– A gente, de novo, vai ficar batendo nisso, gente? São adversários que a gente tinha. Fizemos dois Ba-Vi's fora de casa. Podemos não ter colhido o resultado, mas atitude, brigar por cada palmo, postura... O Bahia, nos dois jogos, jogou bem e conseguiu ter atitudes importantes. O único jogo fora de casa que ficamos aquém foi contra o Paraná. Ainda assim, se for analisar, eles jogaram o tempo todo em contra-ataque. O Bahia empurrou eles para o campo de defesa. Mas o Bahia mostrou que amadureceu em cima dessa situação.
Foi dessa forma que o técnico Guto Ferreira respondeu, na última entrevista coletiva antes da partida de quarta-feira, contra o Sport, sobre as dificuldades enfrentadas pelo Bahia ao jogar fora de casa. E, pelo o que o time apresentou em campo na partida, o treinador mostrou que estava correto.
O empate em 1 a 1 com o Sport, na Ilha do Retiro, revelou um Bahia bem diferente daquela equipe apática longe de Salvador em outros tempos. E, não por acaso, saiu frustrado com o resultado final. Apesar do empate sem gols e a possibilidade de confirmar o título em novo 0 a 0 na partida de volta, na Fonte Nova, a equipe baiana poderia ter ido mais longe. Não só pela arbitragem polêmica, que gerou reclamações por causa da anulação de um gol do Bahia e lance duvidoso que originou o gol do Sport, mas também pelo que o Tricolor mostrou.
O Bahia não teve um desempenho exuberante, mas é inegável que foi superior ao adversário. Sem Régis e Edson, suspensos, Guto decidiu mandar a campo uma equipe teoricamente mais conservadora, com três volantes: Renê Junior, Matheus Sales e Juninho - o último jogando mais à frente, como um meia. Era um 4-3-3 clássico, com o trio de frente, formado por Edigar Junio, Allione e Zé Rafael, com liberdade para se movimentar e trocar de posição.
No primeiro tempo, o Bahia teve postura consistente na defesa. A marcação alta desde os minutos iniciais do primeiro tempo deu muito trabalho ao Sport, que teve dificuldade para chegar à área da equipe baiana trocando passes. A saída para os pernambucanos foi, então, a bola alçada na área. Aí, sim, uma dificuldade sentida pelo Tricolor no jogo. No primeiro tempo, o Leão da Ilha chegou perto de marcar desta forma com Matheus Ferraz. E, no segundo, independentemente do erro de arbitragem ao marcar alguns escanteios, a equipe baiana viu o adversário chegar com perigo em outras oportunidades.
No ataque, porém, o Tricolor teve dificuldade para encaixar os contra-ataques, forçou jogadas pelo lado direito, falhou na transição ofensiva e errou muitos passes. Na volta do intervalo, o Bahia teve uma postura mais agressiva, conseguiu maior posse de bola e controlou o jogo até marcar o gol em um lance bem trabalhado. A partir daí, demorou para o Sport se encontrar no jogo e oferecer qualquer risco. Neste momento, o Tricolor poderia ter acelerado o jogo e, quem sabe, aproveitado as brechas defensivas do adversário. O time, contudo, preferiu cadenciar a partida e garantir o 1 a 0. Eis que, de tanto levantar a bola na área, o Sport conseguiu o seu gol originado em um lance duvidoso.
Fica claro que o Bahia evoluiu fora de casa. A equipe que, muitas vezes, era meramente reativa e não conseguia se impor longe da Fonte Nova, nesta quarta-feira, mesmo com uma torcida inflamada do lado contrário, teve tranquilidade para jogar e coragem para buscar o jogo.
Fonte: Globo Esporte