Postado por - Newton Duarte

A última entrevista

Faria explica contratações e diz que Bahia preparou terreno para acesso

Na despedida, diretor destaca que clube se estruturou e vai colher frutos em 2016. Suposto entrevero entre Charles e elenco também é tema; leia entrevista completa

Alexandre Faria concede última entrevista coletiva como diretor de futebol do Bahia (Foto: Divulgação/Esporte Clube Bahia)

Depois do anúncio da demissão, é a vez de se posicionar. O diretor de futebol Alexandre Faria, por iniciativa própria, concedeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, no Fazendão. O anúncio de sua saída do Bahia havia sido feito na segunda, pelo presidente Marcelo Sant’Ana. Em uma conversa franca com os jornalistas, o dirigente agradeceu pela oportunidade e lamentou o desfecho do trabalho no clube: ele não queria sair.  

Em pauta, a quantidade de contratações feitas pelo Tricolor na temporada, supostos desentendimentos entre Charles e o elenco, o caso Wilson Pittoni... Faria não se furtou de responder aos questionamentos e avaliou o que, na opinião dele, sepultou o acesso da equipe baiana à Série A.  

O diretor avaliou o cenário no qual as contratações foram feitas e revelou problemas que encontrou no início do ano. Entre eles, a falta de crédito do clube no mercado, que levou à saída de atletas emblemáticos e à negociação com outros que queriam sair, como o atacante Kieza. 

Eu comecei o ano perdendo de cara o Marcelo Lomba e o Lucas Fonseca, que foram dois jogadores com contrato com o Bahia que não quiseram ficar. O Lucas Fonseca, por dívidas, de coisas não pagas a ele. Era um jogador que tinha um risco eminente de entrar na justiça. Foi feito um acordo para que ele fosse liberado, para que o Bahia não tivesse mais uma ação judicial, e o atleta não queria mais jogar no clube. 

Alexandre Faria

- Quando se fala em contratação, a gente tem que ver o cenário que a gente tem. O Bahia simplesmente não tinha crédito no mercado. No final do ano de 2014, deixou uma imagem muito ruim. Eu comecei o ano perdendo de cara o Marcelo Lomba e o Lucas Fonseca, que foram dois jogadores com contrato com o Bahia que não quiseram ficar. O Lucas Fonseca, por dívidas, de coisas não pagas a ele. Era um jogador que tinha um risco eminente de entrar na justiça. Foi feito um acordo para que ele fosse liberado, para que o Bahia não tivesse mais uma ação judicial, e o atleta não queria mais jogar no clube. E o Marcelo Lomba, por tudo que passou no ano passado, queria sair. E, além disso, perdemos, no meio do caminho, três atletas bastante importantes, que foram Pará, Bruno Paulista e Titi. A gente entende a necessidade do clube, fomos parceiros nisso, nunca externamos, mas foram três atletas importantes. E conseguimos manter três atletas que queriam sair do clube de qualquer maneira e, pela nossa credibilidade implantada, a gente conseguiu segurar, que foi o Titi, o Kieza e o Maxi. O Kieza foi até a minha sala pedir para sair, e a gente conseguiu segurar o atleta – afirmou.  

Além da falta de crédito, Faria teve que lidar com limitações orçamentárias. Ele lembrou a folha salarial do Bahia e afirmou que, quando se obedece ao planejamento financeiro apertado, fica mais difícil acertar nas escolhas feitas.  

- Todo esse cenário te leva a fazer algumas contratações de mais risco, porque você não tem uma capacidade financeira de ir ao mercado competir com as outras equipes. A folha de pagamento de futebol do Bahia era R$ 1,4 milhão. A do Vitória é R$ 2,4 milhões, e a do Botafogo é R$ 2,7 milhões. A do Bahia é quase a metade do Botafogo. Então a gente tinha essa dificuldade financeira. A partir daí, você passa a ser menos assertivo nas contratações, ainda mais com o agravante que, quando cheguei ao Bahia, o Departamento de Análise de Desempenho, o Dade, tinha um funcionário. A gente não tinha nada catalogado, muito pouca informação para ir ao mercado. Aí a gente montou esse colegiado, junto com a comissão técnica, e fomos ao mercado.  

"Quando Léo Gamalho veio, foi uma festa aqui", lembra Faria (Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia)

Faria ainda fez questão de destacar que o clube não foi omisso: o Bahia, segundo ele, correu atrás para sanar as necessidades que surgiram ao longo da temporada. Ele cita atletas que chegaram, mas não vingaram, e ressalta que a agremiação não teve prejuízo financeiro por isso.

