemonia no estado. O empate em 3 a 3 em Pituaçu deu o título ao Tricolor.

2013 foi um ano importante para o Bahia. Primeiro, por conta da reabertura da Fonte Nova, agora com o status de Arena, construída para a Copa do Mundo do ano seguinte. E, o mais importante, por conta da intervenção judicial sofrida pela clube.

A Justiça interveio no Bahia por conta das várias irregularidades, como as gigantescas dívidas trabalhistas, na gestão do presidente Marcelo Guimarães Filho, que foi removido do cargo. A intervenção possibilitou a reforma do estatuto do clube, que promoveu as eleições diretas para a presidência e conselho deliberativo. O Bahia se tornava, então, o clube mais democrático do país.

Fernando Schmidt foi o primeiro presidente eleito democraticamente pelos sócios do clube, para um mandato tampão entre 2013 e 2014.

Se fora de campo, o Bahia passou a promover a responsabilidade fiscal para o saneamento das suas dívidas, dentro de campo, porém, a situação não melhorou imediatamente. Após a conquista do título estadual de 2014 em cima do rival em pleno Barradão, o Tricolor voltou a ser rebaixado no Campeonato Brasileiro.

O segundo presidente a ser eleito democraticamente pelos sócios tricolores foi o jornalista Marcelo Sant’Ana, para o triênio 2014-2017. Em 2015, o Bahia conquista o bicampeonato estadual, o que não ocorria desde 1993/1994, porém o clube perde a final da Copa do Nordeste para o Ceará e o acesso à Série A não vem.

Mas, em 2016, o Tricolor voltou à elite do futebol nacional. O Bahia ficou na 4ª posição da Série B, garantindo o acesso à primeira divisão.

Em 2017, o Bahia conquistou o título da Copa do Nordeste. Comandado pelo técnico Guto Ferreira, o Tricolor bateu o Sport na Arena Fonte Nova por 1 a 0, garantindo o seu primeiro título regional em 15 anos.

Ao final daquele ano, o Bahia elegeu o seu novo presidente: Guilherme Bellintani, que foi eleito para o triênio 2017-2020.

Sob o comando do novo presidente, o Tricolor conquistou os títulos baianos de 2018 e 2019, e teve boas campanhas na Copa do Brasil, indo até as quartas de final nos dois anos, sendo eliminado por Palmeiras e Grêmio. O clube passou a não ter sustos na Série A, terminando na 12ª colocação em 2017 e em 11º em 2018 e 2019, se classificando sempre para a Copa Sul-Americana. Na competição continental, o Tricolor fez uma grande campanha em 2018, chegando as quartas de final e caindo apenas nos pênaltis para o Athletico-PR.

Porém, também tiveram percalços. O Bahia perdeu a final da Copa do Nordeste de 2018 para o Sampaio Corrêa, e foi eliminado na primeira fase da mesma competição no ano seguinte, assim como a da Copa Sul-Americana.

No mandato de Bellintani, o Bahia vem apostando muito nas ações afirmativas, ficando conhecido em todo o país pelas suas campanhas sociais.

Década de 2020

O Bahia iniciou a década inaugurando o seu novo Centro de Treinamento, a Cidade Tricolor, que recebeu o nome oficial de CT Evaristo de Macedo. O novo CT substitui o Fazendão, que foi a casa tricolor por 40 anos, entre 1979 e 2019.