Reub Celestino critica diretoria tricolor e admite que pode ser candidato
Ex-diretor financeiro diz que o não cumprimento do orçamento foi determinante para a situação atual do Bahia
As eleições para os novos conselho deliberativo e presidente do Esporte Clube Bahia vão acontecer em dezembro, mas, nos bastidores do clube, o assunto já ganha força.
O ex-diretor financeiro Reub Celestino criticou atitudes da atual diretoria, da qual fez parte até meados de setembro. Na versão de Celestino, o não cumprimento do orçamento foi determinante para a saída dele do clube e, consequentemente, culminou na situação atual do Bahia, vice-lanterna da Série A.
“Quando começamos a organizar as coisas e até fizemos o orçamento, me pareceu que tudo caminharia certo. Mas à medida que os gastos foram sendo feitos e as receitas não chegaram, a coisa desandou. Foram duas vias. Uma de gastos e uma de não ter receitas, e disse isso ao longo do ano”.
O ex-diretor financeiro Reub Celestino faz duras críticas à gestão comandada pelo presidente Fernando Schmidt (no centro) e pelo vice Valton Pessoa, de licença desde setembro (Foto: Evandro Veiga/Correio)
Segundo o ex-diretor financeiro, a prática de pagar apenas parte do elenco já existia no Bahia desde 2013, ainda com Anderson Barros como diretor de futebol. “Havia já com Anderson Barros o indicativo de paga isso, atrasa aquilo. Anderson tinha até uma atitude que poderíamos considerar louvável, de deixar a comissão técnica por último”, explicou, contrariando as últimas atitudes do clube, que priorizou quitar os salários do treinador Gilson Kleina e do diretor de futebol Rodrigo Pastana.
Sobre o afastamento do assessor Sidônio Palmeira e do vice-presidente Valton Pessoa, Reub tratou as atitudes de ambos com distinção. “Os dois saíram por questões profissionais. A de Sidônio, um projeto político de eleição, e a de Valton, um escritório de advocacia. Valton, no entanto, foi eleito para vice-presidente, Sidônio não. Era um assessor e sem remuneração, inclusive”, comentou.
Ao ser questionado se pretende se candidatar em dezembro, foi taxativo. “Se Virgílio (Elísio) for candidato, apoio ele. Ou outro que tenha o perfil adequado. Em último caso, eu próprio poderei ser candidato”, afirmou.
Resposta
O CORREIO tentou contato com o presidente Fernando Schmidt, com o vice-presidente Valton Pessoa e com o diretor de negócios Pablo Ramos, mas não teve sucesso. A resposta do clube veio em nota emitida pela assessoria de comunicação.
“O Esporte Clube Bahia informa que o ex-diretor Reub Celestino tinha ingerência nos pagamentos realizados pelo clube e que as receitas do Bahia cresceram em relação a 2013, sobretudo com o incremento do plano de sócios, então inexistente. Os principais patrocínios existentes já não aportavam recursos desde o ano passado, devido a antecipações da gestão anterior. Reub deu aval para todas as principais decisões durante um ano em que esteve no Bahia”.
Um funcionário ligado à diretoria, que pediu anonimato, ainda afirmou que Reub foi responsável pela perda do meia Ítalo Melo - por atraso no FGTS - e pela perda do prazo da PPI para que o Bahia recebesse mais Transcons da sede de praia.