- É importante dizer que ocorreram contratações para por posições específicas. O Bahia nunca foi omisso. Quando veio Léo Gamalho, foi uma festa aqui, vocês da imprensa elogiaram, a torcida elogiou. Infelizmente, foi um atleta que não deu certo. O Léo Gamalho saiu, o Bahia não teve R$ 1 de despesa com isso, o Avaí pagou a rescisão do atleta, o atleta foi para o Avaí. Veio o Alexandro, um atleta que começou muito bem, a torcida muito satisfeita com o atleta. A bola começou a não entrar. Ele foi para a Ponte Preta. O Bahia, inclusive, recebeu valor pela ida dele para lá, não gerou nenhum custo para o clube. E nós trouxemos o Roger, que é um jogador que jogou sete partidas, fez três gols e uma assistência. Então o Bahia contratou para não pecar por omissão em algumas posições. É o caso da lateral esquerda: nós usamos vários laterais, cinco deles da base. Tivemos Carlos, Patric, Ávine, Juninho e o Bruno Paulista, que chegou a jogar na lateral. Então a gente fala muito disso, mas é uma coisa que a possibilidade financeira do clube leva a ter mais tentativas e menos assertividade. Então por isso o número pode parecer alto, mas, no primeiro semestre, a gente entende que foi muito baixo - disse.  

Alexandre Faria foi contratado como diretor de futebol do Bahia em dezembro do ano passado. Ele iniciou a trajetória profissional no futebol em 2001, como diretor superintendente do América-MG. Em 2005, passou a prestar consultoria em gestão e marketing esportivo. No ano seguinte, implantou no Atlético-MG o Departamento de Relações Internacionais. De maio a outubro de 2008, dirigiu o futebol do Galo. Também trabalhou no Fluminense, em 2009, como Coordenador de Futebol. Em 2011, assinou com o Grêmio, mas no mesmo ano retornou ao América-MG.  

Confira abaixo outros temas abordados por Alexandre Faria nesta terça.

DESENTENDIMENTOS ENTRE CHARLES, SÉRGIO E ELENCO?

- Não. De forma alguma. E é importante a gente voltar um pouco no tempo, para desenhar o cenário que a gente encontrou quando chegou aqui, em janeiro. O clube tinha um descrédito total no mercado. Acho que o grande desafio do diretor de futebol no Bahia era recuperar o crédito junto ao mercado, e isso passa pela postura. A gente teve um ano de 2015 sem nenhum problema de indisciplina, um ano muito saudável nessa parte, e terminamos assim. O fato é que, nas últimas três partidas, contra Santa Cruz, ABC e Boa, que a gente tinha total condição de consolidar o acesso, o time não rendeu aquilo que esperava. Tanto que os próprios jogadores fizeram questão de assumir essa responsabilidade, e a gente entende que, se tivéssemos conquistado esses nove pontos – a gente entende que o elenco do Bahia é mais forte que essas equipes -, a gente estaria hoje numa condição de consolidado o acesso. Quando o resultado não vem, muitas especulações aparecem, e a gente entende isso como normal. Mas não houve esse tipo de problema.

CASO PITTONI

- Faço minhas as palavras do presidente Marcelo ontem, quando ele explicou esse caso. Marcelo foi perfeito na explicação. Pittoni é um atleta que a gente adora como pessoa. Um rapaz espetacular, família maravilhosa, jogador que teve um primeiro semestre excepcional, zero de problema. Fizemos uma proposta de renovação para ele, nos mesmos moldes do contrato dele, um bom contrato, que veio da Série A. O Bahia pagando uma dívida que a gestão anterior não conseguiu pagar. A gente pagaria. O empresário dele fez um pedido um pouco acima. Nada de absurdo. Não houve um acerto naquele momento, e foi só isso. Escalar ou não escalar o atleta é uma premissa do treinador. A gente discutia e conversava, mas a decisão final sempre foi do Sérgio Soares e depois do Charles. Essa decisão de escalar ou não é sempre do treinador. E é o jeito certo de trabalhar. A decisão de não escalar o Pittoni foi dos treinadores.

"Decisão de não escalar Pittoni foi dos treinadores", diz Alexandre Faria (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia)

CRÍTICAS DE CHARLES A ATLETAS PREJUDICARAM?

- Isso tem que ser perguntado aos atletas. Eu não vi nenhum problema decorrente disso. Acho que o que faltou mesmo foi a gente ganhar esses três jogos, que eram partidas que a gente entrou com a certeza de que conquistaria os triunfos para chegar aos 63 pontos e garantir com facilidade o acesso.

BAHIA SUPERESTIMOU O ELENCO APÓS 1º SEMESTRE?

