Postado por - Newton Duarte

2014 já começou

2014 já começou

No gol tricolor, Lomba retomou a ótima fase e Omar segue mais que confiável. Os problemas começam nas laterais. Na direita, Madson é inconstante e os reservas são inferiores a ele. Na esquerda, Raul precisa de alguém que brigue pela titularidade. Parte da irregularidade no Brasileiro deve-se à carência nas laterais. Com um meio que marca muito e cria pouco, o tricolor depende da inspiração deles para atacar, mas nem sempre pode contar com ela. Na zaga, apesar de falhas pontuais, Lucas e Titi dão conta do recado, só que  pedem suplentes melhores. No meio, sobra transpiração, falta criatividade. Hélder precisa de alguém ali pra dividir  responsabilidade de pensar o jogo. A dependência do camisa oito é tamanha que o Bahia só conseguiu ganhar uma sem ele neste Brasileiro.

No ataque, Marquinhos e Barbio negociam renovação, mas é pouco provável que Fernandão e Wallyson fiquem – o contrato dos quatro termina no fim do ano. Dono dos direitos federativos do artilheiro, o Atlético-PR não deve abrir mão dele para a Libertadores do ano que vem, onde o clube tem tudo pra estar. Já Wallyson, mesmo que não volte pro São Paulo, a quem é vinculado, vai ser moeda de troca valiosa. São jogadores que o Bahia não deveria medir esforços pra manter. Mas, e se não ficarem?

Confira também:

Liga dos Campeões - Classificação – Tabela e Regulamento

Tabela interativa da Série A com atualização online

Os melhores vídeos – YouTube União Tricolor Bahia

No Vitória, o gol está bem servido, já que Wilson se firmou, Deola está perto de voltar e não deve ser difícil renovar os contratos de ambos, que acabam no fim do ano (Wilson renovou por mais duas temporadas). Ayrton e Juan resolveram um problema crônico na temporada – as laterais. Juan virou uma das principais referências e agradou até numa função diferente, centralizado no meio de campo, na vitória de sábado contra o Coritiba. Participou dos dois gols. O lateral-esquerdo foi improvisado no lugar de Renato Cajá, que jogou muito no estadual e está devendo agora, numa competição de nível técnico muito superior.

A zaga talvez seja o setor que mais necessite de reforços. Victor Ramos não repete as mesmas atuações de 2012. Kadu até aqui só se mostrou “completo” quando classificou o próprio futebol. O setor ganhou o reforço do promissor Luiz Gustavo, mas ainda é pouco pra quem está na briga pela Libertadores. O meio carece de um típico cão de guarda. Michel caiu de produção, Elizeu é irregular e Magal, verde. O melhor meia defensivo ainda é Neto Coruja, mas as lesões não o deixam deslanchar. Há de se reforçar a pegada, uma das razões da vulnerabilidade defensiva. A 10 também carece de eficiência. Com Cajá em má fase, até Alemão tem sido improvisado como meia centralizado, além de Juan.

Quem não está devendo é Escudero,  destaque pela disciplina tática e equilíbrio que confere ao time. A questão é que ele pertence ao Boca Juniors e o contrato termina no fim do ano. Independentemente do argentino ficar ou não, o Vitória tem que achar um substituto eventual ou definitivo pra ele. Sem Escudero, o rubro-negro é outro – e involui.

No banco de reservas, pelo que já fizeram até aqui, diante dos elencos que têm em mãos, Cristóvão Borges e Ney Franco merecem ficar pro ano que vem. Acertaram muito mais do que erraram. O trabalho de ambos é muito bom. Um ano novo de sucesso passa necessariamente pela permanência dos dois.

Sem dispor de tanta grana como a maioria de seus concorrentes, Bahia e Vitória não podem se dar ao luxo de repetir erros estratégicos recentes e deixar para ir às compras no “boom” do mercado. É preciso se antecipar para ser competitivo. Não há tempo a perder: 2014 já começou.


*Darino Sena é comentarista de futebol na TV Bahia e escreve às terças-feiras no jornal Correio*. Coluna publicada na edição do dia 15 de outubro do jornal


Fonte: Darinio Sena - IBahiaFC - IBahia