Barcelona pode usar 'artimanha' para contornar efeitos de punição
Clube tentaria contratar o lateral-direito Cuadrado e o meia Reus ainda nesta janela, mas os emprestaria aos seus ex-clubes. Jogadores só pintariam no Barça em 2016
O Barcelona poderá usar de uma artimanha para tentar minimizar os efeitos da proibição de poder contratar jogadores pelas próximas duas janelas de transferências. A Fifa confirmou nesta quarta-feira a punição ao clube, por este ter contratado de maneira ilegal jogadores com idades inferiores a 18 anos.
Segundo publica o site do diário espanhol "AS", reproduzindo matéria do portal Todomercadoweb, o Barcelona irá formalizar ainda nesta janela de transferências as contratações do lateral-direito Cuadrado e do meia Reus. Mas não irá trazê-los imediatamente para o clube.
Tão logo acertarem as transferências, os jogadores seriam emprestados aos seus respectivos ex-clubes. Assim, Cuadrado jogaria mais um ano e meio pela Fiorentina e Reus pelo Borussia Dortmund. Os dois só chegariam como "reforços" do Barça em janeiro de 2016.
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O Barcelona pagou muito caro por não ter seguido as três condições estabelecidas pela Fifa para contratar jogadores menores de 18 anos e não poderá contratar nas próximas duas janelas. Segundo a entidade, o clube deve averiguar se: o atleta se mudou de país por motivos não relacionados ao futebol; a transferência ocorreu dentro da União Europeia e o atleta tenha entre 16 e 18 anos, além da distância entre a residência do jovem e o clube, embora sediados em países diferentes, seja de, no máximo, 100km.
O LANCE!, para entender melhor o caso, ouviu um especialista: o advogado Eduardo Carlezzo.
– Em outubro de 2009, houve uma mudança no Regulamento de Transferências da Fifa. A chegada de um menor de idade será realizada se for aprovada por um subcomitê, o qual analisará as razões da contratação. O início do procedimento deve ser
feito pela federação do clube que deseja contar com os serviços do atleta, estando obrigado a aportar uma série de documentos que justifiquem a operação. Na sequência, a federação do país em que o atleta residia deverá manifestar-se. A partir daí, a Fifa decide se operação preenche algumas das 3 exceções.
Carlezzo acrescenta que, antes de 2009, eram conhecidos casos em que, para burlar as regras, os menores eram enviados ao país depois que o pai ou mãe tivessem sido empregados, assim, os clubes alegavam que a família veio motivada pelo trabalho.
OPINIÃO:
'Claro recado ao futebol' - Eduardo Carlezzo - Especialista em direito esportivo internacional
A decisão do Comitê de Apelação da Fifa, que respaldou totalmente a punição aplicada ao Barcelona, é a mais dura medida já adotada pela federação contra um grande clube europeu na fiscalização das transferências de menores de 18 anos. Essa decisão manda um claro recado ao mundo do futebol de que não tolerará infrações no registro de menores. Além de manchar a imagem do clube, as consequências da impossibilidade de contratação de novos atletas são fortíssimas, especialmente para um clube de ponta, cujo sucesso e negócios dependem da contratação de novos astros.