Postado por - Newton Duarte

Clubes querem trocar mandos de jogos por causa da Copa

Por Copa, clubes querem trocar mandos de jogos

O Flamengo é um dos clubes prejudicados pela ausência de estádio na pausa pré-Copa

Por conta da Copa do Mundo, os clubes deverão ter de se virar sem suas casas antes do Brasileiro. Com a possibilidade de atraso na entrega dos estádios para a Fifa praticamente descartada, alguns deles encaminharam para a CBF um pedido para que fosse feita, então, a inversão do mando de campo. O diretor de competições da entidade, Virgílio Elísio, ainda estuda a ideia.

Para ele, a alternativa só poderia vingar em caso de "simetria perfeita".

"Deixa eu te explicar: a inversão de mando tem que ser completa. Na troca de ‘A' e ‘B' por ‘B' e ‘A', as características da tabela têm de ser mantidas. Se no ‘B' contra ‘A' resultar em jogos ‘fora', ‘fora', ‘fora' para determinado clube, mudou a natureza do trabalho que fizemos. A inversão só é possível quando ela é perfeita e simétrica", explica Virgílio ao ESPN.

O Inter foi uma das equipes que, ainda durante o congresso arbitral da Série A, realizado no início de fevereiro, deu entrada num pedido para que duas de suas partidas tivessem a ordem trocada: contra Cruzeiro e Chapecoense nas rodadas 7 e 8, respectivamente.

O dirigente da CBF ainda não retornou ao time colorado, mas, pela lógica que defende, dificilmente os representantes gaúcho obterão sucesso.

Em caso de inversão com os catarinenses, que não sofrem com o ‘fantasma Copa', por exemplo, o time de Abel Braga acabaria fazendo três partidas seguidas em casa durante o mês de outubro: contra a própria Chape e ainda diante do Fluminense e Corinthians. Há nesse caso o desequilíbrio técnico que a CBF tenta evitar.

Em conversas informais, segundo apurado pelo ESPN, Virgílio admite, contudo, a possibilidade de inversão de mando em outros casos.

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Ao todo, 28 jogos foram divulgados na primeira versão da tabela detalhada do Brasileiro sem mando definido no período pré-Copa - que se inicia a partir do dia 19 de maio. Ou porque os estádios estão comprometidos por contrato com jogos de seleções (casos de Mineirão, Maracanã, Fonte Nova e Beira Rio) ou porque servirão como centros de treinamentos para os países (Pacaembu, Independência, Vila Belmiro, Barradão, Couto Pereira e Arena Grêmio).

A avaliação da CBF é de que o prejuízo para os times não chega a ser tão grande, já que terão de fazer no máximo duas partidas longe de suas torcidas.

"O trabalho grande sobra para mim", brinca Virgílio.

"Não vai ser feita essa inversão de mando. Times que vão fazer um jogo fora acabam fazendo três e destrói a sequência da tabela. Só pode acontecer quando é perfeita e não muda essa sequência. O que estamos aguardando é a definição por parte de cada um de suas praças substitutas", insiste.

Nos bastidores, alguns clubes já tratam o pleito como perdido. Sem o Couto Pereira, o Coritiba estuda mandar um de seus compromissos, contra o Inter, em Cascavel, Sudoeste do Estado, região de forte presença gaúcha. O Bahia, por sua vez, cogita levar seus jogos para Maceió - Aracaju, no Sergipe, despontou como opção, mas já estará recebendo a Grécia no mesmo período.

Em contato com a reportagem do ESPN, dirigentes afirmaram terem ouvido através de representantes de federações que as suas solicitações poderiam ser escutadas. O diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio, nega.

"Tem alguém falando por mim, então", dispara.


Fonte: Marcus Alves – ESPN

Foto: Pedro Henrique Torre/ESPN.com.br