- Eu acho que não. Tanto que a gente começou a Série B com uma campanha muito boa. Mantivemos a liderança no começo da competição. Claro que, em uma ou outra posição, a gente poderia ter sido mais assertivo. Existem atletas que cada um de nós queria e que não foi possível a contratação por vários motivos. Mas não vejo dessa forma. Acho que o Bahia tem elenco para conseguir o acesso. Não vejo as outras equipes que estão brigando pelo acesso com um elenco mais forte que o do Bahia. Acho que faltou realmente essa liga. Em alguns momentos, essa liga se perdeu. No primeiro semestre, ela estava muito forte. Em alguns momentos, ela se perdeu, e isso acontece no futebol. Que não é muito fácil você consertar a partir do momento em que isso acontece.

BAHIA PLANTOU A SEMENTE: FRUTOS VÊM EM 2016

- Errar e acertar acontece sempre. (...) Esse potencial de acerto vai a partir do momento em que você estrutura o trabalho. A torcida vincula muito a postura do diretor de futebol à contratação. Essa é uma das funções, é importante. O nosso trabalho aqui era estruturar o Bahia. Hoje o Bahia é um clube estruturado. Você olha lá para o campo, você está vendo a máquina lá trabalhando, a gente está refazendo um campo, que foi uma reclamação dos atletas o ano inteiro. Nós estamos com um vestiário totalmente reformado, com uma estrutura de trabalho que nos permite ser mais assertivo na montagem do elenco. E estamos com um orçamento para 2016 maior que o de 2015. Então acho que, nesse ponto, o Bahia está se preparando para ser mais assertivo nos próximos anos. E aí vou dar o exemplo da minha casa, de Minas Gerais, passei três anos fazendo esse trabalho no América-MG, que deve subir para a Série A neste ano. Você pega o Atlético-MG, por exemplo... Logo que o Kalil assumiu, ele passou um ano, o time saiu da zona do rebaixamento na penúltima rodada. Manteve o trabalho, foi campeão da Libertadores, campeão da Copa do Brasil. O Cruzeiro, no primeiro ano do Gilvan, deixou de cair porque venceu aquele memorável jogo contra o Atlético-MG por 6 a 1. No ano seguinte, foi campeão brasileiro; em 2014, campeão brasileiro. Então primeiro você tem que estruturar. E o que a gente fez aqui foi estruturar o clube.

- A única tristeza que fico, eu não queria sair do Bahia... Tanto que há vinte dias a gente estava discutindo a renovação. Com esse resultado, tudo foi por água abaixo. Eu não queria sair, por causa disso. Porque tenho certeza que a semente foi plantada, e ela será colhida. E vai ser colhida a partir de 2016. O Bahia hoje é um clube com as contas em dia, bem administrado, com estrutura de captação que permite mapear o mercado, com planejamento estabelecido. Hoje é dia 17 de novembro, amanhã começam os exames médicos para a temporada 2016. A pré-temporada do Bahia já está definida. Os atletas que vão ficar e os que vão sair já estão definidos. Óbvio que agora pode haver uma alteração ou outra com a minha saída ou com a saída do Charles, mudança de treinador... Então o próprio presidente disse isso ontem na entrevista dele. Falhas existiram e foram falhas coletivas. A gente tentou fazer um alicerce para ter uma colheita futura subindo para a Série A. Infelizmente, esses três jogos não nos permitiram subir.

FALTOU ATITUDE INDIVIDUAL NOS ÚLTIMOS TRÊS JOGOS

Esses três jogos, acho que faltou um pouco mais de atitude individual quanto ao momento de decidir as partidas.  Acho que a pressão caiu no ombro deles, e infelizmente a gente não conseguiu reagir ali. São momentos que não adianta o treinador, o gerente, o diretor, o presidente... Existem momentos no futebol que o jogador tem que resolver dentro de campo. E acho que naquele momento faltou isso.

Alexandre Faria

- O presidente, o vice e o gerente são pessoas altamente competentes. Eu brinquei com o presidente, falei: “Estou saindo. O seu cargo é estatutário, mas toma cuidado, porque tem muita chance de eu levar o Éder para onde eu for”. Um profissional altamente competente. Essa reformulação que vocês estão vendo no Fazendão, um trabalho liderado por ele, coordenado por ele. Então acho que isso deve ser valorizado pela torcida tricolor, porque é um trabalho muito importante para a sequência do Bahia. Esses três jogos, acho que faltou um pouco mais de atitude individual quanto ao momento de decidir as partidas. Acho que a gente, naquele jogo contra o Santa Cruz, tivemos um pênalti a nosso favor, tivemos a perda do pênalti, no lance do escanteio seguinte ao pênalti fizemos o gol. Na minha avaliação, o Santa Cruz estava totalmente sem força ali para buscar o resultado. E a gente tomou um gol de escanteio no primeiro pau, que foi uma bola muito trabalhada pelo Charles. Com a composição da zaga com Gabriel e Gustavo ele tinha conseguido resolver esse problema. A gente tinha uma linha de três à frente dos defensores, que marcava individualmente. E a gente não poderia ter tomado aquele gol. Houve uma descontração ali, e na hora em que tomamos o gol nitidamente faltou uma postura mais firme, mais vencedora, mais aguerrida dos nossos atletas. Acho que a pressão caiu no ombro deles, e infelizmente a gente não conseguiu reagir ali. São momentos que não adianta o treinador, o gerente, o diretor, o presidente... Existem momentos no futebol que o jogador tem que resolver dentro de campo. E acho que naquele momento faltou isso.

