Postado por - Newton Duarte

Atacante dá conselhos aos mais jovens e fala sobre pressão da torcida

Sem fuga: Roger fala sobre pressão da torcida e conselhos para mais jovens

Atleta tricolor descarta preferência por jogar longe de casa em momentos ruins e mantém confiança no acesso. Segundo matemático, time tem 6% de chance de subir

Roger falou sobre o momento do Bahia, que tem poucas chances de acesso (Foto: Esporte Clube Bahia )

A experiência no futebol é determinante. Principalmente nos momentos ruins. Com a bagagem de mais de uma década como jogador profissional, o atacante Roger teve tempo suficiente para aprender como se portar quando a fase não é boa. Respeitar as opiniões do torcedor e se preservar mais em momentos de folga são pontos que ele carrega na cartilha. É também preciso acreditar na virada da maré, mesmo que seja preciso remar contra a correnteza.

O Bahia empatou com o ABC na Arena Fonte Nova na última terça-feira e se complicou na briga pelo acesso. Com 55 pontos, o Tricolor ocupa a sétima posição da Série B. Segundo o matemático Tristão Garcia, em números divulgados no site Infobola, as chances de acesso são de apenas 6%. Contra os índices matemáticos, Roger mantém a confiança de que é possível manter o sonho vivo. 

- Às vezes a gente encontra torcedor na rua. O torcedor tem todo o direito de fazer a sua cobrança, com respeito. Poucas vezes trabalhei num grupo que leva as coisas a sério. Você não vê perdendo, “nego” envolvido em balada... Não. Você vê uma rapaziada comprometida com a causa. Perdeu? Todo mundo está sentindo, todo mundo está chateado. O lado emocional, nessa hora, não tem nem o que falar... Todo mundo chega aqui destruído. Aí a gente começa a conversar, vê os confrontos... “Tem chance, cara. Está na nossa mão, ainda dá”. Então isso já muda quando você chega aqui no clube, a expectativa, a perspectiva começa a aflorar de novo para coisas boas. É acreditar, cara. Deixar o lado emocional de lado. Pedir para que o torcedor acredite, confie – disse.

Roger reparte as lições adquiridas no futebol com os atletas mais jovens do elenco tricolor. Com o grupo sob pressão, o atacante conta que conversou com alguns companheiros para tentar passar tranquilidade. Ele também descarta a preferência por jogar longe de Salvador neste momento de crise. Apesar das vaias na última terça-feira, ele ainda opta por ter o torcedor por perto.

- É a casa da gente. Eu não gosto dessa ideia. Você jogar num clube grande como o Bahia, campeão brasileiro, você tem as suas responsabilidades. E uma delas é ser aplaudido, outra é ser vaiado, cobrado. Você ter esse lado do torcedor te encontrar na rua e te fazer uma cobrança ou um elogio. Isso está no pacote de um clube grande. É saber lidar com isso. A gente que é mais velho tem falado para os mais novos: “Se resguarda. Fica um pouco mais em casa. O momento talvez não seja de estar se expondo...”. Mas eu prefiro jogar sempre em casa. Acho que em casa é mais gostoso. A gente tem mais chances, diante do nosso torcedor, todo mundo remando a favor – declarou o atleta tricolor.

O primeiro passo para dar um tempo na crise e começar a mudar o clima no Bahia é vencer o Boa Esporte no sábado. A depender dos resultados dos jogos de rivais diretos, o Tricolor pode subir na tabela e aumentar as chances de acesso. A partir de então, a fé pode ganhar força, e o drama ganhar contornos de superação.

- Nós vamos voltar com uma vitória de Varginha, deve ser lá o jogo. E aí nós vamos fazer uma final contra o Náutico e, na minha cabeça, pede para que, no último jogo aqui, eu veja a Fonte Nova lotada, a gente só precisando de nós. Vai ser mais gostoso. Talvez seja um pouco mais prazeroso dessa forma. (...) Agora são fora os dois jogos. Vamos lá. É isso que a gente tem pela frente. A gente precisa vencer essas duas batalhas. Então vamos por partes. Vamos para o Boa, tentar essa vitória. Vamos conseguir, se Deus quiser. Depois fazer uma final contra o Náutico – finalizou.