Postado por - Newton Duarte

Bahia perde e dá título simbólico ao Cruzeiro

Cruzeiro vence o Bahia fora e leva o ‘título’ do primeiro turno do Brasileiro

Time mineiro vence o Tricolor por 3 a 1, na Fonte Nova, e chega aos 37 pontos conquistados. Equipe baiana cai para a nona colocação na tabela

Se o Campeonato Brasileiro premiasse o campeão do primeiro turno, hoje seria dia de festa em Minas Gerais. Nesta quarta-feira, na Fonte Nova, o Cruzeiro venceu o Bahia e garantiu a primeira colocação na virada do turno da Série A. Com os gols de Borges, Éverton Ribeiro e Julio Baptista - Fahel descontou para os baianos -, a equipe mineira venceu por 3 a 1, chegou aos 37 pontos e não pode mais ser alcançada na última rodada da primeira metade da competição, que será realizada no próximo final de semana.

Festa de um lado e preocupação do outro. O final do primeiro turno tem sido cruel para o Bahia. Sensação nas primeiras rodadas, o Tricolor só venceu uma vez nas últimas seis partidas da competição. A queda deixa o time na nona colocação, com 23 pontos, e acarreta na obrigação de vencer o Fluminense, às 18h30m (de Brasília) de sábado, para voltar a se aproximar dos primeiros colocados.

- Acho que jogar contra um time perigoso como o Cruzeiro não pode errar. Começamos muito bem, tivemos a oportunidade de matar e não fizemos. No futebol, quem não faz, leva – lamentou o volante Fahel.

O título do primeiro turno do Brasileiro não passa de uma coroação simbólica. Mas que vai muito além de um possível crescimento na motivação dos jogadores. Nos dez anos da Série A em pontos corridos, apenas três vezes o chamado campeão do primeiro turno não levantou a taça verdadeira no final da competição.

- A gente sabe que é campeão do primeiro turno. Sabemos que é uma coisa simbólica, mas é importantíssimo porque a gente abre diferença para o pessoal que está atrás. Nosso objetivo era esse – comemorou William.

Adepto da simbologia ou não, o Cruzeiro terá, no próximo domingo, a chance de ratificar sua liderança ao final do primeiro turno. O time de Marcelo Oliveira receberá o Flamengo, às 16h (de Brasília), no Mineirão.

Everton Ribeiro e Borges comemoram o segundo gol na Fonte Nova

Cruzeiro cirúrgico no ataque

A última vez que Bahia e Cruzeiro se enfrentaram na Fonte Nova pelo Brasileiro, o time mineiro aplicou uma goleada de 7 a 0 e coroou a conquista do Campeonato Brasileiro de 2003. Dez anos depois, o reencontro. Com ou sem a influência do placar anterior, Cristóvão decidiu mudar o esquema do Bahia. Reforçou a defesa com três zagueiros. Pouco importou diante de um ataque que já havia balançado as redes 103 vezes no ano.

O Cruzeiro mostrou o motivo pelo qual é líder. Pressionou e foi cirúrgico nas oportunidades criadas. Foram três chances claras: Júlio Baptista, Borges e Éverton Ribeiro. O placar do primeiro tempo ficou no 2 a 0 porque o primeiro acertou a trave. De cabeça, Borges abriu a contagem, aos 24 do primeiro tempo. O segundo veio com Éverton Ribeiro, após boa jogada e finalização precisa, nos minutos finais da etapa inicial.

O Bahia chegou na área de Fábio, mas a qualidade nas finalizações não era a mesma. Antes de Borges fazer o primeiro gol do jogo, Madson desperdiçou uma oportunidade clara. Na sequência, Fernandão não conseguiu evitar o impedimento em dois lances. Na defesa, os zagueiros e os laterais não se entendiam no novo esquema.

Cristóvão muda, Bahia diminui, mas Cruzeiro vence

O esquema adotado no primeiro tempo não deu certo e Cristóvão decidiu mudar. Madson saiu e Wiliam Barbio entrou. O Bahia mudou também a postura. Com a marcação mais avançada, impediu o jogo do Cruzeiro e manteve a bola no pé por mais tempo. Faltou calibrar a pontaria.

O Tricolor até que chegou a balançar as redes. Fahel fez de cabeça e incendiou o jogo. A torcida voltou a cantar na arquibancada animada com a possibilidade do empate. O Cruzeiro passou a administrar o resultado. A primeira defesa de Marcelo Lomba só aconteceu nos minutos finais. Sem se lançar tanto ao ataque, mas com a defesa bem postada, a Raposa manteve a objetividade do primeiro tempo. Na segunda oportunidade de gol, Julio Baptista aproveitou a bobeira da zaga do Bahia, fez o terceiro, garantiu a 11ª vitória do Cruzeiro na Série A e a liderança isolada para a virada do turno.

