Postado por - Newton Duarte

BaxVice de rixa e amizade entre os técnicos

Clássico baiano adiciona rixa à amizade entre os técnicos


Pimenta no café com leite


Na história do Brasil, Minas Gerais e São Paulo já fizeram uma 'panelinha' chamada política do Café com Leite. Ambos mandavam na escolha dos presidentes graças ao poder de mercado do leite, no lado mineiro, e do café, do lado paulista. Como se não bastasse, 84 anos depois eles querem dominar o tempero apimentado do clássico Ba-Vi.

No duelo deste domingo, 23, entre Vitória e Bahia, em Pituaçu, o mineiro Ney Franco e o paulista Marquinhos Santos comandam e ditam o ritmo do maior clássico do Nordeste. Amigos de longa data, os dois técnicos se reencontrarão no Ba-Vi em situações distintas. Pelo menos por enquanto, quem canta de galo é o treinador vermelho e preto.

O mineiro Ney Franco está inabalável no cargo de treinador do Rubro-Negro, com 100% de aproveitamento no Baianão, enquanto o paulista Marquinhos Santos, a cada dia mais na corda-bamba como comandante do Tricolor, tenta se manter no cargo vencendo a segunda na competição.

Marquinhos e Ney não se conheceram em Salvador. O primeiro contato dos amigos aconteceu em Curitiba, em 2008. Na época, o mineiro era comandante do time profissional do Atlético-PR, enquanto o paulista trabalhava com a equipe de juniores. A parceria aumentou em 2009, desta vez no Coxa.

"Trabalhamos bem próximos no Coritiba, eu auxiliei ele indicando jovens para o time profissional. O Ney é uma das pessoas que mais me ajudaram no futebol", diz Marquinhos Santos.

Uma das primeiras oportunidades do paulista no futebol profissional, aliás, aconteceu por intermédio do amigo. Em 2010, Ney teve problemas particulares e não comandou a última partida do Coritiba, já campeão, no Campeonato Paranaense. Deu então a oportunidade para o amigo estrear no comando do time, num 2 a 1 sobre o Cascavel.

A identificação na equipe paranaense foi tanta que, quando Ney foi trabalhar como técnico da Seleção Brasileira Sub-20 e coordenador das divisões de base do Brasil, resolveu abriu mais uma porta para o amigo. "Foi o Ney quem me indicou para o comando do time Sub-15. Contei com mais essa ajuda dele na minha carreira", lembra o comandante tricolor.

Marquinhos lamenta ainda não ter encontrado o colega em Salvador. "É tanta correria nesse início de temporada que ainda não tive tempo para procurar o Ney", diz. O tricolor, por outro lado, revela uma promessa: "estou esperando esse Ba-Vi passar para convidá-lo para um jantar. Quero propor que quem perder o clássico vai pagar".

Segundo Marquinhos, ambos trocaram mensagens, mas nada de jantar.

Resposta

Já Ney Franco preferiu ponderar sobre a reunião. Bem humorado, disse que só marca encontro com outra pessoa. "Não gosto de marcar encontros assim, né... (risos). Prefiro marcar com minha esposa, cara. Depois do jogo com a Juazeirense, até fui em casa ver minha esposa (em São Paulo). Estava precisando! Por enquanto só vou me encontrar com Marquinhos no clássico. Depois podemos nos ver", disse Ney Franco, que enche o adversário de qualidades como treinador.


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Fonte: Moysés Suzart e Vitor Villar – A Tarde

Foto: Bruno Aziz | Editoria de Arte | A Tarde