Postado por - Heitor Montes

Guto Ferreira elogia técnico rival e esconde time: Informação vale ouro

Treinador tricolor comanda último treino da equipe antes da partida contra o Vasco na Arena Fonte Nova, local do duelo. Guto Ferreira não conta com Allano e Eduardo

“Num mundo globalizado, informação vale ouro”. Foi essa a justificativa dada pelo técnico Guto Ferreira, em entrevista coletiva concedida na manhã desta sexta-feira, para não revelar o time do Bahia que entra em campo para enfrentar o Vasco, jogo que vale pela 23ª rodada da Série B. Ele elogiou Jorginho, técnico da equipe carioca, e afirmou que tem "ideias" para montar o time. A partida está marcada para este sábado, às 16h30 (horário de Brasília), na Arena Fonte Nova.

Tenho ideias, sim. Tenho ideias sobre vários aspectos. Não vou revelar. Num mundo globalizado, informação vale ouro. Você ceder gratuitamente para as pessoas, principalmente para o Jorginho, um cara que acompanha muito, está antenado em tudo. Então, não cabe aqui a gente revelar. Temos várias ideias. Essas saídas do Allano e do Eduardo podem dar algum tipo de quebra, mas eu não costumo chorar os guerreiros que não vão poder estar na batalha. Eu tenho que exaltar os guerreiros que estarão na batalha. Toda força e toda confiança naqueles que a gente optar por colocar

Embora a base do time todo mundo conheça, não será tão fácil assim antecipar a equipe titular do Bahia, que tem dois desfalques: o lateral Eduardo e o atacante Allano estão suspensos. O mais provável é que Tinga e Vitor Rangel ganhem oportunidade no time. Sendo assim, o Tricolor deve ir a campo com: Muriel; Tinga, Jackson, Tiago e Moisés; Luiz Antônio, Juninho e Renato Cajá; Edigar Junio, Vitor Rangel e Hernane.

A coletiva foi concedida antes do treino, o último antes do confronto. A atividade aconteceu na Fonte Nova, local do jogo, a pedido do treinador e também dos jogadores. Guto Ferreira explica o porquê.

Pedido meu e pedido dos atletas. Adaptação. Você joga em casa, você tem que trazer algum tipo de benefício, de adaptação ao teu jogo. O fato de já ter jogado não te dá a rotina. Quando você joga num local teu, você tem pontos de referência, tem a facilidade do piso, de como o piso está no dia do jogo. Cada tipo de piso imprime uma velocidade ao jogo. Você tem que estar adaptado e confiante dentro dessa velocidade. Os pontos de referência, para você ter posicionamentos adequados. Muitas vezes a bola é lançada e, só pelo ponto de referência, você sabe como você fecha ou define o tempo de bola desse lançamento

O Tricolor, que ocupa a 7ª posição, com 32 pontos, luta para se aproximar do G-4 – o Ceará, que está em 4º, tem 37. O Vasco lidera a competição com 41 pontos.

Confira outros trechos da coletiva de Guto Ferreira. 

Classificação / G-4

Se perguntar o que eu gostaria e o que o torcedor gostaria é que a gente já estivesse no G-4 e tivesse, pelo menos, uns dez pontos em relação ao quarto para poder administrar. Estamos metade para chegar. O mais importante não é entrar agora, não é entrar na próxima. O mais importante é estar presente entre os quatro ao término da 38ª rodada. Isso é o que importante. O campeonato vai ser esse ganhar, perder ou empatar. O equilíbrio desses resultados positivos, a sequência desses resultados positivos é que vai dar ao Bahia essa recuperação e que vai possibilitar ao Bahia estar, ao final da 38ª rodada, entre os quatro. Quanto tempo vai demorar não é o mais importante. Para isso a gente tem que ter tranquilidade e pés no chão. Não desesperar, não achar que, porque naquela rodada não aconteceu, não vai acontecer mais. Vai ficar mais fácil ou mais difícil à medida que as rodadas vão passando e os resultados acontecendo

"Torcida sanguínea"

Ainda mais uma torcida sanguínea como o torcedor do Bahia. Uma torcida que joga junto, que empurra. Fantástico. Jogar com esse apoio é primordial.  O emocional do jogador cresce. O nível de confiança do jogador cresce. Da mesma maneira que, quando ele recebe uma vaia, recebe uma crítica, ele fica inseguro e acaba errando. Não estou aqui para ensinar torcedor nenhum, torcida nenhuma. Mas a gente falava agora há pouco do futebol argentino, muitas vezes o time dele está perdendo por 2 a 0, 3 a 0, e ele está lá gritando em prol da equipe, incentivando. Sei que é difícil, sei que a cultura é diferente. Mas é só para mostra uma situação do apoio. Todo mundo com incentivo cresce, todo mudo com a crítica perde confiança. O jogador é um ser humano como qualquer outro. Não é o fato de ele ganhar X, Y ou Z que faz dele uma máquina, que faz dele diferente. Lembrar disso, lembra que para a gente pode comemorar situações, a gente precisa jogar junto. E essa torcida do Bahia é quem joga junto. E olha, vou falar uma coisa para você, a partida contra o Paraná foi de arrepiar, foi de arrepiar. Acho que no final foi muito bom. Em todos os aspectos. No aspecto da equipe, que conseguiu fazer uma grande parida, e no aspecto do torcedor que veio e que acreditou e que pôde comemorar no final. Espero que a gente possa, em todas as partidas aqui na Fonte Nova, até o final da competição, ter momentos como aquele. Porque, em tendo momentos como aquele, a gente vai precisar buscar mais dois ou três resultados fora que a gente vai conseguir nosso objetivo

Fonte: Globo Esporte