Postado por - Newton Duarte

Após problemas com STJD, CBF quer ensinar clubes a contratar

Após lambanças no STJD, CBF quer ensinar clubes a contratar atletas

Desde o final do ano passado, os problemas nos registros de jogadores na CBF e dúvidas sobre a condição de jogo deles têm gerado confusões que interferem no Brasileiro. A confederação promete soluções, mas os casos de irregularidades se acumulam. Agora, a entidade lançou nova ofensiva para tentar resolver a questão: criará regras claras para a inscrição, um manual para clubes e um sistema de alerta para atletas que não possam atuar.

Na última sexta-feira, o presidente José Maria Marin formou uma comissão de cartolas da confederação para preparar o pacote de mudanças. Seu objetivo oficial é adaptar o Brasil ao Estatuto de Transferência de Jogadores da Fifa. A finalidade real, no entanto, é tentar botar ordem na casa visto que a própria CBF tem cometido vários erros.

“A primeira coisa é que os clubes têm que preparar melhor seus funcionários para fazer o registro de contratos. Não pode só botar a culpa na CBF. Cada time vai ter que registrar de 25 a 30 atletas. Então, o que vamos fazer é uma espécie de manual, cartilha, para mostrar para os clubes como devem fazer os contratos, como devem registrar'', afirmou o presidente da federação de Goiás, André Pitta, que já trabalhou no departamento de registro de sua entidade.

Ainda estão previstas mudanças na regra de registro. Pitta, por exemplo, vai sugerir que sejam permitidas infinitas prorrogações de contrato até o prazo de três anos estabelecido pela Fifa. Atualmente, só é autorizada uma extensão. Segundo ele, se clube e jogador concordam, não há porque vetar outras.

Em paralelo, está sendo elaborado um sistema de informática que tentará identificar todos os casos de atletas sem condição de jogo. O objetivo, neste caso, é pegar jogadores que possam atuar por conta de suspensões por cartões ou punição da Justiça Desportiva. Foi esse o caso de Flamengo e Portuguesa, no ano passado, que lhes tirou pontos e rebaixou a Lusa no lugar do Fluminense.

“O sistema fará um bloqueio online do jogador. A ideia é avisar com antecedência para os clubes quais atletas não podem atuar. Não será o árbitro na beira do campo. Mas continuará a ser responsabilidade do time conferir os dados e não permitir que os irregulares joguem'', conta Pitta.

A CBF até deu início a esse procedimento no atual Brasileiro. Só que o sistema é cheio de falhas e aconteceu mais de uma vez de avisar um clube da irregularidade de um atleta sem que ele estivesse suspenso. Assim, os times têm dado pouca credibilidade as informações da confederação.

Pitta afirmou que o novo sistema é bem mais avançado, e terá mais precisão. Atribuiu os erros atuais a uma adaptação porque toda a organização do registro da CBF está em reforma. A promessa é que o novo programa passe a funcionar em breve, ainda sem data. Agora, se isso vai acabar com as confusões no STJD, só o tempo dirá.