Postado por - Newton Duarte

6º Artilheiro, Marcelo Ramos fala do amor pelo Esquadrão

6º Artilheiro, Marcelo Ramos fala do amor pelo Esquadrão

Entrevista com o ex-atacante Marcelo Ramos

Ele foi revelado no Bahia, ídolo no Cruzeiro, jogou na Holanda e hoje pretende ser técnico de futebol. Aos 40 anos, o ex-jogador de futebol Marcelo Ramos concedeu uma entrevista para o Metro1 e falou sobre o recente falecimento do pai, da paixão pelo Tricolor de Aço, do amor ao Cruzeiro e até que já foi Vitória. Jeito tímido de falar e bastante calmo, Marcelo Ramos não era assim quando atuava por grandes equipes. Autor de gols históricos, o ex-atacante tinha chutes afinados e, quase sempre, tinha endereço certo. Confira a entrevista completa:

Metro1 - Marcelo, como está sua vida depois de deixar o futebol como jogador?

Marcelo Ramos - Estou acompanhando o futebol. Pensando em seguir uma carreira de treinador/auxiliar. Estou junto com Ueslei (Pitbull) que jogou junto comigo no Bahia, Cruzeiro e Japão, em um projeto para ser treinador. Estamos estudando, ganhando experiência, para, em breve, estar em algum clube trabalhando. Minha experiência dentro de campo me ajuda bastante.

Metro1 - Você passou pelo Vitória e Bahia. Torce para quem?

Marcelo Ramos - Minha história é que, quando criança, seguir o caminho do meu pai (torcedor do Vitória) até os 13 anos. Ele (pai), que faleceu há um mês, era doente pelo Vitória. Depois disso, após participar de um torneio, eu recebi um convite do Bahia para integrar à divisão de base. Acabei me identificando pelo clube. A paixão pelo Bahia é diferente. Desde a base enfrentando o Vitória como rival e, hoje, sem dúvidas, sou tricolor. Torço pelo futebol da Bahia, mas, claro, quando tem BaVi, sou Bahia.

Metro1 - Qual sentimento que você tem pelo Tricolor de Aço?

Marcelo Ramos - É uma paixão tão grande que não tem explicação. Tenho muito orgulho ser um dos maiores ídolo da história do clube. Ser o sexto maior artilheiro é motivo de muita satisfação, além de receber o carinho do torcedor na rua, do reconhecimento, não tem como explicar. Você ver essa paixão da torcida do clube, sempre lotando os estádios. A nação sofre muito com os resultados negativos. Recentemente, o Bahia não tem muitas conquistas, mas sempre a torcida está lá, apoiando. Isso dá muita motivação que estar dentro de campo

Metro1 - Você foi ídolo no Cruzeiro, tem amor pelo clube mineiro?

Marcelo Ramos - Com certeza! Eu sempre falo que Bahia e Cruzeiro fazem parte da minha vida, pois foram onde eu tive as maiores conquistas. No clube mineiro sou o 5° maior artilheiro, com 162 gols. Não tem como não ter esse carinho, essa paixão. Conquistei a Libertadores, Campeonato brasileiro e Copa do Brasil com o Cruzeiro. Muitos títulos que acabam me identificando também. Mas, por viver em Salvador e está mais próxima da torcida tricolor, tenho um carinho maior pelo Bahia.

Metro1 - Quais as diferenças da torcida do Bahia em relação à do Cruzeiro?

Marcelo Ramos - São duas torcidas apaixonadas. Claro que cada uma de uma forma diferente. São vibrantes e apaixonadas, como todo time grande. O Cruzeiro mais acostumado com títulos nacionais e internacionais, e o Bahia tendo dificuldades em relação à conquistas. São muitos anos sem um título brasileiro, mas não é por causa disso que a torcida deixa de apoiar e incentivar. A torcida do Cruzeiro é da mesma forma, vibrante. Sou muito grato pelas minhas conquistas que tive no Bahia e Cruzeiro com apoio do torcedor.

Participe e ganhe:

Leia o regulamento e cadastre-se no #UTBnaCOPAenoCORAÇÃOe participe do maior ‘JABÁ’ que o Futebol Baiano já viu

Vem aí:#NaCopaComTorcidabahia.com

Metro1 - O que seu pai representava para você?

Marcelo Ramos - É difícil falar, pois faz um mês que ele faleceu. Foi um momento muito complicado na minha vida. É um cara que sempre me apoiou. Um torcedor do Vitória que sempre respeitou a minha decisão de ter jogado no Bahia. Um cara que me deu muita educação e força em todos os momentos, pois a carreira não foi só de alegrias. Ele sempre esteve em todos os momentos me apoiando e vai fazer muita falta. Esperamos, eu e minha família, superar essa perda. Sabemos que é difícil, mas vamos conseguir.

Metro1 - Tem decepção do Vitória por não ter visto o que o Bahia viu em você?

Marcelo Ramos - Não, eu não tenho nenhuma mágoa pelo Vitória. Não era o momento certo para ter ido, pois não vivia o meu melhor momento, na questão técnica e física. O Vitória não foi bom para mim, e eu também não fui bom para o Vitória. Serviu de experiência, queria ter jogado bem, também, no Vitória, inclusive fui para o rubro-negro para fazer homenagem a meu pai, pois era sonho dele que eu jogasse no seu clube. Fiz um gol, mas foi o milésimo do Barradão.

Metro1 - Você jogou no PSV, da Holanda, tem saudades dessa época?

Marcelo Ramos - Tenho! Foi uma passagem de um ano, com o título holandês. Não me adaptei da melhor forma possível, mas ainda, sim, fui o vice-artilheiro do time no Campeonato. Talvez não fui o jogador que o técnico espera, pois queria um jogador parecido com o Ronaldo, mas Ronaldo Fenômeno só tem um. Tive algumas dificuldades, mas conseguir superar. Voltei ao Cruzeiro e conquistei a Libertadores. Serviu de experiência, mas com 22 anos na época, a gente acaba querendo sair logo. Se fosse mais experiente poderia ficar mais tempo, mas não me arrependo.

Metro1 - O que você sente falta da vida de jogador?

Marcelo Ramos - Pouca coisa! Tudo passa e eu tinha a consciência que a carreira de jogador é rápida. Hoje, eu acompanho os jogos, por conta dessa possibilidade de ser auxiliar. Sinto falta de estádio cheio, momento dos jogos, marcado gols importantes. Tenho muito orgulho da minha carreira, que foi vitoriosa. Tenho o reconhecimento do torcedor. Procuro fazer as coisas da melhor forma possível. Estou velho para o futebol, mas novo para a vida. Tenho que aprender muito ainda.


Fonte: João Brandão – Metro1

Foto: Tiago Mattar/Observatório do Esporte