Postado por - Newton Duarte

As ideias do candidato Fernando Schmidt

Eleições no Bahia: conheça as ideias e propostas de Fernando Schmidt

No encerramento da série de entrevistas com os candidatos à presidência do Bahia, o advogado Fernando Schmidt, assessor para assuntos institucionais do governo do estado

Por que o candidato se considera preparado para assumir o Esporte Clube Bahia?
Eu já fui presidente do Bahia, conheço o Bahia. Enfrentei uma situação muito difícil, nos anos 70, e considero que minha gestão foi vitoriosa. Os tempos mudaram, a situação continua difícil e precisa de um choque de gestão para poder enfrentar os problemas frutos da falta de transparência, de democracia e de profissionalismo. Na verdade, não sou eu sozinho quem será o responsável. É uma equipe que acompanha a mim e a meu vice, Valton Pessoa, e toda a chapa que formamos. São pessoas que têm, em primeiro lugar, o Bahia.

É possível desenvolver um trabalho em um ano e meio?
Acho que sim. Na verdade, quando os estatutos foram aprovados, ficou muito claro que era um mandato de transição para dar continuidade à intervenção. A intervenção conseguiu muita coisa, mas ainda há muito para se fazer.

Quais as propostas para até o final do ano? E quais os planos para 2014?
Até o final do ano, nós temos que primeiramente dar continuidade aos trabalhos da intervenção e da auditoria, conseguir uma nova forma de gestão e equilibrar a situação, que é hoje insustentável. O Bahia, até o final do ano, vai ter que pagar, mais ou menos, compromissos de R$ 20 milhões e tem muito pouca receita. O planejamento não existe no Bahia. E nós vamos ter, dentro desses 20 e poucos milhões de reais para pagar, R$ 3,7 milhões de folha de 370 funcionários, entre atletas e não atletas. Do outro lado, teremos que desenvolver medidas para incrementar a gestão e uma delas é incrementar o número de sócios, rever as parcerias para ver se é possível torná-las capazes de trazer mais benefícios para a torcida e outras medidas voltadas à exploração da marca do Bahia. Em 2013, tirando o que ainda resta receber coma Arena Fonte Nova, não existe mais nada. A partir de 2014, renegociando todas essas parcerias, vamos ter recursos para adicionar a essa questão. Por exemplo, uma das coisas que para nós é fundamental na negociação com a Arena é dar uma condição especial aos sócios atuais e àqueles que venham se associar para que todos eles tenham pelo menos 50% de redução no valor do ingresso. E que tenha redução de valor também em todos os serviços como estacionamento, lanchonete...Acho perfeitamente possível, até porque não deve interessar à Arena que a fluência da torcida continue tão pequena como está.

Se você for eleito, como fica a relação com sua atividade atual?
Uma vez eleito, a primeira coisa que farei é me exonerar do cargo onde estou hoje no governo do estado.

Como fica a composição do departamento de futebol?
Nessa fase emergencial, nossa principal preocupação é que ele se mantenha estabilizado e aperfeiçoado. Para isso, vamos montar uma equipe e, sobretudo, ter a palavra do treinador Cristóvão Borges. Porque foi ele quem conseguiu, com todas as dificuldades, dar a competitividade que o Bahia nunca teve antes em Brasileiros por pontos corridos. Nós queremos que o treinador nos informe que reforços serão necessários para que essa situação já consolidada melhore ainda mais.

Meta do programa de sócios...
Nesse primeiro momento, podemos pensar numa meta de 15 mil sócios a mais. O que não for conseguido agora, será em 2014. Pretendemos, além da alegria e da motivação que o torcedor e o sócio têm, oferecer outras vantagens, como um cartão de crédito com a marca do Bahia e um novo tipo de tratamento na Arena Fonte Nova. Por que não reservar uma parte do terceiro anel para uma geral, com preços de ingressos ainda mais reduzidos? (NR: a Arena Fonte Nova reduziu ontem o preço dos ingressos).

Como enxerga esse período de transição no clube?
Fundamental. Enxergo como uma espécie de extensão da intervenção, que, judicialmente, só pode realizar o que foi determinado pelo juiz.Um presidente pode aprofundar muito mais as questões que foram levantadas e que serão divulgadas, tanto na área administrativa como no futebol. Pretende fazer auditoria nas ações da gestão passada? A auditoria está sendo feita e vai ser concluída na posse do novo presidente. O que nós pensamos é em transformar essa auditoria num instrumento permanente. As contas do clube para serem verdadeiramente transparentes precisam estar auditadas.

Vai propor a mudança do estatuto para passar mais tempo à frente do clube?
De forma alguma. É um compromisso que nós assumimos quando votamos os estatutos de que esse mandato de transição seria de um ano e quatro meses sem direito à reeleição. E não vamos buscar nenhuma mudança casuística para ampliar esse mandato.

Uma mensagem pra torcida...
Uma mensagem de confiança. Quando fui eleito presidente do Bahia nos anos 70 e exerci esse mandato por quatro anos, apesar de todas as dificuldades, ganhamos os quatro títulos baianos. Nós fomos tetracampeões. E isso tudo dentro de um quadro que inicialmente era preocupante. Porque havia questões patrimoniais como foi o caso do Fazendão, cujo terreno foi adquirido na nossa gestão e cuja inauguração da sua primeira fase se deu no último dia na nossa gestão. Se isso foi possível graças à seriedade e à forma transparente e compartilhada, apesar das limitações estatutárias àquela época, por que não poderá ser feito agora isso? Claro que será. E mais importante: eu não vou fazer isso sozinho. Eu integro um movimento pela democratização no qual estão presentes pessoas de diferentes matizes ideológicas - ou até nem tem matizes ideológicas -, mas que têm um profundo compromisso em colocar o Bahia no centro da sua dedicação. Tudo isso nos faz acreditar que, ao final, os sócios do Bahia também compreenderão e compartilharão dessa proposta e dirão, sem dúvida alguma, sim para um novo Bahia na eleição de 7 de setembro.


Fonte: Ivan Marques – Ibahia

Foto: Arquivo Correio*