  • Artilheiro

Borges

Borges era dúvida até momento antes de a bola rolar. Foi escalado, fez seu 13º gol na temporada e abriu o caminho para o triunfo cruzeirense.

  • Erro Tático

Três zagueiros

Mesmo sem testar nos treinos, Cristóvão decidiu escalar o Bahia com três zagueiros. A formação foi desfeita logo no intervalo do jogo.

  • Decepção

Público

Mesmo com promoção da Arena Fonte Nova, apenas 9.120 pessoas pagaram ingresso para acompanhar a vitória do Cruzeiro sobre o Bahia.

  • Atuações

Header BAHIA (Foto: Infoesporte)

MARCELO LOMBA - Goleiro - Nota: 5,0

Não teve muito o que fazer para evitar os dois primeiros gols, mas foi pego de surpresa em uma finalização de Júlio Baptista na trave no primeiro tempo. Ficou todo atrapalhado no lance, assim como foi mal no terceiro gol.

LUCAS FONSECA - Zagueiro - Nota: 4,5

Afundou junto com os companheiros. O time não parecia suficientemente preparado para jogar no 3-5-2 contra uma equipe especialista em jogadas aéreas. Três finalizações em cruzamentos só no primeiro tempo, dois gols e uma bola na trave. No segundo tempo, o sistema com três zagueiros foi abolido, mas não adiantou.

TITI - Zagueiro - Nota: 4,5

No segundo gol, saiu da área para dar combate em Ceará e Éverton Ribeiro se aproveitou. No segundo tempo, o Cruzeiro deu uma segurada, o que aliviou a pressão sobre a defesa. Mas depois de o Bahia fazer seu gol, foi só o Cruzeiro levantar a bola que chegou ao terceiro gol.

DEMERSON - Zagueiro - Nota: 5,0

Foi para a lateral direita no segundo tempo quando William Barbio foi reforçar o ataque. E assim mesmo continuou cortando cruzamentos na área e ainda conseguiu cruzar bola lá na frente. Buscou mais o jogo e por isso leva uma nota um pouco melhor.

MADSON - Lateral Direito - Nota: 4,5

Recebeu ótima bola de Hélder só com o goleiro à sua frente e chutou para fora. Depois, rebeceu de Fernandão, se precipitou e chutou em cima do adversário. Foi muito ao ataque e deixou a defesa desprotegida, embora isso não seja apenas responsabilidade dele. Mas foi do seu lado que saíram primeiro um cruzamento de perna direita de Egídio que Júlio Baptista cabeceou na trave e logo em seguida o cruzamento de Willian que Borges cabeceou para o gol. Substituído no intervalo.

WILLIAM BARBIO - Atacante - Nota: 5,0

Entrou para dar mais força ofensiva ao time e encontrou pela frente uma defesa bem postada. Nada conseguiu.

FAHEL - Volante - Nota: 6,0

Fez gol completando ótimo cruzamento de Raul. Defensivamente, até fechou o meio-campo quando o Cruzeiro fez a transição. Com sua altura, não tem como ajudar a defesa a combater o jogo aéreo.

HÉLDER - Volante - Nota: 5,5

Arriscou de longe quando o Bahia não conseguia entrar na defesa, mas esteve sempre bem marcado quando finalizou. Lançou ótima bola para Madson desperdiçar. Fez sinal para o banco para sair aos 25 minutos do segundo tempo.

FEIJÃO - Volante - Nota: 5,5

Entrou aos 25 da etapa final. Quando tentou de longe, não foi feliz.

MARQUINHOS - Meia - Nota: 4,5

Sem inspiração no primeiro tempo e acabou sofrendo uma lesão muscular ao errar a passada e pisar de mal jeito.

ANDERSON TALISCA - Meia - Nota: 5,0

Entrou no começo do segundo tempo. Por volta dos 20 minutos, passou a chutar de longe, primeiro para longe, depois, em cima de Fábio. Mas foi na sequência dessa cobrança de escanteio que saiu o gol do Bahia. Levou um amarelo por um carrinho já fora do lance da bola.

RAUL - Lateral Esquerdo - Nota: 5,5

Apagado como toda a equipe no primeiro tempo. Quando o Cruzeiro se poupou no segundo tempo, acertou cruzamento preciso para Fahel marcar.

WALLYSON - Atacante - Nota: 5,0

Um chute de primeira no segundo tempo que Fábio foi buscar no canto no segundo tempo. Pouco para quem jogava em casa.

FERNANDÃO – Atacante - Nota: 4,5

Quando não estava sendo anulado por Dedé, estava impedido. Saiu da área para tentar confundir a marcação, mas contra o Cruzeiro não é tão simples. Quando foi para o lado de Bruno Rodrigo, repetiu o que fez contra a Portuguesa: chutou para o alto a oportunidade que criou.


Fonte: Valmir Storti - GE.COM

Foto: Felipe Oliveira / Ag. Estado