Postado por - Newton Duarte

Baixa produtividade do setor ofensivo ameaça o acesso do Bahia

Queda do setor ofensivo ameaça o acesso do Bahia

Charles orienta o meia-atacante João Paulo Penha (E) e o armador Rômulo em treinamento - Foto: Edilson Lima l Ag. A TARDE

Charles orienta o meia-atacante João Paulo Penha (E) e o armador Rômulo em treinamento - Edilson Lima l Ag. A Tarde

Os últimos quatro jogos, nos quais só fez dois gols, deixaram claro que o poderio ofensivo do Bahia não tem sido mais o mesmo. E o pior: na reta final da Série B, com a equipe lutando ponto a ponto pelo acesso.

Este é um dilema que Charles, técnico do time há três rodadas, ainda não conseguiu resolver. Sérgio Soares, treinador do começo da temporada até 7 de outubro, dia de sua demissão após empate em 0 a 0 com o Paysandu, havia construído um esquema de jogo ofensivo, baseado na pressão ao adversário, e que vinha sustentando o Bahia como o ataque mais positivo do país até 4 de outubro, quando, já em queda, foi ultrapassado pelo Santos.

Um mês depois, o Esquadrão, com 102 gols no ano, tem o sexto melhor desempenho ofensivo do Brasil. Além do Santos, que soma 112, também o deixaram para trás Corinthians, 107, Botafogo, 105, Palmeiras, 104, e Sport, 103.

Nos últimos dois meses, o Bahia disputou 11 partidas e só teve mais posse de bola do que o adversário em quatro: 1 a 0 no Macaé, 3 a 2 no Bragantino, 0 a 0 com o Paysandu e 1 a 0 sobre o Oeste. Nas outras sete, foi inferior no quesito: levou 1 a 0 do Paraná, ficou no empate com Ceará (2 a 2), Sampaio Corrêa (1 a 1) e Luverdense (2 a 2), perdeu do Vitória por 3 a 1, fez 1 a 0 no Oeste e sofreu 1 a 0 do Botafogo.

No total do período, o Bahia finalizou 103 vezes a gol, média de 9,4 por partida, menor do que o time tinha até então: 12,9. Agora, a média tricolor está em 11,7, inferior à do campeonato, que é de 12,2.

"Realmente, nosso jogo não tem encaixado. Contra o Botafogo, estivemos bem abaixo do que podemos. Agora, temos que focar nas próximas três partidas (contra Santa Cruz e ABC, em casa, e o Boa Esporte, fora). Se vencermos, nosso retorno à Série A estará muito bem encaminhado", declarou o meia Tiago Real.

Time indefinido

Charles, que comandou a equipe contra Oeste, Criciúma e Botafogo, sinalizou com a possibilidade de mudanças para a partida de sábado, na Fonte nova, pela 34ª rodada da Série B, diante do Santa Cruz, rival na luta pelo acesso.

O problema é que, dos quatro atletas mais ofensivos que vêm se revezando no time titular, só Kieza, único absoluto na equipe, vem bem. Nos últimos dois meses, marcou seis gols e deu duas assistências. Já Maxi Biancucchi tem um tento, marcado há 53 dias. Roger soma uma assistência e dois gols, o último há 38 dias. João Paulo Penha, que assim como Maxi foi reserva contra o Botafogo, ainda está em branco não só no período, mas desde que chegou ao clube, em junho.

Com relação ao resto do time, o problema de Charles para sábado é na lateral esquerda. Vitor está suspenso e João Paulo, em fase final de recuperação de lesão, é dúvida. Se não jogar, as opções são Ávine e Juninho, recém-promovido da divisão de base.

Ídolo na base

Jean, ex-goleiro tricolor entre 1992 e 1998, assumiu nesta terça a função de preparador de goleiros da equipe sub-14 do Bahia. O ex-ídolo se destacou nas conquistas dos Estaduais de 1994 e 1998. Seu filho, de mesmo nome, é o atual reserva de Douglas Pires, dono da camisa 1 do time profissional.