Nesta quarta-feira (14), o Bahia enfrenta o Ceará, na Arena Fonte Nova, pelo Campeonato Brasileiro. Na partida, o Tricolor irá dar prosseguimento às homenagens que o clube vem fazendo ao mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra.
Assim como fez na partida contra a Chapecoense, ocorrida no último dia 4, o Tricolor irá estampar na sua camisa nomes de personalidades negras. Só que, desta vez, a equipe irá homenagear pessoas que estão vivas.
Todos os homenageados são baianos, com apenas uma exceção, que não nasceu na Bahia, mas mora no estado.
Saiba mais sobre os homenageados do Bahia
GILBERTO GIL, 76 anos
Um dos maiores expoentes da música baiana, é vencedor de prêmios Grammy e Grammy Latino, nomeado “Artista pela Paz” junto à Unesco e ex-ministro da Cultura do Brasil. Com mais de 50 álbuns lançados, também já gravou versões célebres do Hino do Bahia.
MÃE STELLA, 93 anos
Considerada uma das maiores ialorixás brasileiras, a soteropolitana Mãe Stella de Oxóssi é referência no combate ao racismo e à intolerância religiosa, além de defensora dos Direitos Humanos. Foi a primeira ialorixá a receber o título de “imortal” pela Academia de Letras da Bahia (ALB), onde ocupa a cadeira de número 33, cujo patrono é o poeta Castro Alves. Tem nove livros publicados e recebeu o título de Doutora Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
RIACHÃO, 96 anos
Um dos principais sambistas do país, o soteropolitano teve várias das suas músicas interpretadas por cantores como Cássia Eller, Beth Carvalho e Zélia Duncan, e é autor da famosa “Cada Macaco no Seu Galho” (Chô Chuá), gravada por Caetano Veloso e Gilberto Gil, além de “Retrato Fiel da Bahia”. Já foi tema do Carnaval de Salvador e soma mais de 500 canções.
RITA BATISTA, 39 anos
Jornalista, radialista e apresentadora, é conhecida pelo seu carisma. Em mais de 10 anos de carreira, a comunicadora já passou por diversos veículos, inclusive com difusão nacional, como o programa “A Liga”, da TV Bandeirantes. Ultimamente estava na Rádio Metrópole, de Salvador, além da TVE Bahia.
ANTONIO PITANGA, 79 anos
Ator com quase 60 anos de carreira, já soma mais de 100 trabalhos, entre filmes e novelas. É pai dos também atores Rocco e Camila Pitanga, esteve na comemoração do título brasileiro do Bahia, em 1959, e ganhou fama na década de 60 após atuar em títulos como “Bahia de Todos os Santos” e “O Pagador de Promessas”.
ALAÍDE DO FEIJÃO, 70 anos
Uma das mais famosas quituteiras baianas, Alaíde já virou até personagem de filme, em 2011. O tempero especial dessa especialista em feijoada foi herdado da mãe, que tinha uma banca na região da Praça Cayru, em frente ao Elevador Lacerda. Hoje mantém restaurante no Pelourinho.
BULE-BULE, 71 anos
Um dos mestres da cultura popular nordestina mais renomados do Brasil. Baiano da cidade de Antônio Cardoso, é conhecido como o maior repentista do Estado e também excelente cordelista, com mais de 100 títulos publicados. Em 2008, foi condecorado com a mais importante premiação brasileira para a Cultura, a Ordem do Mérito Cultural, concedida pelo governo federal.
VIRGINIA RODRIGUES, 54 anos
Cantora de voz potente e flexível, a soteropolitana tem em sua música uma forte influência de música clássica, samba e jazz, com letras que fazem referências ao candomblé e umbanda. Reconhecida internacionalmente, teve sua iniciação musical no coral do Mosteiro de São Bento, de onde seguiu para o Bando de Teatro Olodum.
LAZZO MATUMBI, 61 anos
Lázaro Jerônimo Ferreira, mais conhecido como Lazzo Matumbi, já lançou seis álbuns solos, além de ter sido cantor do Ilê Aiyê e percussionista de Jimmy Cliff. O artista é intérprete de canções famosas, como “Do Jeito Que Seu Nego Gosta” e “Me Abraça e Me Beija”.
MAKOTA VALDINA, 75 anos
Professora aposentada da rede pública municipal e ex-integrante do Conselho de Cultura da Bahia, Valdina Pinto ocupa o cargo de ‘Makota’ no Terreiro Nzo Onimboyáa. Já recebeu diversas condecorações, como o Troféu Clementina de Jesus, da Unegro, e a Medalha Maria Quitéria, da Câmara Municipal de Salvador.
