Postado por - Heitor Montes

Bahia e rival mantêm base do primeiro clássico do ano, mas mudam algumas peças

Em posição delicada no Campeonato Brasileiro, na zona de rebaixamento, Bahia e Vitória medem forças neste domingo, no Barradão, em busca da reabilitação. Uma situação bem diferente da encontrada nos cinco Ba-Vi's realizados na temporada, quando tricolores e rubro-negros brigavam pelo título do Campeonato Baiano e Copa do Nordeste. No balanço destas partidas, foram dois triunfos para o Vitória, um para o Bahia e dois empates. O primeiro sagrou-se campeão estadual e o segundo, do Nordestão.

Mas não é apenas a fase vivida por Bahia e Vitória que virou. Desde o primeiro clássico, realizado no dia 9 de abril, pela fase classificatória do Campeonato Baiano, muita coisa mudou também dentro de campo. Além de novos treinadores nos dois lados, os times titulares sofreram alterações. Em alguns casos por conta de lesão, outros pela chegada de novos jogadores e ainda pela opção técnica dos comandantes.

Times prováveis para o jogo de domingo (Foto: GloboEsporte.com) Times prováveis para o jogo de domingo (Foto: GloboEsporte.com)

Do lado dos mandantes, o time montado pelo então técnico Argel Fucks no primeiro clássico foi formado por: Fernando Miguel; Patric, Kanu, Alan Costa e Geferson; Willian Farias e José Welison; Gabriel Xavier, David e Cleiton Xavier; André Lima. À época, Argel tinha quase todo o elenco principal à disposição. Uma das exceções foi o atacante Kieza, que se machucou pouco antes do jogo e deu lugar a André Lima.

O Vitória do primeiro Ba-Vi tinha um sistema tático principal definido, o 4-2-3-1, e, aparentemente, bem absorvido pelos jogadores. A equipe era, prioritariamente, reativa, jogava no erro do adversário e buscava no contra-ataque, com a velocidade dos seus extremos, agredir o adversário. Foi assim que venceu aquele clássico. O time, porém, pecava quando encontrava um rival fechado e que não dava espaços. Quando tinha a obrigação de propor as ações, o Leão sofria e demonstrava pouco poder de criação. O time do primeiro Ba-Vi também buscava a ligação direta e não se preocupava em trabalhar a bola desde os seus defensores.

Com Alexandre Gallo como treinador, o Vitória que reencontra o Bahia no domingo deve ter em campo uma equipe com, ao menos, cinco mudanças em relação ao time de Argel. Alan Costa já não conta do mesmo prestígio de outros tempos e ocupa o banco de reservas, assim como Cleiton Xavier; José Welison passou por cirurgia e continua em recuperação; David perdeu a posição para o recém-contratado Neilton; André Lima fica como opção, já que Kieza está recuperado. Portanto, o time provável para o clássico deve ter: Fernando Miguel; Patric, Kanu, Fred e Geferson; Willian Farias e Uillian Correia, Gabriel Xavier e Yago; Neilton e Kieza.

Em termos de rendimento, o time que reencontra o Bahia neste domingo já não tem o 4-2-3-1 como principal sistema tático. Alexandre Gallo demonstrou preferência pelo 4-4-2 nas últimas partidas e não deve mudar para o próximo Ba-Vi. Até pelo pouco tempo de trabalho com o novo treinador, a equipe parece ainda não ter se acostumado à nova formação. Gallo busca fazer com que a equipe troque mais passes, saia jogando desde o campo de defesa e proponha as ações na partida. Algo diferente do que o Vitória fazia no início do ano e, talvez por isso, a equipe não demonstre entrosamento nesse sentido. Isso fica bem claro quando, ao longo dos jogos, a equipe rubro-negra volta a adotar o 4-2-3-1, principalmente em momentos que está atrás no placar, e se mostra mais confortável na partida.

Times prováveis para o jogo de domingo (Foto: GloboEsporte.com)Times prováveis para o jogo de domingo (Foto: GloboEsporte.com)

Os visitantes também passaram por mudanças desde aquele Ba-Vi de abril, quando Guto Ferreira ainda era o técnico tricolor. Na ocasião, Guto tinha que lidar com alguns problemas de lesão, como Edson e Jackson, e também não podia contar com Jean, em recuperação de uma virose. Com o 4-2-3-1 como sistema tático principal, o time escalado por ele no jogo teve: Anderson; Eduardo, Tiago, Eder e Armero; Renê Júnior e Juninho; Allione, Edigar Junio e Régis; Hernane.

O Bahia daquele primeiro jogo apostava na solidez da sua defesa - algo que se manteve -, nas jogadas em velocidade dos seus jogadores extremos e infiltração de Régis. Com a marcação adiantada, principalmente quando jogava em casa, o Tricolor dificultava a saída de bola do adversário e criava situações de gols. Por outro lado, o time titular contava com alguns atletas que buscavam chegar à forma ideal: contratado neste ano, Allione buscava entrosamento com os novos companheiros; Edigar Junio retornava de lesão após longo tempo parado; e Hernane não vivia seus melhores momentos técnicos.

Ao chegar ao Bahia, Jorginho manteve a base da equipe de Guto Ferreira, inclusive com o sistema adotado pelo ex-treinador tricolor, que tem o ataque móvel desde a lesão de Hernane. Ainda assim, o novo treinador promoveu algumas mudanças. Nos últimos jogos, Matheus Reis levou a melhor na disputa de posição com Armero e agora é titular; substituto de Jackson no primeiro Ba-Vi, Éder não é mais a primeira opção para zaga, e Rodrigo Becão tem a preferência do novo treinador; Juninho também não vive a mesma fase de outros tempos e pode dar lugar a Matheus Sales. O provável Bahia para domingo tem: Jean; Eduardo, Tiago, Rodrigo Becão e Matheus Reis; Renê Junior e Matheus Sales: Régis, Allione e Zé Rafael; Edigar Junio.

Em termos táticos, Jorginho mudou pouco em relação ao time deixado por Guto Ferreira. O ataque móvel, algo implementado ainda pelo ex-treinador ao longo do ano, e que conta com quatro jogadores de extrema mobilidade na frente, é uma das bases da equipe do novo técnico. Mas, claro, aos poucos, Jorginho busca acrescentar ao time fundamentos essenciais para ele em uma equipe. Exemplo disso é o controle do jogo. O time treinado por Jorginho busca ter a bola, sair para o ataque jogando desde o seu goleiro. Com a bola, Jorginho acredita que o Tricolor pode ditar o ritmo do jogo e controlar a partida.

Mudanças à parte, Bahia e Vitória não vivem o momento de meses atrás, mas entram em campo no próximo domingo com a mesma necessidade pelo triunfo. E, depois de cinco jogos, eles sabem bem a importância de um bom resultado em um clássico. Envolvidos em uma sequência de péssimos resultados, as equipes terão no clássico o tipo de jogo ideal para espantar a má fase e vislumbrar dias melhores.

Fonte: Globo Esporte