Postado por - Newton Duarte

BaxVice chegou aos tatames

Ba-Vi extrapola limites do campo e chega aos tatames

Deficiente visual, Pitti acredita no Vitória no campo e no tatame

Se neste domingo, 13, o estádio de Pituaçu será palco da decisão entre Bahia e Vitória pelo Campeonato Baiano, o complexo poliesportivo Oyama Pinto, em Feira de Santana, recebeu neste sábado, 12, atletas dos dois clubes para disputar a etapa Nordeste do Campeonato Brasileiro da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu Esportivo (CBJJE).

De acordo com o presidente da Federação Baiana de Jiu-Jitsu Esportivo, Humberto Tavares, o campeonato serve como seletiva para o Mundial da CBJJE, que será realizado em São Paulo em agosto. Ainda segundo o presidente, os três primeiros colocados nas categorias vão disputar o campeonato.

Por isso, os dois maiores clubes da Bahia estão levando atletas para disputar o brasileiro. Se por um lado o tricolor vai participou com todos os 27 membros da delegação, o Leão vai contou com quatro dos seus dez lutadores; Jéssica Ketlin e Maurício Oliveira, de 16 anos, Gutemberg Pereira, de 19, e Valtonei Silva Chagas, de 36, conhecido como Pitti Gladiador.

Rivalidade?

Campeão baiano quatro vezes e terceiro colocado no Norte-Nordeste, Pitti, que é o único deficiente visual na Bahia a competir com não-para-atletas, acredita no resultado positivo no gramado e no tatame.

"Acredito que o Vitória pode ganhar em campo. Sou rubro-negro e a esperança é a última que morre", disse, afirmando que a felicidade de vencer o Bahia se estende ao jiu-jitsu.

"A rivalidade passa para o tatame, sim. É uma rivalidade gostosa. Vencer o Bahia tem um gostinho a mais. Não é porque o Bahia é maior que vai ganhar tudo. Os espartanos, por exemplo, eram poucos, e fizeram um estrago grande".

Já William Ramos dos Santos, lutador do Bahia, de 26 anos, pensa diferente. Para ele, que foi campeão do Pan Americano em 2013 e do Campeonato Baiano da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (CBJJ), a Bahia ainda não tem tradição suficiente para rivalidade no esporte.

"Não tem rivalidade, até porque a equipe do Bahia é muito superior à do Vitória, em número de atletas e de conquistas. Sou torcedor do Bahia, ainda mais porque é o clube que abriu as portas para mim e para o esporte. Deu tão certo que o Vitória copiou", alfinetou.

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No entanto, William garante que torce pelo sucesso dos rubro-negros. "Na seletiva para o Mundial de Abu Dhabi, em São Paulo, eu torci pela Jéssica (Ketlin) e ela torceu por mim. A rivalidade ficou fora dos tatames", ponderou.

Meninas de ouro

De olho nos mundiais de Abu Dhabi e da Califórnia, realizados em abril e junho deste ano, respectivamente, as meninas dos clubes encaram o Ba-Vi do jiu-jitsu como um 'treino valendo' para as competições no exterior.

Alexandra 'Kill Bill' dos Santos, do Bahia, já tem experiência em competições fora do Brasil. Na semana passada, ela ficou em terceiro lugar no Aberto de Roma No-Gi, e por isso acredita que vencer o campeonato é uma obrigação. "O brasileiro vai servir como preparação para o Mundial, assim como o Aberto de Roma No-Gi serviu também", disse. Sobre a rivalidade com a equipe do Vitória, a atleta acabou desconversando.

"Que nada. Não rola rivalidade, não. O jiu-jitsu é um só. Minha expectativa é ganhar e me superar. Eu sempre luto da mesma forma em qualquer competição e contra qualquer adversário", garantiu.

Jéssica Ketlin, que também vai competir no Mundial da Califórnia, acha que existe rivalidade, sim. E que ela pode ser boa para o jiu-jitsu.

"Hoje, todo mundo pensa no futebol, especialmente com a Copa. Então, acho que qualquer esporte que esteja associado ao futebol sai ganhando em visibilidade", disse.


Fonte: Juliana Lisboa – A Tarde

Foto: Mila Cordeiro | Ag. A Tarde