Postado por - Newton Duarte

Audiência, reuniões e mandados

Audiência, reuniões e mandados: o 1º dia de intervenção de Carlos Rátis

Intervenção no Bahia foi decretada pela Justiça na manhã desta terça-feira. Advogado nomeado interventor foi à Caixa, sede do clube e Fazendão


Da decisão judicial no meio da manhã ao Centro de Treinamentos do Fazendão, quando a noite já dava o tom em Salvador nesta quarta-feira. Assim foi o dia do advogado Carlos Rátis. Nomeado interventor do Esporte Clube Bahia, ele passou o primeiro dia da função entre reuniões, cumprimento de mandados judiciais e encerrou a jornada em um encontro com o diretor de futebol do clube, Anderson Barros. Conversa que deixou claro o tom administrativo da intervenção, afastou os boatos de uma debandada no elenco e firmou o pacto de não haver interferência no futebol do Bahia.

Enquanto a audiência na Segunda Câmara Cível discutia a possibilidade de intervenção no Bahia, Carlos Rátis já se reunia com o nomeado grupo de apoio. Após a confirmação da medida judicial, o advogado deixou as salas de reuniões e partiu para as primeiras ações do dia.

Primeiro compromisso de Rátis foi ida a agência da Caixa

Conforme havia antecipado ao GLOBOESPORTE.COM, Rátis iniciou os trabalhos como interventor do Bahia com a ideia de cumprir dois mandados judiciais. O primeiro deles foi em uma agência da Caixa Econômica Federal. A ida ao banco se deu porque, na intervenção anterior, o clube escondeu os computadores com a lista de sócios. Como o banco gera boletos de cobrança aos sócios, o objetivo era obter na instituição a relação dos nomes.

Rátis chegou, junto com dois oficiais de justiça e três advogados do grupo de apoio, às 15h05m. Permaneceu na agência por 45 minutos. Quando deixou o local, carregava consigo uma série de documentos referentes ao Esporte Clube Bahia.

- Já temos parte da relação. Acreditamos que vamos ter esta lista até o final da semana. Devemos regularizar isso em um prazo de 15 dias - comentou e adiantou que terá que visitar outras três agências nas quais o clube tem contas oficiais.

Ao deixar a Caixa Econômica Federal, Rátis decidiu ir andando até o prédio onde está situada a sede administrativa do Bahia. Caminhou por cerca de 20 minutos até o local. Lá, tinha como objetivo entregar o mandado judicial e aguardar a escolta policial para se dirigir ao Fazendão.

- Como vocês sabem, da última vez que eu fui interventor, sofri ameaças. Não queremos nos transformar em mártires. Queremos somente cumprir a determinação judicial - justificou.

Escritório onde funciona a sede do Bahia

Encontro com a recepcionista

Após a caminhada pelas ruas de Salvador, Rátis ainda aguardou a chegada dos oficiais de justiça por 15 minutos no saguão do prédio onde está localizada a sede do Bahia. Nesse tempo, ligou duas vezes para Anderson Barros. Sem sucesso. Pouco tempo depois, o gestor de futebol retornou a ligação.

- Ele vai nos aguardar. Se mostrou bastante colaborativo e disse que pretende continuar no cargo - comentou.

A permanência nas salas do Bahia durou meia hora, mas a imprensa não teve acesso à visita. No local, o grupo interventor encontrou somente a secretária e o segurança. A secretária, conhecida como Darlene, assinou o mandado judicial e observou enquanto os advogados tiravam fotos dos móveis e das dependências da sede do clube.

- Ainda solicitei a lista de sócios, e ela disse que iria ver o que poderia fazer. Tiramos as fotos, porque nada pode ser retirado lá de dentro. Pedi para que ela conversasse com os funcionários para tranquilizar e marquei uma reunião aqui com eles [funcionários] amanhã [quarta-feira] pela manhã para explicar o que é a intervenção - disse.

Encontro com Anderson Barros

A ida para o Fazendão, em um dos horários de trânsito mais complicado em Salvador, demorou quase duas horas. O encontro entre o grupo de intervenção e o diretor de futebol do Bahia, Anderson Barros, foi realizado no auditório do centro de treinamentos.

A reunião serviu para que os dois lados passassem informações do que tem de ser feito. Enquanto Rátis ratificava a decisão de não interferir no departamento de futebol, Barros comunicava ao interventor as questões burocráticas que estavam em andamento enquanto Marcelo Guimarães Filho se mantinha no cargo de presidente graças à liminar conseguida no ano passado.

A partir de então, Carlos Rátis se torna o responsável pela administração do Bahia. O futebol segue sua programação normal e planejamento anteriores sob o comando de Anderson Barros. Como todos os vice-presidentes foram depostos, o interventor pode escolher a opção de nomear uma equipe para ajudar na administração do clube nos próximos dias - caso não haja uma nova liminar. Contudo, o foco principal de Rátis será regularizar a lista de sócios para, enfim, convocar novas eleições para o Conselho Deliberativo e, posteriormente, presidente do Bahia. O provável, caso a intervenção continue, é que a nova rotina do Tricolor dure mais que um mês.


Tabela interativa da Série A com atualização online

http://uniaotricolorba.com.br/tabelaseriea.asp


Fonte: Raphael Carneiro – GLOBOESPORTE.COM

FotoS: Raphael Carneiro – Eric Luis Carvalho – GLOBOESPORTE.COM