Postado por - Newton Duarte

Adaptado, Zagueiro revela 'pacto' e fala do bom momento

Gustavo fala do bom momento e revela união por recorde

Gustavo brinca com o filho, que, de fitinha do Senhor do Bonfim e camisa do Bahia, se diz tricolor - Foto: Marco Aurélio Martins l Ag. A TARDE

Gustavo brinca com o filho, que, de fitinha do Senhor do Bonfim e camisa do Bahia, se diz tricolor – Foto: Marco Aurélio Martins l Ag. A Tarde

Cinco jogos. Foi o prazo mínimo que a defesa do Bahia se propôs a ficar sem levar gol. A resolução, do goleiro Douglas Pires e do zagueiro Gustavo, parecia inviável quando foi tomada: depois de sofrer 3 a 1 do Vitória, deixar o G-4 da Série B e cair para a condição de sétimo time menos vazado do campeonato.

Após 25 dias, o acordo está 60% cumprido. No sábado, 31, contra o Botafogo, no Rio de Janeiro, pode atingir 80% e gerar a maior sequência invicta da defesa tricolor na Série B.

"Assim que terminou o Ba-Vi, Douglas me procurou para conversarmos sobre a defesa. Disse que todos nós do setor precisávamos ser mais homens e se doar ainda mais nos jogos e treinos. No dia seguinte, ele repetiu a conversa no Fazendão e criamos o pacto dos cinco jogos sem levar nenhum gol como uma meta inicial", afirmou Gustavo.

Coube ao zagueiro liderar a iniciativa  por ser, aos 33 anos, o jogador mais experiente do Bahia. Ele também foi contratado no começo de setembro para substituir Titi, que saiu em julho após  quatro anos e meio de clube. Foi com o ex-capitão que o Esquadrão de Aço, em outras duas ocasiões, passou três partidas seguidas sem sofrer gols na Série B.

"Conversava com um por um dos atletas e via neles o desejo de melhorar. Precisávamos evoluir,  pois no ataque o time tem excelentes jogadores, que, com certeza, vão fazer gols. Se não tomá-los, o triunfo será certo. Todos assimilaram o pacto", relatou Gustavo. "Gabriel Valongo, mesmo reserva na época, era um dos mais dedicados no treino. O legal é que, em 2000, 2001, joguei no Guarani com o irmão dele, Fausto (volante do Bahia em 2007 e 2008). Eu era iniciante, e Fausto me passava experiência. Hoje, posso fazer o mesmo por Gabriel", contou.

Felicidade

Nos três primeiros jogos com Gustavo, o Bahia ficou no 1 a 1 com o Sampaio Corrêa, no 2 a 2 com o Luverdense e levou 3 a 1 do Vitória. Após o pacto, empatou com o Paysandu em 0 a 0 e bateu Oeste e Criciúma, ambos por 1 a 0. O rendimento levou o Tricolor à quarta posição, com 54 pontos, e à condição de terceira melhor defesa, com 32 gols sofridos.

"É uma evolução de todos. O jogo contra o Oeste foi o momento da virada e quando me apaixonei de vez pelo Bahia. Saímos de Salvador com a torcida fazendo festa no aeroporto. Chegamos a São Paulo e tivemos uma grande recepção. No estádio, nossa torcida era muito maior do que a torcida local. Com uma atmosfera positiva e o time bem treinado, só uma catástrofe tira o acesso do Bahia", comentou o zagueiro, que recebeu a reportagem de A TARDE em sua casa e se disse "super feliz em Salvador".

Paulista, ele reside na cidade com a esposa, Giuliana, e o filho mais novo, Gabriel. O menino de quatro anos se declara torcedor do Bahia, e não é só por causa do pai. "Meu ídolo é Kieza. Quero ser atacante e fazer gols igual a ele", avisou.

Gustavo, que tem contrato com o Esquadrão de Aço até o fim de 2016, diverte-se: "Meu filho já tem vários amigos no condomínio e só anda com a camisa do Bahia. Tem uma branca e outra tricolor. Ele também tem uma fitinha do Bonfim. No final do ano, nós três decidimos que vamos comemorar o retorno à Série A passando uma semana na Praia do Forte, local que achamos lindo. Estamos adaptados à Bahia e viemos para construir uma história aqui".