Bahia precisa de triunfo por três gols para ser bicampeão
Após derrota no Ceará, tricolores se unem pela reação na final do Baiano – Foto: Fco Fontenele | O Povo
De um lado, o clube mais vencedor do estado. Do outro, um de 10 anos, em busca de título inédito. O dono da casa com histórico de superação e reviravoltas versus o visitante que costuma decepcionar na reta final. Uma grande e sempre confiante torcida contra um pequeno grupo de torcedores que vive desconfiado do próprio time.
Esta série de contrastes contextualiza o último confronto do Campeonato Baiano de 2015, entre Bahia e Vitória da Conquista, neste domingo, 3, a partir das 16h, na Fonte Nova.
No primeiro jogo da final, há uma semana, a equipe conquistense goleou por 3 a 0 em casa. Por isso, pode perder por até dois gols de diferença. Já o Tricolor - que realizou campanha um pouquinho melhor nas fases anteriores - precisa devolver a derrota, ou seja, ganhar por três gols de saldo para se tornar bicampeão.
Com folha salarial que equivale a 10% do valor pago pelo adversário, o Bode tenta façanha histórica. O Estadual, que está na sua 111ª edição, admitiu clubes do interior só a partir de 1954, e apenas quatro vezes um deles ficou com o troféu: o Fluminense de Feira de Santana, em 1963 e 1969, o Colo Colo de Ilhéus, em 2006, e o Bahia de Feira, em 2011.
Por enquanto, o Vitória da Conquista acumula frustrações em momentos decisivos. Na última rodada do quadrangular final do Baiano de 2008, quando lhe bastava ganhar do Bahia em Camaçari para levantar a taça, tomou 5 a 0 e permitiu o bi do xará.
Na semifinal de 2012, foi eliminado pelo Esquadrão com um gol aos 44 minutos do segundo tempo, em Pituaçu. Também caiu por 6 a 0 na semifinal do ano passado, diante do Leão. No desfecho da primeira fase da Série D do Brasileiro de 2013, levou 1 a 0 do Sergipe e perdeu a vaga.
Com quatro êxitos, o Alviverde é o maior campeão da Copa Governador, em que a dupla Ba-Vi atua com atletas reservas e das divisões de base. Mas a coleção de decepções faz o torcedor do Bode manter-se receoso com desilusões, como mostrou, do Estádio Lomanto Júnior, reportagem de A Tarde na segunda-feira passada. Desta vez, porém, o conforto de 3 a 0 traz confiança para as caravanas de conquistenses rumo à capital.
Eles acreditam
O Bahia, que vivia ótima fase, despediu-se da invencibilidade de 16 partidas e agora acumula três derrotas consecutivas. Neste domingo, tentará evitar a segunda perda de título em quatro dias, pois ruiu diante do Ceará na final da Copa do Nordeste, quarta-feira passada, em Fortaleza.
Ainda no gramado do Castelão, aliás, o capitão Titi reuniu os jogadores numa corrente para reanimá-los. Desgastado física e emocionalmente, o elenco busca forças para evitar uma crise, ganhar o Baiano e entrar com moral na Série B.
"Vá para o estádio quem acredita. E nós sabemos que o torcedor do Bahia acredita. Tem o lado psicológico? Lógico que tem, mas não é por isso que não vai dar para vencer. Lógico que dá para vencer, é claro, com o maior respeito ao nosso adversário. Acreditamos até o último minuto", disse o técnico Sérgio Soares, encarnando a habitual fé tricolor.