Postado por - Newton Duarte

Atolados! Na Arena da Dunas, Japão e Grécia não saíram do zero; Raio-X e Melhores Momentos

Empate sem gols deixa Japão e Grécia com calculadora na mão

Nipônicos e gregos precisam vencer e ficar de olho no outro confronto da chave. Resultado na Arena das Dunas põe a Colômbia nas oitavas

O empate em 0 a 0 entre Grécia e Japão nesta quinta-feira, na Arena das Dunas, deixou as duas seleções em situação difícil no Grupo C da Copa do Mundo – 39.485 torcedores compareceram ao estádio em Natal. Com apenas um ponto somado em dois jogos, as equipes veem suas chances de classificação às oitavas de final divididas nos dois derradeiros jogos da chave. Os japoneses precisam vencer a Colômbia e torcer para que a Costa do Marfim não vença a seleção helênica. Assim, a segunda vaga seria decidida no critério de desempate. Os gregos precisam derrotar os marfinenses e torcer por um empate ou uma vitória dos colombianos diante do time nipônico.

Os resultados desta quinta-feira já asseguraram à Colômbia uma das duas vagas do grupo – mais cedo, no Mané Garrincha, em Brasília, os sul-americanos bateram os africanos por 2 a 1 e, com seis pontos ganhos, têm pelo menos o segundo lugar garantido. A terceira e última rodada acontece na próxima terça-feira, dia 24, às 16h (de Brasília). Colômbia e Japão se enfrentam na Arena Pantanal, em Cuiabá, e Grécia e Costa do Marfim entram em campo na Arena Castelão, em Fortaleza.

Japão domina, Grécia reage com um a menos

O jogo começou com o Japão comandando as ações de ataque e criando a primeira boa jogada com menos de dois minutos. Okubo passou por Cholevas, entrou na área e cruzou para Osako, que chutou em cima da marcação. Os gregos responderam em seguida, aos quatro, quando Mitroglou recebeu na área e chutou prensado com a zaga, facilitando a defesa de Kawashima. Mais bem organizados taticamente, os japoneses tocavam melhor a bola, principalmente Honda e Okubo, e aos poucos se aproximavam da área adversária. A Grécia, por sua vez, tinha problemas em fazer a ligação entre o meio do campo e o ataque. Tentava carregar a bola em vez de tocá-la em velocidade, facilitando a marcação japonesa, cuja defesa levava a melhor na maioria das disputas.

No primeiro contra-ataque bem executado pela Grécia, aos 10, Kone recebeu em velocidade no meio, avançou e chutou forte de fora da área. Kawashima defendeu sem dificuldade. A seleção helênica não mostrava jogadas ensaiadas, avançava apenas em jogadas individuais, enquanto o Japão mantinha a postura tática e ia em bloco à frente, tocando a bola com rapidez. No entanto, esbarrava na sólida defesa grega na hora de definir as jogadas. Percebendo a dificuldade de penetrar tocando a bola, os japoneses passaram a buscar os chutes de fora da área. Aos 18, Okubo tentou, e Karnezis fez boa defesa.

Já tinha amarelo: capitão da Grécia, Katsouranis é expulso após falta em Hasebe

O mesmo Osako fez bela jogada individual pela esquerda, aos 20, e da entrada área chutou com categoria. A bola saiu à esquerda do goleiro grego, levantando a torcida japonesa, que fazia bela festa. Em cobrança de falta aos 27, Honda obrigou Karnezis a fazer boa defesa. Os japoneses jogavam melhor, mas não traduziam em gols sua superioridade. Os gregos jogavam na defesa, fiéis ao seu estilo, e buscando os contra-ataques, principalmente com Kone, o único jogador que buscava atuar em velocidade. Aos 32, Okubo cabeceou por cima do gol a bola cruzada por Nagatomo.

