Bahia encara o lanterna na Fonte Nova
Em treino no Fazendão, Fernandão se concentra no domínio da bola
Ele é caladão, tímido e reservado. Pouco afeito à exposição, mostra suas valências apenas quando entra em campo. É a hora de mostrar que tem intimidade com a bola. Não por acaso, é o artilheiro do Bahia no Campeonato Brasileiro, com cinco gols.
Contudo, nenhuma relação é perfeita. Desde o retorno da competição, após a Copa das Confederações, Fernandão fez um golzinho só. Isso nos 3 a 0 sobre o Flamengo. Desde então, já são três jogos de jejum.
No Brasileiro, a seca do centroavante só não é maior que a do próprio time, que não marca há quatro partidas. E essa diferença é só porque, devido a questões contratuais, Fernandão não pôde enfrentar o Atlético-PR, na derrota por 1 a 0.
Neste domingo, 25, porém, é um dia propício para acabar com as secas. Às 16h, na Fonte Nova, pela 16ª rodada, o adversário é o lanterna Náutico.
Curiosamente, estarão em campo nesta tarde os dois piores ataques do Brasileirão. O time pernambucano, que não marca há três partidas, tem míseros oito gols em toda a competição. Passou em branco em oito dos 13 jogos que fez. Já o Bahia tem 13 gols. Em sete rodadas não balançou as redes (confira, abaixo, a relação). É o segundo pior ataque, ao lado de Atlético-MG e São Paulo.
Para o tricolor, uma outra competição funcionou como força motivadora. No meio de semana, pela Copa Sul-Americana, enquanto o Náutico seguiu sua sina ao levar 2 a 0 do rival Sport, o Bahia deu um fim à seca ao fazer 2 a 1 na Portuguesa.
"Com a sequência de adversários difíceis que vínhamos tendo, a gente sabia que não seria fácil conquistar os resultados. Nós estávamos muito incomodados com esse jejum. Mais do que qualquer um. Porém, sabíamos também que os triunfos e os gols voltariam. O fim do jejum dá tranquilidade", disse o técnico Cristóvão Borges.
Pressão no centroavante
No entanto, o efeito para Fernandão deve ser o oposto. Isso porque a equipe voltou a ganhar, só que sem ele em campo. O centroavante foi poupado da partida. E o pior: Obina, seu substituto, foi quem fez o gol da vitória no Canindé.
Fernandão não deu entrevistas nos últimos dias sobre a pressão que começa a sofrer. Porém, em uma de suas raras falas, logo após o empate por 0 a 0 na Fonte Nova com o Santos, mostrou certa angústia.
"Está faltando a bola chegar mais redonda no ataque. Não esperem de mim habilidade, mas esperem muita vontade. Com muito trabalho a bola vai começar a entrar. Tenho condições de mudar isso", bradou.
Dois desfalques
Para o jogo deste domingo, à tarde, na Fonte Nova, o Bahia tem dois desfalques. Ambos por suspensão. Um deles é o meia Anderson Talisca, que, na sexta-feira, 23, pegou dois jogos de gancho devido a uma agressão em Paulo Roberto, da Ponte Preta, no jogo realizado em 13 de julho. Como Talisca não vinha firme como titular, a tendência é que Cristóvão Borges arme o time com o esquema habitual de três volantes e três atacantes.
Já o outro desfalque será sentido pelo tricolor. Titi cumpre suspensão pela expulsão no jogo passado, contra o Santos. Neste caso, abre-se um problema na defesa. Lucas Fonseca está confirmado na zaga. Já seu companheiro pode ser uma surpresa. Cristóvão afirmou que só revela o time no vestiário da Fonte Nova.
Bahia x Náutico (Campeonato Brasileiro/16ª rodada)
Local: Arena Fonte Nova, em Salvador; Dia e hora: domingo, 25, às 16h da tarde
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ)
Assistentes: Vicente Romano Neto (SP) e Broney Machado (PB).
Bahia - Marcelo Lomba, Madson, Rafael Donato (Demerson), Lucas Fonseca e Raul; Fahel (Feijão), Rafael Miranda, Hélder e Marquinhos Gabriel; Wallyson e Fernandão.
Técnico: Cristóvão Borges.
Náutico - Ricardo Berna, Auremir, Jean Rolt, João Filipe e Eltinho; Elicarlos, Derley, Martinez e Tiago Real; Maikon Leite e Jones Carioca (Hugo).
Técnico: Jorginho.
Fonte: Ricardo Palmeira – A Tarde
Foto: Raul Spinassé | Ag. A TARDE