DEMORA PARA ACERTAR A LATERAL ESQUERDA

Contratado no segundo semestre, João Paulo era titular na ala esquerda (Foto: Felipe Oliveira/ Divulgação/EC Bahia)

- O João, por exemplo, deu certo, mas poderia não ter dado. Entendo isso. O lateral que eu queria desde o começo era o Gilson, sempre falei isso, deixei claro. Que era do Cruzeiro e está na Ponte Preta. Foi um jogador que eu sempre quis. E a gente tentou trazer ele por vários momentos e não foi possível. Na negociação do Lomba a gente tentou. Em outros momentos a gente tentou. E não foi possível. Então nem sempre a contratação que você quer é a contratação que você consegue resolver o problema. Aí a gente entendeu que tinha soluções caseiras. E essa decisão é muito difícil. Eu lembro aqui que, por exemplo, depois que o Carlos jogou, num jogo contra o CRB lá, que o Kieza fez um gol de empate num cruzamento com a perna direita do Carlos, a gente foi bombardeado no Fazendão pelo fato de o Carlos ter contrato com a gente só até o final do ano. As pessoas pediam para renovar o contrato dele. Depois ele teve uma queda de rendimento, e isso é uma coisa que, infelizmente acontece. Patric teve uma sequência inicial muito boa, depois daquele lance contra o Campinense, que houve o acidente do rapaz quebrar a perna. E ele sentiu aquele baque e não conseguiu dar sequência. Então infelizmente nós tentamos, com os atletas da base, até porque o mercado oferecia poucas opções. Até que o João Paulo veio na negociação com o Alexandro e tomou conta da posição. Aí no jogo contra o Criciúma, ao salvar um gol – que aí eu falo da atitude do jogador -, o João Paulo colocou a saúde dele em risco para salvar o Bahia. Nitidamente ele se jogou naquela bola. Ele se machucou, e nós perdemos o atleta. Então acho que isso faz parte do futebol, algumas coisas que acontecem e que infelizmente saem do nosso controle.

PREMISSAS ESTABELECIDAS E CONQUISTADAS

- A gente tem que voltar no cenário do começo do ano. Quando a gente foi contratado, tínhamos duas premissas básicas impostas pelo presidente Marcelo Sant’Ana. Era que o Bahia deixasse de ter um time altamente defensivo, como tinha sido nos últimos anos, jogando com três volantes, às vezes até quatro. E que o Bahia utilizasse os jogadores das categorias de base. Essas duas premissas, de forma incontestável, foram conquistadas no primeiro semestre. Nós usamos 16 atletas da base.

FRUTOS DO TRABALHO REALIZADO

- O primeiro semestre deu um resultado maravilhoso na nossa avaliação. Desde a década de 90 o Bahia não era bicampeão estadual, e o Bahia foi bicampeão estadual. Há treze anos o Bahia não chegava à final da Copa do Nordeste e chegou à final da Copa do Nordeste. Com jogadores da base atuando. Na final do Baiano, sete atletas da base jogaram aquela partida. Bruno Paulista fez gol, Robson... E a gente fechou o primeiro semestre de forma muito positiva. Começamos a Série B dessa maneira. Nas sete primeiras rodadas, tivemos quatro vitórias, três empates. O time vinha muito bem. Fomos, depois do Botafogo e do Vitória, a equipe que mais ficou no G-4. De 36 rodadas, ficamos 21 rodadas no G-4. Infelizmente as últimas três partidas deram a dimensão de que muita coisa não foi feita da forma correta.

EXISTIU ORDEM DE NÃO ESCALAÇÃO DE JOGADORES?

- Jamais. O Bahia é muito grande, muito profissional, muito correto. O presidente é uma liderança muito positiva. Nada disso deve ser questionado em momento algum. Acho que foi um trabalho muito bem feito no ano de 2015, que a gente lamenta não ter conseguido o acesso, mas que, ao mesmo tempo, a gente tem a certeza absoluta que o resultado virá em 2016. Essa teoria da conspiração não existe. O que faltou foi um pouco mais de atitude nessas três partidas, para o time de futebol ganhar e a gente consolidar o acesso. Qualquer coisa diferente disso é especulação.

SENTIMENTO AO SABER DA DEMISSÃO

- Fiquei triste. Não esperava. Eu entendo, sei da responsabilidade. Não queria sair, mas vida que segue. Continuarei sócio do Bahia e torcendo pelo Bahia.