Palmeiras vence confronto direto com o Bahia e se distancia do Z-4
Gol de Mazinho é suficiente para vitória por 1 a 0 neste domingo, na Fonte Nova. Verdão respira e deixa rival em situação ainda mais complicada
DESTAQUES DO JOGO
- Minuto-chave
35 do 1º tempo
Mazinho tabela com Valdivia e recebe na cara de Marcelo Lomba para finalizar. O gol é suficiente para dar a vitória ao Verdão
- Destaque
Valdivia
Mago comanda a vitória alviverde com maturidade. O capitão ditou o ritmo na base da conversa e com bons passes no jogo.
- Não deu certo
Pressão inicial
O Bahia tentou incendiar o jogo no início, mas a falta de pontaria prejudicou o time da casa. A luta contra a degola fica mais difícil.
A CRÔNICA
Conquistar três pontos fora de casa contra um adversário direto na luta contra o rebaixamento é muito mais importante do que jogar bem, ao menos no atual momento do Palmeiras. Depois de dois empates dolorosos, com gols no final dos jogos, o Verdão soube segurar o 1 a 0 sobre o Bahia, neste domingo, na Arena Fonte Nova, e se vê mais longe do Z-4. O duelo era fundamental porque a equipe baiana também está no grupo de desesperados – a derrota em casa pode fazer a diferença no fim.
O Palmeiras não precisou de uma grande atuação coletiva, apenas de um toque genial do capitão Valdivia, autor da assistência para o gol de Mazinho, ainda no primeiro tempo, que decidiria o jogo. O Bahia pressionou pelo empate no fim, mas não conseguiu. Após o apito final, uma discussão entre Wesley e William Barbio deu origem a uma confusão que começou no gramado e se estendeu até o túnel que leva aos vestiários da Fonte Nova.
O triunfo levou o time de Dorival Júnior aos 39 pontos, cinco acima do Coritiba, que abre a zona da degola. O Bahia, preocupado, permanece com míseros 31 pontos somados, em 19º lugar.
O Bahia volta a jogar no próximo domingo, contra o Goiás, às 19h30 (horário de Brasília), no Serra Dourada. O Palmeiras recebe o Atlético-MG no sábado, às 19h30, no Pacaembu.
Mazinho comemora seu gol: Palmeiras está cada vez mais longe da queda (Foto: Getty Images)
Verdão decide nos pés do Mago
Gilson Kleina conhece a força do Palmeiras e também sabe da urgência de uma vitória para o Bahia. Por isso, colocou o time no ataque para tentar um sufoco inicial e evitar qualquer reação alviverde. Ele conhece bem o clube que dirigiu durante quase dois anos, mas não contava com a solidez defensiva mostrada por garotos como Nathan, 19 anos, que anulou Kieza. Mesmo assim, o Bahia fazia pressão com Lincoln e Emanuel Biancucchi e ainda conseguia neutralizar Valdivia, cabeça pensante do Verdão.
Tudo ia bem, mas nenhuma pressão dura tanto tempo. Depois dos 20 minutos, o Palmeiras se soltou, ainda que deixasse o rival continuar com a posse de bola. A intenção era brilhar no contra-ataque. Atraído pela chance de criar jogadas, o Bahia caiu na armadilha e se esqueceu do Mago. Bastou o chileno tocar algumas vezes na bola para o Palmeiras se aliviar.
Sem ser incomodado, Valdivia tabelou com Mazinho e deu a assistência para o companheiro chutar, sem chances para Marcelo Lomba: 1 a 0, aos 35 minutos. Para o Palmeiras, o toque de classe bastou, mesmo com apenas três finalizações no primeiro tempo. O Bahia teve oito.
A segunda etapa se desenvolveu da maneira que o Palmeiras queria: arrastada, deixando o tempo passar. Afinal, pontos somados num confronto direto são ainda mais valiosos. O Bahia demorou para acordar e tentar atacar o rival. Kleina lançou os rápidos Maxi Biancucchi e Marcos Aurélio, sem tanto sucesso.
A jogada mais perigosa gerou reclamações do Tricolor: em uma dividida de Kieza com Nathan, a bola bateu no braço do palmeirense. O árbitro Leandro Vuaden nada marcou. Duro golpe para o Bahia, que não soube se recuperar, apesar do esboço de uma pressão no fim. O Verdão, voluntarioso, vem crescendo no Brasileirão. A cada rodada, o torcedor pode dizer com maior convicção: o Palmeiras não cai.
O melhor. Fernando Prass. No dia de atuação sólida do Palmeiras, ninguém transmitiu mais segurança à equipe. O goleiro foi firme sempre que acionado.
O pior. Potita. Titular do ataque baiano, errou quase todas as tentativas e foi sacado no intervalo.
Chave do jogo. A diferença mental entre as duas equipes. Mesmo vindo de dois jogos em que sofreu empate no fim, o Palmeiras se mostrou mais frio para administrar a pressão e atacar de forma objetiva. Graças ao desequilíbrio do Bahia, poderia até ter marcado mais gols.
