Postado por - Newton Duarte

As principais ideias de Rui Cordeiro

O candidato: as principais ideias de Rui Cordeiro para administrar o Bahia

Em entrevista ao GE.COM, candidato à presidência do Tricolor responde a cinco perguntas estratégicas sobre seus projetos

Um oposicionista claro e atuante. Assim pode ser definido Rui Cordeiro, candidato a presidente do Bahia. Dos três postulantes ao cargo, o engenheiro e empresário é o único que já se manifestava publicamente contra a administração de Marcelo Guimarães Filho, desde o início da gestão. Conselheiro do clube por 27 anos, foi derrotado duas vezes em eleições passadas e já esteve no lado da diretoria quando foi vice-presidente de Antônio Pithon, que exerceu mandato de 1996 a 1997. No últimos anos, mostrou-se claro opositor à família Guimarães.

Oposicionista, Rui Cordeiro está ligado ao Bahia desde a juventude

Rui Cordeiro tem uma vida ligada diretamente ao Bahia. Aos 21 anos, já frequentava reuniões da diretoria como ouvinte. Anos depois, já formado em Engenharia, realizou trabalhos na sede de praia do clube e, posteriormente, recebeu o convite para integrar o Conselho Deliberativo. A partir daí, tornou-se pessoa constante na vida política do Bahia.

Chegou a lançar sua primeira candidatura à presidência da entidade em 1993, mas abriu mão para apoiar Francisco Pernet. Três anos depois, foi derrotado na disputa por Marcelo Guimarães. Lançou candidatura também contra Marcelo Guimarães Filho e teve outro insucesso.

Apesar de derrotado nas urnas, Cordeiro se mostrou aberto a ajudar. Marcelo Filho solicitou auxílio em questões sobre a sede de praia e em assembleias de sócios.

- No que eu pude ajudar o clube, eu ajudei. Disse a ele: ‘Não estou fazendo para você, estou fazendo pelo Bahia. Seja quem for o presidente’ – afirmou Cordeiro.

Transparência e democracia são alguns dos lemas do candidato

No entanto, a relação com o ex-presidente não era tão boa assim. Em uma reunião do conselho, Rui Cordeiro foi agredido por um conselheiro, que também era assessor parlamentar de Marcelo Guimarães Filho. O caso só fez aumentar a militância na oposição e o desejo de democratizar o clube.

Em sua candidatura, Rui Cordeiro diz prezar pela transparência e democracia. Confiante no sucesso em sua terceira tentativa de ser presidente da agremiação, o engenheiro diz que vai profissionalizar todas as áreas do Tricolor.

- O clube não será dirigido amadoristicamente. Gestos amadores, compromissos amadorísticos não permanecerão no clube. Vamos trazer pessoas, executivos competentes para gerir cada área do clube.

Confira abaixo a entrevista com o candidato Rui Cordeiro

Caso eleito presidente, qual sua primeira ação?

Rui Cordeiro: Minha primeira ação será a limpeza total de todos os problemas, as mazelas, que vou encontrar no clube. Funcionários a mais, jogadores desmotivados que não querem participar do elenco... Primeiro é o choque de gestão, é fazer uma assepsia geral. Reduzir custos, despesas desnecessárias, rever todos os contratos que estão aí, colocar o nosso Jurídico para trabalhar diuturnamente na revisão dos contratos. Ver tudo o que está errado. A primeira coisa é a correção de rumo. Colocar a nau no caminho certo.

Qual sua relação com o clube?

Eu sou sócio do Bahia desde 1963. Esse título foi anulado pela gestão passada, há alguns anos, e aí tenho outro título desde 1979. Título de sócio-patrimonial em dia. Fui vice-presidente da gestão de Antônio Pithon e sou um colaborador do clube. Fui conselheiro durante 27 anos. Minha vida está atrelada ao clube. Meu primeiro jogo do Bahia foi em 1954.

O que deve nortear o próximo presidente?

Democracia, transparência nas suas atitudes e profissionalismo. O clube não será dirigido amadoristicamente. Gestos amadores, compromissos amadorísticos não permanecerão no clube. Vamos trazer pessoas, executivos competentes para gerir cada área do clube.

<<Os funcionários que ganham o triplo do que deveriam ganhar no mercado ou não vão ficar ou vão se submeter a ter uma redução drástica nos salários" - Rui Cordeiro>>

Como resolver os problemas do Bahia, principalmente os financeiros, em um ano e meio, já que não poderá ter a reeleição?

Os problemas financeiros vão ser resolvidos de duas formas: redução do custeio e corte de despesas. Os funcionários que ganham o triplo do que deveriam ganhar no mercado ou não vão ficar ou vão se submeter a ter uma redução drástica nos salários. Salários de todos, diretores, todos. A não ser os nossos artistas, que são os técnicos e os atletas. Estes terão o salário de mercado. Não se pode fazer um plano para o salário de jogadores e de profissionais técnicos. Estes terão salário de mercado. Não exagerado, um salário normal do mercado.

Pretende manter a atual quadro do futebol?

Nós estamos no meio de um campeonato dificílimo, que é o Campeonato Brasileiro. É um campeonato de uma competitividade que, quando o time perde dois jogos, pode sair da zona de conforto e ir para a zona de rebaixamento. O que nós vamos fazer? Vamos chamar essa equipe que está aí hoje para passar para eles uma nova filosofia de trabalho. Todos aqueles que se enquadrem nessa filosofia de respeito ao clube, dedicação, compromisso, serão prestigiados. Aqueles que não optarem por isso serão afastados

Você tinha relação com o presidente afastado?

Não. Minha relação com ele era só formal. Me pediu uma ou duas vezes alguns auxílios para o clube, e eu disse a ele que eu não tinha 'não' para o Bahia. No meu dicionário, não existe a palavra 'não' para o Bahia. O que ele me pedisse e eu pudesse ajudar, eu ajudaria, como ajudei. Foram problemas na sede de praia, problemas na aprovação de medidas na assembleia geral. No que eu pude ajudar o clube, eu ajudei. Disse a ele: ‘Não estou fazendo para você, estou fazendo pelo Bahia. Seja quem for o presidente’. Espero que os outros hoje, que são candidatos, ajam da mesma forma quando eu assumir o clube.


Fonte e fotos: Raphael Carneiro – GE.COM