Postado por - Newton Duarte

Após certidão, Tillemont vira 'alvo' dos adversários

Eleição do Bahia: candidatura de Tillemont em xeque

Candidato reitera que é ex-empresário de jogadores e nega que haja conflito de interesses

A divulgação da certidão mais recente da Junta Comercial do Estado da Bahia (JUCEB), apontando o postulante à presidência do Bahia, Antônio Tillemont, segue como sócio-administrador da Antoniu's Assessoria Esportiva LTDA - empresa que agencia a carreira de jogadores de futebol e que hoje possui mais de 20 atletas no Tricolor- reacendeu o debate quanto à moralidade ou até uma possível ilegalidade na candidatura do radialista.

Antes da notícia revelada pelo site no site Galáticos Online, o presidenciável declarou ter se afastado da diretoria da empresa. Na terça-feira, 2, Tillemont argumentou ter entrado em 6 de novembro com um pedido junto ao órgão para sair da sociedade, mas o processo ainda não teria sido concluído.

"Não existe um entendimento jurídico que um empresário não pode se candidatar. O que eles querem é me afastar, porque veem cada vez mais força na minha candidatura", afirmou.

De fato, o estatuto do clube não traz impedimento claro para que um empresário de futebol concorra ao cargo. A Lei Pelé, segundo juristas consultados pela reportagem, não se aplica ao caso. Assim, a discussão se estende ao Código de Ética e Conduta do Bahia, aprovado pelo Conselho Deliberativo em 8 de setembro deste ano, e em vigor desde então.

Código de ética

O código diz, no capítulo 6, que "devem ser evitadas pelos funcionários, colaboradores e  membros da Diretoria Executiva (...) situações suscetíveis de originar conflitos de interesse". Diz também que o membro do clube deve se abster de tomar decisões em entidades que tenham exercido função administrativa nos últimos dois anos.

Tillemont contesta o código: "Funcionário do Bahia, não sou. E presidente não é funcionário. O código de ética foi aprovado há pouco tempo, não foi nem colocado em prática. Ainda assim, se tivesse algum dispositivo contra, minha candidatura não teria sido aprovada".

O presidente do Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia, João Paulo Oliveira, confirma não existir ilegalidade, mas aponta problemas. "O conflito de interesse é um conceito ético que, por si só, seria motivo de mover ação", comentou. "Torcedores e outros candidatos poderiam, sim, entrar juridicamente com pedido de impugnação da candidatura".

Medidas

Também presidenciável, Marcelo Sant'Ana acusa o adversário de priorizar interesses pessoais. "Eu confio nos documentos da Juceb, e lá diz que ele continua como sócio. Creio que o candidato não está preocupado com nenhuma questão ética, como diz o código do clube, mas com o próprio interesse", disse. Ele disse confiar no sócio. "Confio no julgamento da torcida, que verá que isso é antiético".

Já Olavo Fonseca Filho disse estar estudando medidas jurídicas para impugnar a candidatura de Tillemont. "Se houver alguma indicação jurídica veemente de possibilidade de impugnação, nós vamos buscar", informou. Até o fechamento dessa edição, o grupo não havia chegado a um consenso. Procurados, Ronei Carvalho preferiu não comentar o assunto e Marco Costa não atendeu às ligações