Toque dos técnicos. Sem Henrique e Victor Luís, Dorival Júnior fez escolhas que deram efeito. Apesar de alguns erros na frente, Mouche levou perigo ao Bahia. Renato, pelo meio, segurou bem a pressão.
Para lembrar: O Bahia não vence há sete partidas, sendo seis pelo Campeonato Brasileiro. No período, marcou apenas três gols e ficou às portas da Série B.
O argentino Mouche, que marcou contra o Cruzeiro recentemente, jogou porque os dois principais atacantes do Palmeiras não estavam à disposição. Henrique, suspenso, e Cristaldo, machucado.
Bahia 0 x 1 Palmeiras
Campeonato Brasileiro 2014 – Série A – 32ª Rodada
Local: Fonte Nova, em Salvador (BA)
Data: 2 de novembro de 2014, domingo
Horário: 20 horas (de Brasília)
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS)
Assistentes: Rafael da Silva Alves (RS) e Marcelo Bertanha Barison (RS)
Cartões amarelos: Bahia: Douglas Pires, Douglas Santos, Kieza e Maxi Biancucchi; Palmeiras: Marcelo Oliveira, Wesley e Allione
Gol: Mazinho 35’ 1º T
Bahia: Marcelo Lomba; Roniery, Adaílton, Lucas Fonseca e Guilherme Santos; Uelliton e Rafael Miranda (Rafinha); Emanuel Biancucchi, Lincoln (Marcos Aurélio) e Potita (Maxi Biancucchi); Kieza
Técnico: Gilson Kleina
Palmeiras: Fernando Prass; João Pedro, Nathan, Tobio e Victor Luis; Renato (Washington) e Marcelo Oliveira; Wesley, Valdivia e Mazinho (Allione); Mouche (Diogo)
Técnico: Dorival Júnior
[**SCOUT**]
ATUAÇÕES
Roniery vai mal
Lateral do time baiano falha na marcação na jogada do tento paulista
MARCELO LOMBA – GOLEIRO
Não teve culpa no gol e foi pouco exigido no resto do jogo.
Nota: 6,0
RONIERY – LATERAL-DIREITO
Deu muitos espaços para o ataque do Palmeiras e não conseguiu conter Mazinho no lance do gol. Elo mais fraco da defesa do Bahia.
Nota: 4,0
LUCAS FONSECA – ZAGUEIRO
Fez o estilo xerife, discutiu com Valdivia, mas deu sustos no segundo tempo.
Nota: 5,0
ADAÍLTON – ZAGUEIRO
Discreto, foi bem na bola aérea e controlou o argentino Mouche. Melhor da zaga.
Nota: 6,0
GUILHERME SANTOS – LATERAL-ESQUERDO
Bastante ofensivo, deu trabalho na pressão inicial do primeiro tempo. Depois se resguardou na marcação, que não é seu forte.
Nota: 5,5
UELLITON – VOLANTE
Começou bem, cuidando da marcação de Valdivia e encurtando os espaços do chileno. Quando se descuidou, o Mago fez a jogada do gol.
Nota: 5,5
RAFAEL MIRANDA – VOLANTE
Jogou mais avançado e até arriscou chutes de longe. Na marcação, deu espaços para os meias palmeirenses.
Nota: 5,5
RAFINHA – MEIA
Teve pouco tempo para ajudar. Pegou poucas vezes na bola.
Nota: 5,5
LINCOLN – MEIA
Sentiu a falta de ritmo, apesar de ter criado algumas jogadas. Cansou no segundo tempo e foi substituído por Marcos Aurélio.
Nota: 5,0
MARCOS AURÉLIO – MEIA
Apostou na velocidade para surpreender a defesa rival. Faltou técnica.
Nota: 5,0
EMANUEL BIANCUCCHI – MEIA
Foi quem mais deu trabalho ao Palmeiras, arriscando dribles de canhota e chutes de longe. Não foi suficiente para ajudar sua equipe.
Nota: 6,0
POTITA – ATACANTE
Aberto pela esquerda, ciscou muito, mas produziu pouco. Ganhou alguns duelos com João Pedro, sem maiores perigos para o Palmeiras.
Nota: 5,0
MAXI BIANCUCCHI – ATACANTE
Assim como Marcos Aurélio, tentou dar velocidade ao ataque do Bahia. Mal pegou na bola e levou cartão amarelo por falta em Valdivia.
Nota: 4,5
KIEZA – ATACANTE
Isolado na frente, travou bons duelos com Nathan e Tobio. Teve poucas chances para marcar.
Nota: 5,5
PROGRAMAÇÃO
O Ex-quadrão agora se prepara para enfrentar o Goiás no próximo dia 09/11, às 18hs30, em mais um horário alternativo, no Estádio Serra Dourada.
Como sempre tem ocorrido ultimamente, o Esporte Clube Bahia não divulgou a programação semanal de treinamentos.