Os japoneses mantinham o domínio das ações ofensivas. Capitão da Grécia, Katsouranis recebeu o segundo cartão amarelo por falta dura em Hasebe, aos 37, e acabou expulso. A partir daí, ao contrário do que se poderia esperar, os gregos passaram a levar perigo ao gol japonês e conseguiram a sua melhor oportunidade. Torosidis completou de fora da área para excelente defesa de Kawashima. Nervosos, os helênicos reclamavam da arbitragem e pressionavam Joel Aguilar a cada lance faltoso contra sua equipe. Mesmo com a melhora ofensiva dos europeus, a partida foi para o intervalo com os dois zeros no placar.

Praticamente um ataque japonês x defesa grega

O segundo tempo começou com Samaras tentando surpreender o goleiro Kawashima logo na saída de bola, mas o chute do meio do campo acabou indo para fora. O Japão continuava a tocar a bola e buscar o ataque em bloco, e os gregos, nervosos em campo, perdiam muito tempo reclamando com o árbitro. Mesmo o técnico Fernando Santos chegou a levantar-se do banco e correr em direção ao auxiliar por conta de um lateral que achou ter sido apontado erradamente para o adversário.

Enquanto os europeus mantinham a postura defensiva tradicional, o Japão mostrava mais vocação para o ataque, com o time postado para os contra-ataques sempre que roubava a bola. Honda e Okubo se apresentavam imediatamente nas laterais para tentar surpreender os adversários. Aos 11, o técnico Alberto Zaccheroni substituiu o atacante Osako pelo astro Kagawa, arrancando aplausos e gritos da torcida japonesa, que tinha o apoio dos brasileiros. A mudança visava a dar mais poder de conclusão ao time, que pecava exatamente na finalização das jogadas. Mas foi o adversário que ameaçou o gol dos japoneses, três minutos depois. Após cobrança de escanteio pela direita, Gekas cabeceou para bela defesa de Kawashima.

Okubo lamenta um dos gols perdidos pelo Japão contra a Grécia

Apostando na velocidade, o Japão quase abriu o placar. Em contra-ataque pelo meio, aos 21, Honda lançou Uchida na grande área. O lateral cruzou de primeira para Okubo, que, no bico da pequena área, chutou por cima. Com um homem a mais em campo, os nipônicos começavam a dominar o jogo, diante de uma Grécia desgastada fisicamente. Aos 26, após cruzamento na área e a perda da bola por Okazaki, Uchida apareceu livre e chutou para fora, na melhor chance de sua seleção até então. Nos últimos 15 minutos de jogo, a Grécia se preocupava mais em defender e evitar a derrota, dando espaço para o Japão avançar em seu campo. Aos 31, de fora da área, Okubo obrigou Karnezis a fazer uma bela defesa.

Os gregos buscavam ameaçar nas bolas paradas e, aos 35, após escanteio cobrado por Karagounis, Samaras, na risca da pequena área, cabeceou para fora. O Japão voltou a pressionar, e o clima esquentou em campo. Maniatis e Yoshida trocaram empurrões na linha lateral após uma disputa de bola. Os japoneses sabiam que tinham mais chances de sair com a vitória, pela superioridade numérica, mas não conseguiam furar o bloqueio grego. Aos 39, em jogada pela esquerda da grande área, Nagatomo chutou forte, e a bola bateu na cabeça de Yoshida, de frente para o gol, indo para fora.

A Grécia recuou ainda mais após desperdiçar uma grande chance de gol em chute de Gekas defendido por Kawashima, e o Japão se lançou de vez ao ataque, quase fazendo o gol da vitória aos 44, em bela cobrança de falta de Endo. Karnezis mergulhou e fez linda defesa no canto esquerdo. Os japoneses ainda mantiveram a posse de bola no campo rival, mas a pressão não surtiu efeito. O empate sem gols acabou sendo prejudicial para ambos, e os jogadores deixaram o campo cabisbaixos, cientes de que a classificação depende também do que acontecer no outro jogo da chave.


