Postado por - Newton Duarte

Após semana conturbada, Bahia tenta reação em Goiânia

Após semana conturbada, Bahia tenta reação em Goiânia

Técnico Gilson Kleina durante treino do Bahia em Pituaçu

A delegação tricolor embarcou na sexta-feira, 7, para Goiânia, onde enfrenta neste domingo, 9, o Goiás, às 18h30, com um incentivo a mais no bolso. Como manda o figurino, o clube quitou, no quinto dia útil do mês, os salários referentes a outubro.

A notícia põe fim à sequência de vencimentos pagos com atraso pelo Esquadrão. Os salários de agosto e setembro só foram quitados pela diretoria no final do mês passado. Segundo uma fonte do clube, parte do valor depositado ontem partiu do adiantamento das cotas de TV do próximo ano.

Além de oferecer uma trégua para a fama de mau pagador, a novidade também é um incentivo para vencer a crise que, novamente, atingiu de jeito o Fazendão. Após perder por 1 a 0 para o Palmeiras, no último domingo, o clube enfrentou uma semana difícil, com as demissões do diretor de futebol, Rodrigo Pastana, e do gerente, Marcus Vinícius Lima.

"A gente sabe que essa foi uma semana da qual precisamos fazer uma reflexão", reconheceu o técnico, Gilson Kleina. "Mas acredito até o fim. Estamos tentando tirar todo tipo de pessimismo de cima do grupo e tentando espalhar otimismo em todos os sentidos", disse.

Mas uma sequência turbulenta como essa não é algo tão estranho para o Tricolor. Há três meses e oito dias, o clube vivia um dos momentos de maior crise na temporada, e que guarda semelhanças com o atual.

Depois de sofrer por 1 a 0 para o Inter, em plena Fonte Nova, o time perdia o técnico, Marquinhos Santos, o diretor de futebol, Ocimar Bolicenho, e o gerente, Cícero Souza. A crise eclodiu num protesto da torcida, em frente ao Fazendão, durante o treino, no dia 31 de julho.

O Bahia, naquela época, soube reagir. Logo após o episódio, o time engatou uma sequência boa até o final do primeiro turno do Brasileirão. Foram cinco jogos de invencibilidade, com um triunfo sobre o Goiás e quatro empates. A fase acabou com a derrota polêmica para o Grêmio, em Porto Alegre, e um empate em casa com o Coritiba.

Semelhanças

Por coincidência, a agenda que o Bahia vai enfrentar a partir de agora é semelhante. Aquela crise, a primeira, explodiu entre a derrota para o Inter e o empate com o Palmeiras. A atual aconteceu entre a derrota para o Palmeiras e o duelo com o Goiás.

Naquela sequência, a partir do confronto com o Esmeraldino, o Esquadrão somou mais sete pontos. Se acontecer o mesmo dessa vez, o Tricolor pode fechar o ano com 38 pontos, o que pode ser suficiente para escapar do rebaixamento.

Kleina entende que é possível escapar da degola. "Veja que na última rodada, se a gente tivesse vencido, teríamos ficado bem próximos de sair do Z-4. Deixamos escapar um momento crucial", lamentou.

O técnico, aliás, é a principal diferença daquela crise para esta. Enquanto Marquinhos foi demitido, Kleina segue com a confiança da diretoria. "Em momento algum vou falar em jogar a toalha. Quando vim para cá, já sabia do desafio", disse. Isso, no entanto, pode mudar  em caso de nova derrota. "Tenho que aceitar as avaliações da diretoria. Mas eu quero deixar claro para o torcedor que ainda tenho muita energia e que acredito nesses jogadores", completou.

Cronologia da crise do bahia em julho

26/7/2014 - Bahia perde para o Inter na Fonte Nova, por 1 a 0. Após o jogo, o técnico Marquinhos Santos perde o emprego

28/7 - O diretor de futebol do clube, Ocimar Bolicenho, é afastado pela diretoria. O cartola se diz surpreso com a decisão, já que estava cuidando da contratação do treinador

29/7 - Na saída de um treino no Fazendão, o carro do atacante Maxi Biancucchi é apedrejado por um torcedor. O jogador presta queixa na delegacia

31/7 - Membros das torcidas organizadas Bamor e Terror Tricolor fazem protesto em frente ao Fazendão, durante o horário de treino. A manifestação é pacífica

3/8 - Com o interino Charles Fabian no comando, Tricolor empata fora de casa com o Palmeiras, em 1 a 1