Postado por - Newton Duarte

Análise Ba-Vi: Vitória aproveita falha individual e descontrole para se impor

Após um primeiro tempo equilibrado, Vitória marca gol cedo, desmonta o rival e mostra aplicação tática para vencer com facilidade. Bahia se desorganiza taticamente

Inteligência é uma palavra que serve para definir bem o comportamento do Vitória no triunfo por 2 a 0diante do Bahia, na tarde do último domingo, na Arena Fonte Nova. Depois de um primeiro tempo equilibrado, o Leão soube aproveitar a falha individual de Hayner para abrir o placar com Vander, logo no início da etapa final. Com o resultado a seu favor, o Leão administrou o jogo no seu ritmo, soube explorar o descontrole do rival e marcou mais uma vez com Tiago Real. E poderia até ter saído de campo com um placar mais dilatado, caso aproveitasse as oportunidades.

Inteligência é só uma das palavras. Organização é outra. Os jogadores do Leão demonstraram consciência tática para fazer exatamente aquilo o que Vagner Mancini pediu. Para enfrentar o rival, o técnico rubro-negro mudou o esquema para o 4-3-3, com a dupla de volantes formada por Amaral e Willian Farias, e Tiago Real à frente deles, centralizado, com a responsabilidade de armar as jogadas de ataque.

No ataque, Marinho e Vander jogaram abertos, cada um em uma ponta, mas alternando o posicionamento entre eles durante a partida. Foi justamente aí que o Vitória levou vantagem. Os dois atacantes jogaram nas costas dos laterais do Bahia e deram muito trabalho. Marinho fez João Paulo sofrer, e Vander inibiu os avanços de Hayner pelo lado direito de ataque. 

Como já se esperava, Doriva montou sua equipe no esquema 4-1-4-1, variando, ainda que timidamente, para o 4-2-3-1. Diferente do que o torcedor se acostumou a ver nesse início de temporada, o Tricolor concentrou sua força ofensiva quase que totalmente pelo lado esquerdo, com Edigar Junio. Durante a primeira etapa, com o jogo ainda equilibrado, ele levou vantagem no duelo contra José Welison, principalmente no embate corpo a corpo – o volante foi improvisado na lateral direita justamente para suprir as deficiências de Euller na marcação.

Os avanços do time de Doriva pelo lado esquerdo de ataque não foi mera escolha do treinador. A equipe se viu obrigada a fazer isso pela marcação eficiente que o Vitória exerceu pelo lado esquerdo de sua defesa, com Ramon e Diego Renan anulando as descidas do perigoso Luisinho. O camisa 7 tricolor também não contou com o apoio de Hayner, que estava mais preocupado com Vander e Marinho posicionados às suas costas. 

O gol relâmpago desnorteou o Bahia, que se desorganizou taticamente e ofereceu espaços para o adversário. O Rubro-Negro perdeu três chances de gol antes de ampliar o placar com Tiago Real. O time adiantou a marcação, acuou o Tricolor e roubou a bola no campo de ataque. O meia, que no ano passado vestia azul, vermelho e branco, colocou a bola com extrema categoria no ângulo de Marcelo Lomba.

O Tricolor continuou perdido e escapou de levar outra goleada do maior rival. Para ganhar força ofensiva, Doriva trocou Paulo Roberto por Rômulo. O time passou a jogar mais no 4-2-3-1, com o meia centralizado entre os dois atacantes, armando as jogadas. Não funcionou. Quando chegou no ataque, foi através das bolas paradas.