Postado por - Newton Duarte

Bahia blinda jogadores reforçando segurança no Fazendão

Após vandalismo, Bahia blinda jogadores com seguranças particulares e reforço policial

Maxi Biancucchi teve carro atingido por pedras e registrou queixa na delegacia

A pichação na entrada do Fazendão foi coberta por tinta, mas a tensão ainda era grande entre os jogadores do Bahia, ontem pela manhã. A pedido do clube, uma viatura da Polícia Militar ficou estacionada em frente à portaria.

“Nesse momento, isso é necessário sim, até pra dar uma tranquilidade maior pra gente vir trabalhar”, analisa o zagueiro Demerson. “Alguns jogadores chegaram apreensivos e muito tensos e, depois do acontecido, não teriam como chegar de outra forma. Ninguém quer trabalhar correndo o risco de ter o carro apedrejado ou ser ameaçado”.

Na noite de segunda-feira, além das pichações com dizeres como “acabou a paz” e “vergonha”, o carro do atacante Maxi Biancucchi foi apedrejado. “É uma coisa lamentável. Imagina para a esposa, para a família. É complicado o marido chegar em casa com o carro todo quebrado”.

Em depoimento à 27ª delegacia (Itinga), o argentino: “Informou que, ao sair do centro de treinamento em seu carro BMW, foi cercado por um veículo Fiat Palio e uma motocicleta. Pediram que ele saísse do carro, e ele não saiu. Com a recusa, tentaram arrombar a porta. Como não conseguiram, arremessaram dois paralelepípedos e deram socos na lataria do carro, causando danos materiais no parabrisa, no retrovisor do lado direito, vidro do lado direito e paleta do limpador do vidro traseiro”.

Para dar tranquilidade aos jogadores, uma viatura da PM ficou de plantão na entrada do Fazendão, em Itinga

Maxi, que foi à delegacia na companhia do gerente jurídico do Bahia Victor Ferraz, relatou ainda ter fugido, sido perseguido, porém não foi alcançado. O carro será levado ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) para perícia.

Através do Twitter, a esposa de Maxi, Jasmin, manifestou-se. “Eu entendo a discordância e manifestação de parte dos torcedores, mas não atos de vandalismo. Isso não pode acontecer com ninguém, nunca, ninguém merece! Isso não é torcer. Isso foi um crime. Não quero imaginar se minhas filhas estivessem dentro do carro”, escreveu.

O atleta preferiu o silêncio, mas participou normalmente do treino de ontem. O clube lançou uma campanha nas redes sociais em que pede: “Cobrança sim, violência não”.

Palmeiras

Com nove pontos em 12 rodadas, o Bahia é o vice-lanterna do Brasileirão, mas as atenções dentro de campo não estão voltadas somente ao jogo das 16h de domingo, contra o Palmeiras, no Pacaembu. Preocupados com os últimos acontecimentos, os jogadores se reuniram para conversar no centro do gramado antes e depois da atividade tática realizada pelo técnico interino Charles Fabian, que foi vigiada por três seguranças - geralmente é só um.

“Foi falado para que, nesse momento, todo o grupo esteja junto. A diretoria também precisa dar o suporte pra nós jogadores, dar tranquilidade. A conversa foi mais voltada pra esse lado, pra estarmos juntos nesse momento e para que a diretoria nos blinde. Blindados, nós, com certeza, vamos procurar esquecer essas coisas quando entrarmos em campo. É só encaixar uma vitória que o Bahia vai realmente voltar a ser forte”, acredita Demerson, que volta de suspensão. Sai Adaílton.

O volante Léo Gago levou o terceiro cartão amarelo e Fahel pode voltar. Rhayner, com incômodo na coxa, é dúvida.


Fonte: Daniela Leone - Correio

Foto: Mauro Akin Nassor - Correio