Direção do Bahia reduz carga de ingressos doados para organizadas
A decisão é fruto de uma reunião realizada na semana passada com representantes das uniformizadas, diz Reub Celestino
A direção do Bahia decidiu reduzir a carga de ingressos dados para torcidas organizadas. Nesta quarta-feira, o diretor administrativo-financeiro tricolor, Reub Celestino, confirmou em entrevista que as uniformizadas terão acesso a um número inferior a mil ingressos por partida na Arena Fonte Nova. Antes, as organizadas ganhavam aproximadamente três mil bilhetes.
Direção decidiu reduzir carga de ingressos para as organizadas
- Estamos reduzindo a quantidade de ingressos distribuídos. Existia uma distribuição de três mil ingressos. Esse número caiu para mil, contando com os que são para patrocinadores. De um lado tínhamos o apoio das arquibancadas. Do outro havia uma sangria no clube. O Bahia vive uma situação delicada e não pode bancar com tudo – disse o diretor.
Segundo Reub, a decisão é fruto de uma reunião entre membros da direção do Bahia e representantes das organizadas, realizada na semana passada.
- Tivemos uma reunião na semana passada. Houve o entendimento que não poderia continuar dessa forma. Os representantes das organizadas foram muito simpáticos e entenderam que o Bahia não pode arcar com isso. Tiveram uma atitude madura. A torcida precisa ajudar o clube. Ao mesmo tempo, estamos fortalecendo a associação do torcedor. Quem for sócio terá direito a pagar meia entrada na Fonte Nova – pontuou.
Segundo relatório da auditoria realizada no Bahia durante o processo de intervenção, o Tricolor distribuía mais ingressos do que o previsto em contrato com a administração da Fonte Nova. O vínculo firmado entre o clube e a Arena prevê que o Tricolor tem direito a 300 ingressos categoria Premium e dois camarotes por jogo realizado no estádio. No entanto, era prática comum da agremiação trocar os ingressos Premium não utilizados por comuns para distribuir entre patrocinadores, torcidas, presidência, vice-presidentes e funcionários.
Neste caso, como o bilhete Premium é mais caro que o convencional (custa R$ 165), o Bahia trocava os ingressos de maior preço por uma quantidade maior dos populares. O que chama atenção é que, em todas as partidas, o Tricolor distribuiu mais ingressos do que o previsto em contrato. Com isso, o valor que excedia o montante acordado se transformava em desconto da quantia que a Arena teria de pagar ao clube.
Somente no primeiro Ba-Vi do ano, em 7 de abril, dia de inauguração do estádio, o Bahia distribuiu 6.450 bilhetes a mais do que o previsto em contrato, o que acarretou um desconto de R$ 321.750 no valor que teria que receber da Arena. Somando-se todas as partidas realizadas no estádio até o dia 25 de agosto, o Tricolor deixou de receber da Arena R$ 1.213.690.
Ainda de acordo com a auditoria, 60% dos ingressos retirados pelo Bahia eram destinados à torcedores, enquanto 30% ficavam para patrocinadores, e os 10% restantes eram destinados a outros parceiros, funcionários e presidência.
Retomada do cadastro de sócios
Reub Celestino também destacou que o Bahia reiniciou o cadastro de sócios com a joia de R$ 10. No fim de semana passado, o conselho do clube se reuniu e ratificou o preço popular para que torcedores se associem ao Esquadrão.
- Já iniciamos o cadastramento dos novos sócios com a joia de R$ 10, retomando um processo que foi iniciado pelo interventor Carlos Rátis. O conselho aprovou essa decisão em reunião realizada na semana passada. No próximo sábado os conselheiros vão se reunir novamente e devem discutir o recadastramento dos antigos sócios - finalizou.
Fonte: GE.COM
Foto: Felipe Oliveira
