Na noite desta sexta-feira (10), ocorreu o julgamento do recurso do polêmico Ba-Vi do dia 18 de fevereiro pelo Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD-BA).
No julgamento, o zagueiro Kanu, do Vitória, teve a sua pena aumentada para 90 dias e 11 jogos, além de multa R$ 75 mil. O técnico rubro-negro Vagner Mancini foi suspenso por cinco partidas e o Vitória teve a sua multa de R$ 100 mil mantida. Além disso, o Bahia foi incluído como terceiro interessado no caso.
Após o julgamento, Vitor Ferraz, vice-presidente do Bahia, declarou que o Tricolor não tinha interesse na punição do rival, mas defendeu que o clube fosse incluído como interessado:
Essa decisão (multa ao Vitória) é indiferente ao Esporte Clube Bahia. O Bahia não buscou qualquer tipo de apenação ao Esporte Clube Vitória. Do ponto de visto jurídico, se mostrou mais coerente (inclusão do Bahia). Não parecia razoável que o Bahia, diretamente envolvido naquela partida, não pudesse participar como terceiro interessado. Acho que não há como se discutir o fato de o clube ser totalmente interessado por ter participado daquela partida. Há uma coerência nessa decisão - avaliou.
O vice-presidente também elogiou o julgamento e falou sobre a possibilidade do Bahia entrar com um recurso no Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Não há contentamento quando o fato é um fato desagradável, independente do resultado do julgamento. Estamos aqui presenciando um julgamento que nos desagrada de uma maneira geral pelo fato ocorrido. De uma maneira geral, o resultado do julgamento hoje se mostrou mais coerente com aquilo que a sociedade esportiva esperava em resposta quanto à gravidade do que presenciamos naquela Ba-Vi. Ainda que tenhamos, e temos, pontos de divergência em relação a decisões pontuais, de uma maneira geral as decisões aqui hoje se mostraram mais coerentes e adequadas. Vamos analisar com calma as fundamentações das decisões. Me parece que há uma divergência em alguns aspectos, por exemplo, foi evocado o fato de alguns atletas serem jovens para evitar uma punição a esses atletas, não foi observado este mesmo critério em relação a Rodrigo Becão, recém egresso das categorias de base. Por uma questão de coerência, deveria ter uma pena, ao menos, diminuída
Já do lado do Vitória, cujos representantes, após o primeiro julgamento, no dia 27 de fevereiro, saíram sem falar com a imprensa, o descontentamento foi evidente nesta sexta-feira. Roberto Dantas, diretor jurídico do rubro-negro declarou que o clube vai recorrer das penas aplicadas aos atletas, ao técnico e da multa de R$ 100 mil.
Em relação ao pedido de exclusão do Vitória, não esperávamos nada diferente. Um pedido absurdo, um pedido que beira o absurdo, totalmente desfundamentado. Em relação à condenação de Mancini, nos deixa impressionado negativamente ante à ausência de provas específicas. Em relação às penas aplicadas aos atletas, bastante severas. Vamos recorrer ao STJD
O representante criticou a inclusão do Bahia como terceiro interessado no caso:
Avaliamos de forma negativa. Não vemos razão para a citação do Bahia como terceiro interessado. Vamos discutir isso no STJD
Por sua vez, o procurador Ruy João, ressaltou que não houve unanimidade na decisão de não desclassificar o Vitória do Campeonato Baiano. Ele falou que pretende recorrer em relação à pena do Vitória e, também aos zagueiros Bruno Bispo e Ramon.
Óbvio que a gente, enquanto Procuradoria, vai procurar estabelecer o máximo de pena, vai procurar aplicar a legislação. A votação em relação a desclassificação não foi unânime. Houve um voto muito bom do doutor Fábio Periane, que é louvável. A Procuradoria vai avaliar com cautela. É possível, muito provável, que haja um recurso em relação a essa parte do julgamento. Vamos esperar a juntada do voto divergente para que comece a fluir o prazo para que possamos interpor o recurso