Japão 0 x 0 Grécia

Copa do Mundo – Grupo C


Local:Arena das Dunas, em Natal (RN)

Data:19 de junho de 2014, quinta-feira

Horário:19h (de Brasília)

Árbitro:Joel Aguilar (SLV)

Assistentes:William Torres (SLV) e Juan Zumba (SLV)

Cartões amarelos:Japão:Hasebe; Grécia:Samaras e Torosidis

Cartão vermelho:Grécia:Katsouranis

Japão:Kawashima; Uchida, Yoshida, Konno e Nagatomo; Hasebe (Endo) e Yamaguchi; Okubo, Honda e Okazaki; Osako (Kagawa)

Técnico:Alberto Zaccheroni

Grécia:Karnezis; Torosidis, Manolas, Sokratis e Cholevas; Katsouranis, Maniatis e Kone (Salpingidis); Fetfatzidis (Karagounis) e Samaras; Mitroglou (Gekas)

Técnico:Fernando Santos

Melhores Momentos

O CARA

Orestis Karnezis fez o mesmo número de defesas que Kawashima, que até fez a mais difícil do jogo, mas a atuação do grego foi mais significativa. Afinal, o Japão passou quase todo o tempo no ataque, o que o torna mais relevante nessa disputa para manter o placar no zero. Fez boas defesas, como na cobrança de falta colocada de Endo aos 45 do segundo tempo, que poderia ter definido o jogo.

A Tática

Japão Grécia Campinho

A Estatística

68%

Posse de bola do Japão ao final do jogo. Ainda assim, tanto Karnezis quanto Kawashima fizeram quatro defesas na partida. Sinal da ineficiência japonesa.

Atuações: Kawashima e Karnezis brilham e placar fica zerado

Volante Katsouranis fica nervoso, comete duas faltas duras no primeiro tempo e é expulso da partida; Honda pouco cria e não consegue municiar atacantes japoneses

Header Japao (Foto: Infoesporte)

Kawashima - GOLEIRO

Apesar do Japão ter tido uma maior posse de bola durante o jogo, o camisa 1 garantiu que a equipe japonesa não sofresse gols, especialmente no segundo tempo, quando a Grécia pressionou mais o jogo. Poderia ter recebido o prêmio de melhor jogador da partida.

Nota: 8,0

Uchida - LATERAL DIREITO

Jogador veloz que explora bem as jogadas na linha de fundo, tanto que os principais lances de perigo para o Japão foram a partir dos seus cruzamentos.

Nota: 7,0

Yoshida - ZAGUEIRO

Atento aos ataques adversários, o zagueiro japonês foi a sombra do atacante Mitroglou em campo. Nas jogadas ofensivas, principalmente em cobranças de faltas ou cruzamentos, pouco produziu.

Nota: 6,5

Konno - ZAGUEIRO

Se mostrou disciplinado e cometeu poucas faltas durante o jogo. Não comprometeu a defsa japonesa.

Nota: 6,5

Nagatomo - LATERAL ESQUERDO

Acionado pelos jogadores japoneses, o lateral-direito teve grande participação nos lances de ataque da seleção nipônica.

Nota: 7,0

Yamaguchi - VOLANTE

Não comprometeu a marcação do Japão e conseguiu bons desarmes durante a partida.

Nota: 6,5

Hasebe - VOLANTE

O capitão da seleção do Japão mostrou que é um líder em campo e comandou os desarmes da Grécia. No entanto, voltou a ser substituído, apesar de dizer que não foi por questões físicas. O volante havia se queixado de dores no joelho direito.

Nota: 6,5

Endo - VOLANTE

Substituto do capitão Hasebe, o volante ajudou na marcação e segurou a pressão da Grécia no segundo tempo. Jogador com forte pegada.

Nota: 6,5

Honda - MEIA

Homem de criação da seleção japonesa, o meia pouco criou e não conseguiu municiar os atacantes japoneses. A bola sempre passava pelos seus pés, mas o toque final não era preciso. Com um domínio maior do Japão sobre a Grécia, acabou recebendo o prêmio de melhor jogador da partida.