JOÃO JORGE DO OLODUM, 62 anos
Presidente de um dos principais blocos afros da Bahia, João Jorge Rodrigues é advogado e mestre em Direito pela Universidade de Brasília. Tricolor ferrenho e Sócio Esquadrão, ele se destaca há anos como uma das principais lideranças do movimento negro da Bahia.
TIA MÁ, 37 anos
A jornalista Maíra Azevedo se notabilizou após encarnar o papel de Tia Má em seu canal na internet. Abordando temas como racismo e machismo com pitadas de humor, seus vídeos ficaram famosos e a levaram a estrelar um espetáculo de stand-up, além de participar do programa “Encontro”, da Rede Globo.
JORGE WASHINGTON, 54 anos
Militante do movimento negro, é integrante do Bando de Teatro Olodum há quase 30 anos. Com o grupo, o ator integrou o elenco do filme “Ó Paí Ó”, entre outras obras.
MAJOR DENICE SANTIAGO, 47 anos
Formada na primeira turma de mulheres na Polícia Militar da Bahia, é integrante da corporação há quase três décadas e se notabilizou por comandar a Ronda Maria da Penha, especializada no combate à violência contra a mulher. É reconhecida mundialmente pelo trabalho com as mulheres baianas.
KABENGELE MUNANGA, 78 anos
Nascido no Congo, o antropólogo já foi professor da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e hoje é professor visitante sênior da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, em Cachoeira, onde reside atualmente. É reconhecido pelas pesquisas sobre relações raciais no país e já foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural, em 2002.
VILMAR REIS, 49 anos
Socióloga, é a atual ouvidora-geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia. Com mais de 30 anos de luta em defesa da população negra e quilombola e dos direitos da população LGBT, já recebeu condecorações como a Comenda Dois de Julho, da Assembleia Legislativa da Bahia, e a Medalha Zumbi dos Palmares, da Câmara Municipal de Salvador.
GABI GUEDES, 56 anos
O cultuado percusionista Gabriel Guedes dos Santos iniciou seus estudos de ritmos com os Alabês do Terreiro do Gantois, aos 10 anos, é um dos integrantes do projeto Jam no Mam. Ao longo de sua carreira, tocou com grandes personalidades musicais como Lazzo, Raimundo Sodré, Margareth Menezes, Gerônimo, Armandinho e Jimmy Cliff.
VALDINEIA SORIANO, 49 anos
A atriz baiana teve sua formação profissional no Bando de Teatro Olodum, na década de 1990, e atuou ou foi produtora em mais de 30 espetáculos no cenário teatral do Estado. No cinema, integrou o elenco de ‘Ó, Paí, Ó’ (2006), Tim Maia (2014) e Café com Canela (2017), pelo qual ganhou o prêmio de melhor atriz no prestigiado Festival de Brasília.
MATEUS ALELUIA, 74 anos
Compositor, instrumentista, pesquisador e cantor cachoeirano, ficou conhecido nacionalmente pela condução musical do grupo vocal ‘Os Tincoãs’, nas décadas de 1970 e 1980. Seu trabalho tem forte influência africana por meio dos cantos, ritmos e rituais. Sua obra também se destaca pelo sincretismo com a música sacra e a forte influência da cultura popular.
DONA DALVA DO SAMBA, 91 anos
A compositora e cantora cachoeirana Dalva Damiana de Freitas é integrante da Irmandade da Boa Morte e líder do Grupo de Samba de Roda Suerdieck. Sua obra foi fundamental para que o Samba de Roda do Recôncavo fosse tombado pelo Iphan como Patrimônio Imaterial Nacional e, posteriormente, reconhecido pela Unesco como Patrimônio Imaterial da Humanidade.
REGINALDO HOLYFIELD, 52 anos
Dono de um cartel de 49 lutas e apenas sete derrotas, é um dos maiores nomes do pugilismo baiano. Com quase 20 títulos na carreira, incluindo dois mundiais da Federação Mundial de Boxe, o lutador também ganhou fama devido à rivalidade com o pernambucano Luciano Todo Duro, alvo inclusive de um filme lançado em 2018.
MÃE JACIARA, 51
Sucessora de Mãe Gilda no Terreiro Axé Abassá de Ogum, ialorixá é uma ativista contra a intolerância religiosa. Jaciara Ribeiro dos Santos participa e organiza seminários por diversos eEtados brasileiros, defendendo a causa da comunidade de candomblé e do povo negro.
CREUZA OLIVEIRA, 61 anos
Nascida na cidade de Santo Amaro, Creuza Maria Oliveira é uma destacada ativista política, dedicada à luta dos direitos das trabalhadoras domésticas há mais de 30 anos, sendo hoje secretária geral da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad).