Empresário quebra o silêncio e entrega motivo de Wilson Pittoni ser boicotado no Bahia
Regis Chedid revelou motivo para craque paraguaio ser jogado ‘para escanteio’
Empresário de Wilson PIttoni diz que “já chutou o balde” do Bahia (Foto: Reprodução)
Barrado de forma inexplicável do Esporte Clube Bahia após alcançar o status de ídolo da torcida, o volante Wilson Pittoni está uma situação pouco confortável no tricolor. A posição oficial do clube sobre o atleta, com um dos salários mais altos da equipe, sequer figurar no banco de reservas seria por causa de uma ‘opção do técnico’. Primeiro, Sergio Soares. Atualmente, Charles Fabian. Por questões contratuais, ele não pode ir à imprensa dar a sua versão dos fatos.
O ostracismo do craque paraguaio diante desse entrave irrita o empresário do jogador, Regis Marques Chedid, que nunca deixou de partir para a briga para defender os próprios jogadores. Em entrevista exclusiva e reveladora ao Varela Notícias, Chedid coloca as cartas na mesa e diz que há problemas de relacionamento do novo técnico com “metade da equipe”.
Durante o papo, ele também revela como o craque está reagindo ao ser ‘jogado para escanteio’, fala sobre a procura do Vitória e até mesmo traçou uma ‘teoria da conspiração’ para deixar Pittoni ‘mal na fita’ com a torcida.
Pittoni não entra em campo desde o empate contra o Luverdense, em setembro (Foto: Divulgação / Felipe Oliveira / E.C Bahia)
Varela Notícias – Por que Wilson Pittoni não joga e por vezes sequer é relacionado para as partidas? O que realmente está acontecendo?
Regis Chedid – Tentamos acertar a negociação, não foi bem. Fizeram [Esporte Clube Bahia] uma proposta igual, a gente não aceitou e nunca mais botaram ele [Pittoni] para jogar e quem perde é o Bahia. Eu acho que é [o real motivo]. Eu falo com o Alexandre Farias, ele diz que ‘não’, que ‘o time não está jogando bem’. Depois que o Pittoni saiu o time perdeu o rumo. É a segunda vez. No ano passado foi a mesma coisa. O Pittoni jogou, foi campeão baiano, saiu do time e o time caiu. Aí volta, o time é campeão baiano, finalista da Copa do Nordeste, estava em terceiro lugar [na tabela da série B] e tiraram ele do time depois dessa negociação. Coincidentemente ou não… Como se a gente fosse obrigado a aceitar que ele assinasse pelo mesmo valor, ou seja, não tem nem cabimento. Eu tenho certeza que foi por isso.
VN – Especulações apontavam que o valor pedido foi acima da média…
RC – Não houve pedido ‘altíssimo’. O presidente até declarou depois que ele errou ao falar isso. Não houve nada disso. Foi um pedido mais do que normal sendo que eu até poderia pedir em dobro, porque o jogador estrangeiro fecha em dólar e depois passa para o real. Eu poderia pedir o dobro do salário porque eu teria razão, mas não foi pedido um décimo da metade.
VN – Quem deu o primeiro passo na busca pela renovação? Pittoni ou o Bahia?
RC – O Bahia procurou Pittoni. Eu fui para a Bahia renovar e fazer um pedido que não foi nenhum absurdo. Eu não entendo, sinceramente. Já chutei o balde com o Bahia. A diretoria é toda séria, paga em dia e tudo mais. Aí os caras vêm e improvisam com técnico. Não sei se é ordem de botar a molecada para jogar, mas eu não estou entendendo. Eu sei que o Bahia vai ficar de fora da série A por alguma ordem idiota que veio de cima.
VN – Como o atleta está reagindo a tudo isso? Ele fala com o técnico Charles Fabian?
RC – Não, ele não fala. Está ‘puto’! Lógico que está ‘puto’ porque é sacanagem o que fizeram. Os caras que estão jogando são melhores do que ele?
Chedid aponta problemas de relacionamento entre o técnico Charles Fabian e o elenco: “Não fala com metade do time” (Foto: Felipe Oliveira/ Divulgação/ ECBahia)
VN – Então há um problema de relacionamento além dessa briga com a diretoria?
RC – Mas o Charles tem problema com todo mundo. O cara não fala com metade do time. Pergunta para qualquer jogador. O Bahia errou em colocar o Charles, ele acha que é jogador ainda. Ele quer competir moralmente, vai à imprensa falar mal de jogador e isso jogador nenhum aceita. Contra o Botafogo ele falou que cinco jogadores não responderam como ele queria, ou seja, joga os atletas no paredão. Tanto é que coloquei no Twitter: ‘o novo Celso Roth’ [antigo técnico do Vasco, desafeto de Chedid]. Jogador não perdoa isso. Ele perdeu o grupo faz tempo.
VN – Surgiram boatos de que outros times estariam procurando Pittoni, inclusive que ele teria assinado um pré-contrato com o Vitória. Isso procede?
RC – Isso é mentira. Teve uma procura, mas também não foi com a diretoria, foi um intermediário através do Vitória. Não existe nada assinado. Tudo isso eu acho que é gente do Bahia plantando e isso que vai deixando o Pittoni ‘puto’. Tudo isso é mentira para deixar a torcida com raiva, já que ele tem moral com a torcida. É para ir minando e eu não vou deixar isso.
VN – Ele tem planos de continuar no Brasil ou está chateado a ponto de retornar ao Paraguai?
RC – Não. A ponto de sair não. Ele está chateado por não estar jogando. São duas relações muito diferentes. O Bahia se você falar de presidente, diretoria, caramba, não posso nem falar. O Bahia tinha que subir, entendeu? Porque paga em dia, tudo certinho, os caras são corretos. Agora, você não pode pagar em dia e improvisar com técnico. Tirar o Pittoni porque não quis renovar. Obrigar a jogar molecada. Pô, é sério, tinha que subir. Não é brincadeira isso.
Questionamento de empresário se estende a boa tarde da torcida tricolor (Foto: Reprodução/ Twitter)
VN – A ‘rádio peão’ nos bastidores do clube diz que jogadores saíram ‘no tapa’ no vestiário após o empate com o ABC. Pittoni estava envolvido?
RC – Não, não. O perfil dele não é esse. Não sabe nem brigar, na verdade. Ele é muito tranqüilo nesse ponto. Fica puto, mas guarda pra ele. Está mais preocupado com a sacanagem mesmo.
VN – A saída dele do Bahia é um fato?
RC – Pelo jeito que está acho que nem o Bahia o quer mais. Ele não é nem banco.
VN – Qual a chance dele fechar com o Vitória no fim do ano?
RC – Ah, eu só falo depois que acabar o campeonato. Eu também não sei porque o Vitória não me procurou, veio um intermediário. Ele vai fechar com a melhor proposta que vier. Uma que estiver de acordo com a realidade. A última palavra é dele [Pittoni], mas não existe proposta, não existe nada. Existe esse intermediário que disse que [o clube] só ia procurar a gente depois que o time garantisse o acesso