Postado por - Heitor Montes

Análise: Bahia tem chance de matar decisão, mas sofre sem Régis e cai de ritmo

Quem viu o Bahia no primeiro tempo da partida desta quarta-feira dificilmente acreditaria que o time sairia de campo com um empate em 1 a 1 contra o Vitória. Com um amplo domínio em um tempo de jogo, mas falho no momento de decidir, o Tricolor caiu de rendimento na etapa final e saiu da Arena Fonte Nova com um péssimo resultado. No final das contas, a equipe perdeu a chance de deixar encaminhada a conquista do Baianão e viu o adversário sair fortalecido para decidir em casa.

O alto rendimento no primeiro tempo de jogo se justifica de algumas maneiras. Com marcação sob pressão, aproximação, troca constante de posição e movimentação entre as linhas do Vitória, o Bahia pressionou o rival na frente e ainda controlou as descidas ao ataque. O (grande) problema disso tudo está quando o time não consegue aproveitar as muitas das oportunidades que tem. E foi o que aconteceu. O único gol do Tricolor no jogo saiu com Tiago, em jogada de bola parada. Mas poderia ter saído antes com Zé Rafael, Edigar, Régis...

Fica claro também que o ataque leve, formado por Allione, Zé Rafael, Régis e Edigar Junio, não só é uma opção com a saída de Hernane, mas o melhor que o Bahia tem. Entre as linhas do Vitória, os quatro se aproximaram, tabelaram e dificultaram a marcação do adversário. Além disso, eles tiveram participação importante na recomposição. No início do jogo, o Vitória até teve como proposta sair jogando, mas a pressão feita pelos homens de frente do Bahia fez com que o time se atrapalhasse e, consequentemente, apelasse para os chutões.

Contudo, pouco se viu de todo esse domínio na etapa final do jogo. Embora sempre com mais posse de bola, o Bahia não conseguiu manter a movimentação e aproximação dos jogadores de frente que aconteceu no primeiro tempo. Ainda por cima, o time passou a sofrer com as jogadas em velocidade do Vitória, algo que não aconteceu no início do jogo. Antes de Armero marcar contra, a equipe já havia sido salva por Jean e contato com a sorte em chute na trave de Cleiton Xavier.

Régis, Edigar Junior e Zé Rafael se aproximam para tabelar (Foto: Ruan Melo) Régis, Edigar Junior e Zé Rafael se aproximam para tabelar (Foto: Ruan Melo)

A queda de rendimento físico do time e saída de Régis, logo aos nove minutos da etapa final, justificam o rendimento abaixo do Bahia no segundo tempo. Sem substituto para o meia com as mesmas características, Guto lançou Gustavo, o que fez com que Allione jogasse pelo meio, posição em que rende menos. O próprio treinador reconheceu a dificuldade enfrentada quando perdeu Régis.

- Fizemos um grande primeiro tempo, com bastante volume, intensidade. No segundo tempo, faltou um pouco. A partir da saída de Régis, houve queda, encaixe. Jogador que está adaptado e com característica dele a gente não tem. Procuramos algumas situações que não fluíram. Paciência. Ainda assim, o Vitória jogou em contra-ataque. A gente buscou situações de gols para construir um placar elástico. E a gente foi penalizado com o gol. O Jean foi bem no lance, mas a bola voltou. Paciência. Cada jogo é uma história. Cada Ba-Vi está sendo diferente. Tem mais um Ba-Vi lá [no Barradão]. Vamos buscar.

O empate com o Vitória consolida dois pontos no Bahia: em seu segundo jogo, o ataque leve, formado por Allione, Zé Rafael, Régis e Edigar Junior mostrou ser um “achado” encontrado por Guto. Por outro lado, a queda de rendimento a partir da saída de Régis sinaliza uma carência importante que deve ser corrigida dentro do elenco.

Fonte: Globo Esporte