Em 2018, o Bahia vendeu jogadores, teve um aumento de cerca de 30% no quatro de sócios e ganhou dinheiro de premiação por participar de competições. Porém, o aumento nas receitas não foi o suficiente para zerar o déficit previsto no orçamento. O presidente Guilherme Bellintani declarou que, baseado nos números atuais, o clube já conseguiu preencher metade do rombo projetado para o ano. Porém, para não fechar 2018 no vermelho, o Tricolor precisa de mais R$ 8 ou 9 milhões:
O clube começou o ano com R$ 19 milhões de déficit. Isso significa que a gente tinha, aproximadamente, R$ 102 milhões de receita e R$ 121 milhões de despesa projetados. Então eram R$ 19 milhões de déficit. O que significa isso? Quando você começa o ano, você fala assim: “Eu tenho R$ 19 milhões que que não sei de onde vem o dinheiro”, realmente a situação é muito difícil. Sempre foi. A história do Bahia, recente, é essa. Aí você fala: “As premiações”. Quais premiações? Copa do Nordeste, a premiação é muito baixa. A principal premiação da Copa do Nordeste é se você for campeão. Coisa que a gente não foi, ainda, pelo menos. Desejamos ser, mas não fomos. Então essas passagens de fase da Copa do Nordeste são muito baixas. Copa do Brasil, a gente não passou ainda de fase. A gente tem o Vasco, no jogo de volta. Sul-Americana, o valor dessa fase ainda é muito restrito. Então não vem nada...
Neste ano, o Bahia recebeu cerca de R$ 2 milhões de premiação pela Copa do Nordeste. Deste valor, R$ 1 milhão é da cota inicial por participar da fase de grupos, R$ 450 mil pelas quartas de final e R$ 550 mil pelas semifinais. Se conquistar o título, o Tricolor ganhará R$ 1,5 milhão, enquanto o vice-campeão leva R$ 600 mil.
Já na Copa do Brasil, o Bahia recebeu R$ 2,4 milhões por participar das oitavas de final. Eliminando o Vasco, o Tricolor ganhará mais R$ 3 milhões como cota das quartas de final. A equipe está próxima da classificação após ter vencido o jogo de ida na Arena Fonte Nova, por 3 a 0. O jogo de volta acontece no dia 16 de julho, em São Januário.
Pela Copa Sul-Americana, o Bahia ganhou cerca de R$ 1,7 milhão. Destes, R$ 800 mil são pela participação na primeira fase e R$ 900 mil pela classificação à segunda fase. Se passar pela equipe do Cerro, do Uruguai, o Tricolor receberá mais R$ 1,2 milhão.
Logo, o Bahia recebeu R$ 6,1 milhões em premiações nesta temporada. Se conseguir o título da Copa do Nordeste e a classificação na Copa do Brasil em cima do Vasco, e na Copa Sul-Americana sobre o Cerro, o Tricolor poderá praticamente dobrar o valor nas próximas semanas.
O Bahia arrecadou ainda mais com a venda de jogadores. O clube ganhou cerca de R$ 16 milhões com as negociações de Jean, Juninho Capixaba e Rômulo no início da temporada. Além disso, com a venda de João Pedro ao Porto, de Portugal, o Bahia tem direito à algum valor entre os 150 mil e os 250 mil euros, por conta da taxa de vitrine, já que o jogador pertencia ao Palmeiras. Outra transferência que rendeu dinheiro ao Tricolor foi a ida em definitivo de Gustavo Blanco ao Atlético-MG. O Galo pagou R$ 1,2 milhão pelo jogador.
Porém, mesmo arrecadando estas verbas, o Bahia também tem gastos que não foram planejados. Um exemplo é a compra do volante Gregore. O jogador veio por empréstimo, porém, o Tricolor o adquiriu em definitivo no último mês de maio, comprando 50% dos seus direitos econômicos junto ao time do São Carlos. O valor da negociação não foi revelado.
Venda de jogador? Sim. Foi uma das coisas que colaborou para que o déficit, que era de R$ 19 milhões no começo do ano, hoje esteja em torno de R$ 8 a R$ 9 milhões. Além de venda de jogador, a gente fechar o cofre mesmo, reduzindo despesa administrativa, fazendo todo esforço dentro do clube para reestruturar o clube, aumentando o plano de sócios. Quase R$ 2 milhões além do que estava previsto com o plano de sócios. Mas, por outro lado, vêm outras despesas. Por exemplo, a compra de Gregore, a compra de Marco Antônio. Nada disso estava no orçamento original. Então isso é sempre muito dinâmico
Para conseguir diminuir o déficit ainda mais, Guilherme Bellintani é favorável a uma postura cautelosa. O presidente acredita que é necessário respeitar os limites financeiros do clube, não desperdiçando dinheiro para não comprometer o futuro do Bahia:
O que a gente quer, naturalmente, é chegar ao final do ano de pé, cumprindo as obrigações financeiras. Por isso que eu digo, se a gente sai de forma atabalhoada, oferecendo qualquer recurso por qualquer jogador que esteja no mercado, a gente paga o preço lá na frente. Isso já é história repetida no futebol brasileiro. Pode olhar. Todos os clubes que estão com salários atrasados, com débitos na Fifa de mais de R$ 50 milhões... Há clubes brasileiros que têm débitos na Fifa, vinculados à Fifa, por conta de não pagamento de aquisição de atletas, de mais de R$ 50 milhões, e esses mesmos clubes continuam pagando salários de R$ 400, R$ 500 mil, reforçando seus times. Então a gente fala assim: “Isso que a gente quer para o Bahia?”. O Bahia já experimentou essa fórmula em algum momento, e não deu certo. Por outro lado, a gente sabe também que a gente não pode ficar de forma muito passiva, entendendo que tudo na vida é o equilíbrio econômico e financeiro. O equilíbrio econômico e financeiro foi uma conquista do Bahia, mas cabe a nós criatividade, como a gente está fazendo, e esforço para conseguir fazer a contratação, como a gente fez de Gilberto. Uma contratação nova, que sequer estreou ainda. Mas a gente já está fazendo todo investimento dele.