Postado por - Heitor Montes

Bahia inicia o Brasileirão com ataque leve, defesa forte e carências no elenco

À primeira vista, as duas finais alcançadas pelo Bahia, uma pelo Campeonato Baiano e outra pela Copa do Nordeste, revelam um ótimo começo de ano do time e indicam uma grande expectativa para o Campeonato Brasileiro. Contudo, um olhar mais atento sobre o semestre do Tricolor, eliminado pelo Paraná na Copa do Brasil e derrotado pelo Vitória na final do Baianão, mostra que a equipe teve altos e baixos e inspira dúvidas quanto ao rendimento que será apresentado no Brasileirão.

Neste domingo, o Tricolor estreia na principal competição disputada no país contra o Atlético-PR, na Arena Fonte Nova. É o retorno da equipe baiana à elite do futebol após dois anos na Segunda Divisão. Às vésperas da estreia, o GloboEsporte.com elenca os pontos altos e baixos do time treinado por Guto Ferreira neste início de temporada.

Os altos

Bahia caiu de rendimento quando não teve Régis em campo (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia) Tiago é um dos pontos de estabilidade da defesa do Bahia (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia)

Se for levar em consideração o que a equipe de Guto Ferreira apresentou nos últimos jogos, a imagem deixada é positiva. Embora tenha perdido o título do Baianão para o Vitória, o Bahia apresentou desempenho consistente nos três clássicos anteriores (dois pelo Nordestão e um pelo Campeonato Baiano). Em campo, como não pode contar com o machucado Hernane, Guto escalou um ataque leve com Régis, Allione, Zé Rafael e Edigar Junio, e viu o time ganhar em rendimento. Quando estiveram inteiros (Régis jogou sem estar 100% no último Ba-Vi das finais do Baianão), os quatro infernizaram a defesa adversária e foram responsáveis pelas principais jogadas do time.

O sistema defensivo é outro ponto alto do time de Guto Ferreira. Mesmo quando não teve jogadores importantes no setor ou quando mandou a campo um time inteiramente reserva no Campeonato Baiano, o treinador conseguiu fazer com que a equipe mantivesse a segurança da sua defesa. Não por acaso, o Bahia não só tem a defesa menos vazada do Campeonato Baiano, como também da Copa do Nordeste.

O bom aproveitamento em casa é um dos pontos fundamentais para uma campanha segura de qualquer equipe no Campeonato Brasileiro. E isso o Bahia tem mostrado há algum tempo. Desde a chegada de Guto Ferreira ao clube, no meio de 2016, o Tricolor tem feito da Fonte Nova a sua principal força. Foi assim durante a campanha da Série B do ano passado e na primeira parte de 2017. Dos doze jogos realizados nos seus domínios no ano, foram dez vitórias, um empate e uma derrota.

E os baixos

Bahia caiu de rendimento quando não teve Régis em campo (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia)Bahia caiu de rendimento quando não teve Régis em campo (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia)

Como planejado, o Bahia conseguiu manter a base do time titular que teve sucesso em 2016 e trouxe outros reforços pontuais para a disputa da temporada. Embora a base mostre, mais uma vez, a sua grande utilidade para Guto Ferreira, alguns dos dez reforços trazidos ainda não justificaram o investimento. A lateral esquerda é o maior exemplo disso. Mesmo questionado pela torcida, o titular Armero se mantém na equipe principal já que o reserva, Matheus Reis, também não tem demonstrado desempenho consistente para tomar o posto.
Na outra lateral, Wellington Silva teve a infelicidade de se machucar e pouco pode fazer para ajudar o time. Matheus Sales e Maikon Leite, dois dos jogadores trazidos com grande expectativa para a temporada, não deram a resposta esperada quando entraram em campo e não têm sido utilizados com frequência por Guto Ferreira.

Grande deficiência do Bahia na temporada passada, o rendimento em partidas fora de casa ainda é algo que o time precisa aprimorar para o Brasileirão. Na prática, os números até mostram, de modo geral, que o Tricolor teve bons resultados longe de Salvador (em 14 jogos foram seis vitórias, sete empates e uma derrota). Contudo, em partidas diante de adversários com elencos mais qualificados, o Bahia esteve longe de apresentar um rendimento que mostre segurança para o seu torcedor. Foi eliminado da Copa do Brasil após derrota por 2 a 0 para o Paraná e perdeu o título do Baianão após empatar contra o Vitória no Barradão.

Por último, é fundamental que o Bahia encontre um substituto à altura em caso de ausência do seu principal jogador, o meia Régis. Destaque do time na temporada, Régis não tem sombra desde a saída de Renato Cajá para a Ponte Preta. Na ausência do jogador, Guto chego a testar Allione, Zé Rafael e Diego Rosa, mas nenhum deles manteve o rendimento do titular. Ficou evidente a queda na atuação do time sem Régis no primeiro jogo da final do Baianão contra o Vitória, quando o meia se machucou, e o Tricolor não teve a mesma facilidade para criar. Na segunda partida diante do Leão, Régis atuou sem estar 100%, e o Bahia não apresentou o rendimento de outras partidas.

Fonte: Globo Esporte