Nota: 7,0

Okazaki - ATACANTE

O atacante foi muito marcado pela defesa grega e não conseguiu um chute a gol. Ficou devendo na partida.

Nota: 5,0

Okubo - ATACANTE

Jogador extremamente habilidoso, que abusou das jogadas em velocidade pelo lado direito de campo, mas explorou investidas em diagonal para o gol. Tem um chute forte, mas que precisa de uma melhor pontaria.

Nota: 7,0

Osako - ATACANTE

Assim como o companheiro de ataque Okazami, o atacante japonês não conseguiu produzir muito contra a Grécia.

Nota: 5,0

Kagawa - MEIA

Dono da camisa 10 do Japão, entrou no segundo tempo e teve um curto período para mostrar seu futebol. Mesmo assim, arriscou alguns chutes e trocou muitos passes com Honda.

Nota: 6,0  

Header Grecia (Foto: Infoesporte)

Karnezis - GOLEIRO

O goleiro foi o principal nome da seleção grega na partida, já que a equipe produziu somente no segundo tempo, e mesmo assim em raros lances. Nas faltas cobradas por Honda, o goleiro fez boas defesas e garantiu a igualidade no placar.

Nota: 7,5

Torosidis - LATERAL DIREITO

Muito ofensivo, o lateral abusou dos passes longos e das jogadas em velocidade. Contudo, deixou brechas na marcação e sofreu com ataques pelas costas.

Nota: 6,0

Manolas - ZAGUEIRO

O zagueiro grego se beneficiou da diferença de altura por parte dos atacantes japoneses e conseguiu tirar todas as bolas da área quando esteve no lance. Se mostrou seguro em campo.

Nota: 6,0

Sokratis - ZAGUEIRO

Demosntrando muita raça durante os 90 minutos de jogo, o zagueiro grego cometeu poucas faltas e precisou de muita atenção para não deixar a bola passar.

Nota: 6,5

Holebas - LATERAL ESQUERDO

Pouco trabalhou no jogo. Não comprometeu o desempenho da seleção grega.

Nota: 6,0

Maniatis - VOLANTE

Com a expulsão do companheiro Katsouranis, o volante grego ficou sobrecarregado e precisou correr o dobro em campo. Terminou a partida exausto.

Nota: 6,5

Katsouranis - VOLANTE

O volante parecia estar nervoso e cometeu duas faltas duras no primeiro tempo, que culminaram com a sua expulsão da partida.

Nota: 4,5

Kone - VOLANTE

Assim como o volante Maniatis, ficou sobrecarregado em campo e precisou se desdobrar para garantir o placar.

Nota: 6,5

Salpingidis - VOLANTE

Entrou no final do jogo e pouco tocou na bola. Não comprometeu o desempenho.

Nota: 6,0

Fetfatzidis - ATACANTE

Fez boas jogadas no primeiro tempo e usou a cabeça para assustar o goleiro Kawashima.

Nota: 6,5

Karagounis - MEIA

Entrou no segundo tempo no lugar de Fetfatzidis para recompor o time, que havia perdido um jogador.

Nota: 6,0

Samaras - ATACANTE

Jogador aguerrido e que mostrou bom faro de gol. No entanto, a bola chegou poucas vezes ao seus pés. Desa forma, atuou mais fora da área e arriscou alguns chutes a gol, que foram ou para fora ou ficaram com o goleiro japonês.

Nota: 6,5

Mitroglou - ATACANTE

O atacante grego sofreu uma pancada no primeiro tempo e saiu do jogo com apenas 35 minutos de bola rolando.

Nota: 6,0

Gekas - ATACANTE

Substituto de Mitroglou, o atacante usou a cabeça para chegar ao gol. No entanto, esbarroou no goleiro japonês.

Nota: 6,0


Fonte: Marcelo Russio e Jocaff Souza – GE.COM

Foto: EFE - AFP