Postado por - Newton Duarte

Alfinetando treinadores, Maxi fala sobre fim do jejum e projeta 2015 'diferente'

Maxi fala sobre fim do jejum, alfineta treinadores e projeta 2015 "diferente"

Com os dois gols marcados na vitória sobre o Globo, argentino encerra jejum de 154 dias sem balançar as redes e projeta sequência positiva com time ofensivo de Soares

Eram passados 40 minutos do segundo tempo quando Zé Roberto recebeu boa bola de Kieza na entrada da área. O jovem atacante levou para a direita, encarou a marcação e cruzou no meio do tumulto, mas lá não estava Kieza ou Léo Gamalho. Lá estava, para a sorte do Bahia, um argentino baixinho morrendo de vontade de empurrar a bola para o fundo das redes. Maxi Biancucchi, 154 dias depois, voltou a marcar um gol com a camisa tricolor.

Maxi Biancucchi desencantou contra o Globo FC no Nordestão (Foto: Fabiano de Oliveira)

A última vez em que Maxi havia marcado foi no dia 17 de setembro do ano passado, no triunfo sobre o Botafogo, pelo Campeonato Brasileiro. Na noite da última quarta-feira, o argentino marcou não só um, mas os dois tentos da virada sobre o Globo FC, jogo válido pela 3ª rodada da Copa do Nordeste. A vitória por 2 a 1 garantiu ao time comandado por Sérgio Soares a liderança absoluta do grupo E, com sete pontos ganhos.

O gol do alívio, aquele que chegou para devolver a confiança ao argentino, não foi comemorado da maneira como se imaginava. Sem muita euforia, Maxi correu na direção de Rafael, goleiro adversário, e brigou com ele para reaver a bola e levá-la de volta ao círculo central. Ele sentiu, naquele exato momento, que o seu gol ajudaria o Tricolor a virar o placar, como conta com exclusividade ao GE.com.

- Foi uma sensação boa, porque foi o gol do empate, mas, na minha cabeça, era para decidir o jogo. Era uma bola para virar o jogo naquele momento – diz o argentino.

No segundo gol, a explosão. O alívio pelo fim do jejum era visível, tanto que Maxi foi muito celebrado pelos companheiros, principalmente por Léo Gamalho, com quem briga por uma vaga no ataque ao lado de Kieza. Embora admita que a vontade de marcar fosse grande, ele relativiza a ansiedade e afirma que não tem a mesma obrigação de balançar as redes que os centroavantes do elenco têm, afinal ele costuma atuar pelas beiradas.

- Atacante sempre tem vontade de fazer gol. Com essa fase há tanto tempo, a vontade cresce mais ainda. Mas isso tudo se trata de treinar, de pensar jogo a jogo, e eu sempre penso assim, que uma hora vai chegar. Não fico com aquela ansiedade, até porque não jogo dentro da área, então não tenho sempre que fazer gol. Gosto de fazer sempre que posso – afirma.

Argentino estava há 154 dias sem balançar as redes (Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia)

Os dois primeiros gols de Maxi na temporada saíram, digamos, de forma inusitada. Titular nos jogos iniciais do Bahia na temporada, ele perdeu a vaga para Léo Gamalho justamente na partida contra o Globo FC. Só entrou aos 18 minutos da segunda etapa, portanto teve menos tempo para marcar do que nos jogos anteriores. A explicação, na opinião do argentino, é o aumento de produção do Tricolor na metade final das partidas.

- Acontece que, no primeiro tempo [dos jogos], nossa equipe não estava fazendo um bom jogo. No segundo tempo, a gente cresce no jogo. A grande dificuldade é essa. Não estamos começado os jogos da melhor forma. No segundo tempo, o time cresce e cria mais oportunidades. Você fica mais perto da área e perto de fazer o gol – explica Maxi.

BAIXO RENDIMENTO: CULPA DO PROFESSOR

Com os dois gols marcados contra o Globo FC, Maxi Biancucchi chegou a seis em pouco mais de um ano com a camisa do Bahia. Pouco para quem foi contratado no início de 2014 com status de jogador decisivo após uma temporada de impor respeito pelo Vitória. Para se ter uma ideia, em 2013, quando atuou no rival, o argentino marcou 14 gols em 33 jogos disputados. Pelo Tricolor, ele já entrou em campo 39 vezes.

Mas qual seria a explicação para o baixo rendimento do atacante com a camisa tricolor? Entre outras coisas, alguns técnicos que passaram pelo Fazendão. Para Maxi, que prefere não citar nomes, alguns treinadores prejudicaram o seu futebol em 2014.

- A verdade é que eu não tive um bom campeonato. Isso é inegável. Tiveram várias situações, e com respeito a todos os treinadores que passaram por aqui, mas, às vezes, a forma de jogar atrapalhava um pouco. Teve um pouco disso também – revela.

Maxi Biancucchi em ação em treino do Bahia (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia)

Com Sérgio Soares, a história é diferente. A veia ofensiva do atual treinador do Bahia, na opinião de Maxi Biancucchi, facilita o seu estilo de jogo. Por isso, a esperança é de um ano promissor, muito diferente do que foi o 2014, quando o clube foi rebaixado para a Série B.

- [O ano] Já começou diferente, independente do gol que eu fiz. Tenho certeza de que vai ser diferente, treinamos muito para isso. Temos um treinador que gosta de botar o time para frente, e isso facilita muito as minhas características. A diferença de outros treinadores que tivemos para o Sérgio é muito grande – finaliza o atacante argentino.